É
bem conhecida a passagem bíblica que encontramos no Livro de Josué, capítulo 7
que narra o pecado de Acã, filho de Carmi. (Js. 7.01-26).
O
texto relata que, após a vitória sobre Jericó, os hebreus partiram para
conquistar a cidade de Ai, e eram tão poucos os habitantes de Ai, que Josué
achou por bem não enviar todo o povo a combater contra AI, mas mandou apenas uns
três mil homens. (Js. 7. 3-4).
A derrota
No
entanto, os hebreus foram derrotados e perseguidos pelo povo de Ai. Josué se
entristeceu e questionou ao Senhor o porquê de haver permitido a derrota de
Israel. (Js. 7.6-9).
O
Senhor então responde a Josué que os filhos de Israel não puderam resistir ao
inimigo porque haviam pecado, pois havia coisa roubada no meio deles e afirmou
também que não seria mais com eles até que eliminassem a coisa roubada. O
Senhor determinou ainda que Josué santificasse o povo, pois no dia seguinte Ele
revelaria quem havia pecado. (Js. 7. 10-15).
No
dia seguinte, Deus, de fato, revelou que Acã era o pecador entre o povo. Ao ser
confrontado por Josué, Acã confessou que quando viu, entre os despojos de
Jericó, uma boa capa babilônica, duzentos siclos de prata e uma barra de ouro
de cinquenta siclos, cobiçou-os e tomou-os e os escondeu em sua tenda. (Js. 7.16-21).
Esse
relato bíblico encerra muitas lições, no entanto, quero me ater, no momento, na
clara demonstração bíblica das consequências, para a sociedade, de um ato errado
de um único homem.
Ao
lermos o capítulo 6 do mesmo livro notamos que Josué, ao anunciar ao povo que
Deus os havia entregado a cidade de Jericó, alerta também que a cidade seria
condenada e que eles deveriam guarda-se de tomar as coisas condenadas, para não
tornar maldito o arraial de Israel, porém toda prata, ouro e utensílios de
bronze e ferro seriam consagrados ao Senhor. (Js. 6. 16-19).
Acã
fez justamente o oposto do que havia determinado Deus, por intermédio de Josué.
Percebamos, porém, que o pecado dele não trouxe apenas consequências para si,
mas para todo o arraial de Israel. As consequências individuais também vieram,
pois ele e toda sua família e bens foram mortos e queimados (Js. 7.24-26), no
entanto, o seu pecado trouxe consequências nefastas para todo o povo de Israel
que foi derrotado em batalha.
Não vivemos sós
Veja
que quando Deus criou a mulher, afirmou que não era bom que o homem estivesse
só (Gn. 2.18), demonstrando aí que o ser humano foi criado para ser relacional,
social. As nações da antiguidade, inclusive os hebreus, possuíam um conceito de
coletivo muito forte. Nos primórdios, as pessoas não se reconheciam como
individualidades separadas de seu povo, sua família ou sua aldeia.
Com
o passar dos séculos coletividade e individualidade foram se tornando mais
distintos, mas ainda na Europa da Idade Média as pessoas se reconheciam como indivíduos
dentro de seus grupos, de seus feudos e de suas famílias. Aqueles que optavam
por uma vida solitária eram tidos como loucos ou desencaminhados.
Atentemos, pois, para a responsabilidade que devemos ter com nossas palavras e atitudes...
O
crescimento da Aristocracia e o surgimento do Capitalismo, com seu forte apelo
à propriedade privada, contribuíram para a separação que existe hoje entre o
coletivo e o individual.
Se o
coletivismo dos tempos antigos era distorcido, primitivo e, muitas vezes,
violento, o fato é que o individualismo dos dias atuais também é prejudicial,
pois nos faz centrar nossas atenções no Eu e esquecermos o outro.
Se nos
atentarmos às orações que encontramos no texto bíblico perceberemos que elas
são quase sempre em favor não de uma única pessoa, mas de muitos, de uma
coletividade, de um povo.
Jesus,
quando nos revelou o Pai Nosso, ensinou-nos a pedir o pão nosso, não o “meu”
pão e a pedir que a vontade do Senhor se faça na terra não apenas em minha
vida, como vemos em muitas orações e louvores atuais.
O
homem foi criado por Deus para viver em sociedade e, querendo ele ou não, suas
atitudes, boas ou más, grandes ou pequenas, irão se refletir na vida das
pessoas a seu redor.
Acã,
pecou contra Deus e com seu pecado afetou toda a sua família, que pereceu junto
com ele, e todo o seu povo, que só obteve vitória após exterminar o seu mal.
Atentemos,
pois, para a responsabilidade que devemos ter com nossas palavras e atitudes,
pois certamente estaremos atingindo, para o bem ou para o mal, àqueles que
estão mais próximos de nós, e, se não nos importamos com isso, como podemos
afirmar que amamos nossos irmãos? E se não amamos a nosso irmão que vemos como
podemos amar a Deus, que não vemos? (1Jo. 4.20).
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excelente mensagem
ResponderExcluirMuito boa sua preleção no entanto pouco se ateve,aquilo
ResponderExcluirsugerido como 《capa》
Ainda assim satisfez minha
consideração alusiva ao
que desejava saber um pouco mais. Por Pb FABIO MILANESI. FIQUE COM A PAZ DO SENHOR.