Por
vezes surge no caminhar do cristão a dúvida se estamos sendo guiados por Deus
em algum propósito, em alguma obra que estamos realizando, ou mesmo em nossa
vida.
É
evidente que se o propósito ou a obra que realizamos é, de alguma forma,
contrária à Palavra do Senhor, ou se nossa vida tem se pautado em
comportamentos pecaminosos, Deus não estará no controle de nossas ações e
pensamentos.
No
entanto, quando o que planejamos ou executamos não é frontalmente contrário aos
estatutos de Deus, como poderemos saber que nossos passos, nossas escolhas,
nossos planos estão sob os auspícios do Senhor?
Nossos planos
Primeiramente
é importante termos em mente que para fazermos tal análise em nossa vida é
necessário conhecermos bem a Palavra do Senhor, pois não podemos desejar seguir
a vontade de Deus se não a conhecemos.
É
importante saber também que muitas variáveis influenciam em nossas decisões
diárias e, certamente, também em nossos sonhos, desejos, planos atitudes e
palavras, quais sejam: variáveis culturais, genéticas, sociais, neurológicas,
dentre outras, sendo por tanto necessário sempre pedirmos orientação ao Senhor
quando formos nos posicionar diante de alguma situação ou de uma decisão, pois,
em virtude das variáveis citadas, nem todos os pecados são perfeitamente perceptíveis
para nós, muitos nos são ocultos (Sl. 19.12).
Tendo
consciência dessas duas verdades, poderemos então iniciarmos uma análise sobre
nossos caminhos.
Em
um estudo anterior intitulado “Como identificar a voz de Deus (como saber quefoi Ele quem falou conosco) – Parte 1 e Parte 2", expus algumas diretrizes para
identificarmos quando Deus fala conosco.
Hoje,
porém, quero me ater na consequência que advém do fato de estarmos sendo
guiados pelo Senhor em nossa vida. Me refiro à paz que surge inevitavelmente
quando trilhamos pelo caminho da justiça de Deus. Tal consequência nos serve
também de sinal para percebermos se o que temos realizado em nossa vida está,
ou não, sendo dirigido pelo Senhor.
Bem
sabemos que Deus não pode ser tentado pelo mal e Ele mesmo a ninguém tenta (Tg.1.13), também temos conhecimento de que o Senhor jamais dará a um filho Seu,
pedra quando este pedir-lhe pão, e que Ele mesmo se esvaziou para vir no meio
de nós (Fp. 2.7) e nos dar vida em abundância (Jo.10.10).
Sabendo
disso, fica fácil perceber que uma das consequências naturais e primeiras da Sua
direção em nossa vida é termos paz.
A paz
Veja,
o fato de termos paz não quer dizer que não passaremos por problemas nessa vida.
Não podemos confundir paz com ausência de tribulação. A paz não é algo externo,
que vem de fora para dentro, mas um estado de espírito que vem de dentro para
fora.
Jesus
nos advertiu que no mundo teríamos aflições, mas nos recomendava termos bom
ânimo (Jo. 16.33). O apóstolo Paulo afirmava que regozijava diante de suas
tribulações (Cl. 1.24). O rei Davi em seu salmo afirma que ainda que andasse
pelo vale da sombra da morte, não temeria mal algum (Sl. 23.4).
Fica
evidente que o fato de Deus nos dar paz quando permitimos que Ele dirija a
nossa vida e guie nossos passos não significa que Ele nos livrará de todas as
tribulações, embora certamente nos livre daquelas que possam destruir a nossa
paz, pois Ele jamais permitirá que sejamos tentados além de nossas forças. (1Co.10.13).
É
preciso entender que a paz que Deus nos dá não é como a que o mundo nos traz (Jo.14.27), a paz que vem do Senhor é verdadeira e perene, não é uma paz enganosa
que esconde a morte em “embalagens” de diversão.
A
paz do Senhor é lúcida e mantém a consciência da existência das dificuldades,
no entanto, não se aflige nem se angustia com elas (2Co. 4.8-10). A falsa paz
do mundo, esconde o sofrimento na diversão, nas drogas lícitas ou ilícitas, na
promiscuidade, no dinheiro, mas a dor nunca está ausente e tortura-nos até
levar-nos à morte.
A paz não é algo externo, que vem de fora para dentro, mas um estado de espírito que vem de dentro para fora.
Sendo
assim, podemos reconhecer como sinal inequívoco de que estamos sendo guiados
por Deus em nossos propósitos e em nossa vida, quando nela predominar a paz que
nos traz Jesus, quando, mesmo tendo problemas, os encararmos com a serenidade
de quem sabe verdadeiramente, no íntimo do coração, que Deus está conosco.
Miremos
a imagem de Jesus quando chamou Pedro para sair do barco e ir até Ele
caminhando sobre as águas. Enquanto Pedro se permitiu ser guiado por Jesus ele
seguiu andando por sobre o mar, porém, quando atentou para o vento contrário e
abandonou a direção do Mestre, passou a guiar-se por seus pensamentos e
desesperou-se (Mt. 14.22-30).
Se
nossa vida não é preenchida dessa sensação de segurança real, intrínseca, quase
que inconsciente, que nos torna capaz de passarmos pela maior dificuldade sem
perdermos o controle e mantendo a certeza de que o Senhor nunca nos abandonará
(Sl. 27.10), então façamos uma análise minuciosa de nosso caminho, pois, muito
provavelmente, em algum ponto dele retiramos Deus da direção.
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