Na
Primeira Parte deste estudo verificamos que nos tempos do Antigo Testamento
Deus falava frequentemente, e, as vezes, até diretamente com seu povo. Quando
Jesus esteve entre nós, o próprio Deus estava presente entre os homens. Porém,
descobrimos também que mesmo depois de Cristo, o Senhor continua falando
conosco através de Sua Palavra.
No
estudo de hoje vamos analisar os possíveis sinais que Deus nos dá quando fala
com cada um de nós.
Na
Primeira Parte deste estudo discorri sobre um Primeiro Ponto que devemos
analisar quando surgir a dúvida, em determinada situação, se é mesmo Deus quem
está falando conosco, ou não.
Outro
ponto, porém, ainda permanece: quando o que desejamos ou a orientação que
obtemos não é frontalmente contrária a vontade de Deus, como saber quando Ele
nos responde?
Quando há dúvidas
Bem
sabemos que muitas vozes existem no mundo e para termos discernimento para
identificar qual a de Deus, e abrir nossos olhos para enxergar Seu caminho e
destampar nossos ouvidos para ouvir Sua voz, precisamos buscar sempre a
comunhão com Ele. Se andamos na carne, como podemos esperar a resposta do
Espírito? (Gl. 5.16). Aliás, sabedoria e discernimento foi o que Salomão pediu
ao Senhor quando assumiu o reinado sobre Israel (1Rs. 3.9). E discernimento de
espíritos é um dos dons do Espírito Santo. (1Co. 12.10)
Quanto
ao sinal patente de que aquela reposta, aquela orientação, aquela ideia que
“recebemos” vem mesmo do Senhor, a Bíblia não é completamente clara quanto a
isso, mas nos dá duas dicas muito importantes:
No Livro de Êxodo, capítulo 35 versículos 30 a 35 a Palavra de Deus relata que,
quando se precisou fazer as obras do santuário, Deus chamou pelo nome a Bezaleu
e o encheu de habilidade, inteligência e conhecimento (vs. 31) e lhe dispôs o
coração para ensinar a outrem (vs. 34).
No
versículo 2 do capítulo 36 do mesmo livro, a Palavra de Deus afirma que Moisés
chamou para a obra do santuário a todo o homem cujo coração o impeliu a se
chegar à obra para fazê-la. (Ex. 36.2).
Para
compreendermos melhor como esse relato nos indica a maneira de percebermos se é
Deus quem fala conosco, vejamos outro texto, agora do Novo Testamento: No
capítulo 24 do Evangelho de Lucas encontramos o relato de dois discípulos de
Jesus que caminhavam em direção a uma aldeia chamada Emaús (Lc. 24.13). Jesus
já havia sido morto e já estava ressuscitado.
O simples fato de uma ideia, uma palavra, ou uma orientação acelerar nosso coração não é indício suficiente para supormos que aquilo vem de Deus...
Os
dois discípulos conversavam entre si e, em determinado momento, Jesus se lhes
aparece, mas eles não o reconheceram (Lc. 24.15-16). Jesus lhes pergunta sobre
o que conversavam. Os discípulos prontamente responderam que falavam da morte
de Cristo e lhe expuseram tudo que havia acontecido (Lc. 24.18-24). Jesus os
repreende e passa-lhes a explicar sobre o que as Escrituras dizem a Seu
respeito (Lc. 24.25-27).
Quando
se aproximaram da aldeia de Emaús os discípulos o convidaram para pernoitar ali
com eles pois já era tarde (Lc. 24.29), porem eles ainda não o tinham
reconhecido.
Quando
estavam à mesa Jesus abençoou o pão repartiu e deu a eles, e seus olhos se
abriram, e só, então, eles o reconheceram, mas ele desapareceu (Lc. 24.30-31).
O
versículo 32 é muito esclarecedor quanto a questão levantada sobre como
reconhecer quando Deus fala conosco:
Os dois
discípulos disseram um ao outro: “Porventura, não nos ardia o coração, quando
ele, pelo caminho, nos falava, quando nos expunha as Escrituras?” (Lc. 24.32).
Alguns sinais
Ao
analisarmos os dois relatos, o de Êxodo e o de Lucas, percebemos que Deus
quando fala conosco, toca o nosso coração, provoca um impulso (Ex. 36.2) um
ardor no coração (Lc. 24.32).
Por
que isso acontece? Porque o Senhor quer trocar nosso coração de pedra por um de
carne (Ez. 36.26), quer nos quebrantar (Sl. 34.18), pois, do nosso coração procedem
as fontes da vida (Pv. 4.23).
Porém
devemos também estar atentos a outro fator que é comum aos dois textos: tanto
no relato do livro de Êxodo, como na descrição de Lucas, em ambas situações, as
pessoas estavam envolvidas com o Senhor e seguiam a Sua Palavra. Em Êxodo, o
povo de Israel havia sido libertado do Egito e tinham recebido as tábuas dos 10
mandamentos, em Lucas Jesus tinha sido crucificado a três dias (Lc. 24.21) e
havia exposto a eles sobre como as Escrituras comprovavam ser Ele, Jesus, o
Messias e os dois viajantes eram seus discípulos.
A
análise do contexto é importante, pois em ambas situações havia, entre os
envolvidos, uma proximidade com o Senhor, o que reforça o que falei no primeiro
ponto, anteriormente.
O
simples fato de uma ideia, uma palavra, ou uma orientação acelerar nosso
coração não é indício suficiente para supormos que aquilo vem de Deus, muita
coisa no mundo agrada nosso coração.
Porém
se caminhamos com Cristo e buscamos orientação em Sua Palavra, através da
leitura ou do ouvir a pregação e, em determinado momento dessa busca, sentirmos
um ardor de felicidade, uma disposição diferente em nosso coração, aí sim,
teremos fortes indícios de que o Senhor, como Pai amoroso, está ao nosso lado
nos ensinando o caminho que devemos escolher (Sl. 25.12).
Encerramos
aqui este estudo que, para mim, foi muito gratificante e espero que tenha sido
também para os irmãos e irmãs. Desejo que o Espírito Santo fale mais aos nossos
corações.
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