Na
Primeira Parte deste estudo falamos da crença de alguns de que Adão e Eva não
se viam nus porque estavam cobertos com uma espécie de roupa espiritual que
lhes cobria a nudez e analisamos se Deus daria ao homem algo que lhes seria
motivo de vergonha.
Na
Segunda Parte buscamos entender como Adão e Eva enxergavam a sua nudez e
comparamos a simplicidade do primeiro casal à simplicidade das crianças,
citadas por Jesus como possuidoras do reino de Deus.
Hoje
faremos uma análise de duas palavras utilizadas no original hebraico e que nos
revelam ainda mais sobre a nudez de Adão e Eva.
As palavras hebraicas
Se
analisarmos o texto original em hebraico de modo mais abrangente perceberemos
que foram utilizadas duas palavras de mesma raiz para se referir à nudez de
Adão e Eva e à sagacidade da serpente.
As
palavras em questão são: ערם (aromm)
que quer dizer nu; e ערום (arumm)
que quer dizer sagaz. As letras do alfabeto hebraico que compõem a raiz de
ambas as palavras são: ע (Ayin),
ר
(Reish), ם (Mem
sof).
O hebraico tem uma linguística muito rica e os
escritores bíblicos costumavam usar desses recursos para encerrar em seus
textos verdades que dificilmente seriam apreendidas na simples tradução de seus
escritos.
A tradução em si de um texto, de qualquer língua,
normalmente esmaece um pouco o significado original que quis imprimir o seu
autor.
No hebraico uma única raiz dá origens a diversas
palavras de sentidos diversos, mas que, geralmente, guarda alguma relação com a
palavra original.
Nas Escrituras Sagradas, que são a Palavra de
Deus, alguns textos vão muito além do que está literalmente escrito, por isso,
precisamos, além do estudo criterioso, da revelação do Santo Espirito para
compreendermos seu significado.
A nudez do conhecimento
Ao utilizar duas palavras com a mesma raiz para se
referir a nudez de Adão e Eva e a sagacidade da serpente o escritor bíblico,
inspirado por Deus, revelou que a nudez que o ser humano já possuía, mas que a
encarava naturalmente, e lhe foi revelada após a desobediência, não se tratava
apenas do nu físico, mas do conhecimento.
Veja, o homem desfrutava da comunhão com Deus que
andava pelo jardim no final da tarde (Gn. 3.8), não possuía o pecado, portanto
tudo o que desejasse estaria a sua mão, pois Deus estava com ele, todo o
conhecimento estava a sua disposição, nada lhes era encoberto, estavam nus,
tudo estava exposto, desnudo, seus corpos, toda a criação, toda a verdade.
Não obstante, a pureza do primeiro casal os fazia
encarar tudo isso de forma natural, porém havia uma árvore dentro do jardim da
qual comeram, em desobediência a Deus, e tiveram seus olhos abertos.
Embora a árvore se chamasse do conhecimento do bem
e do mal se observarmos o relato bíblico, poderemos nos perguntar: Qual foi o
bem que conheceram depois de comer do fruto? E o mal, na verdade, eles
praticaram antes, ao desobedecerem a Deus.
Na verdade, o que a árvore fez foi abrir os olhos
de ambos e com isso passaram a fazer diferença entre bem e mal e escolheram o
mal.
Analisarmos a Palavra de Deus de forma mais aprofundada e criteriosa torna mais compreensível alguns relatos que, por vezes nos parece difíceis, e evita perdermo-nos em divagações e fantasias.
O bem eles já conheciam, mas não como o bem, mas
como o natural, eles viviam no paraíso, mas ao comerem do fruto proibido, perderam
a inocência e descobriram a malícia, perceberam a existência do bom e do ruim,
do bem e do mal.
Por isso a árvore era do conhecimento do bem e do
mal. Ao comerem se envergonharam de estarem nus, não apenas no corpo, mas no
conhecimento, que agora não fazia mais parte de suas vidas como algo natural,
mas como ferramenta para praticar o bem ou o mal.
A consequência do pecado
Antes do pecado tudo estava desnudado ao homem, e
isso era natural, depois do pecado essa nudez transformou-se em sagacidade, a
mesma que possuía Satanás (Gn. 3.1) e, como tal, pronta a ser usada conforme
nossas inclinações.
O homem se envergonhou de estar nu, se envergonhou
daquilo que conhecia e se envergonhou do próprio Deus (Gn. 3.10).
A deterioração do pecado e a consequente expulsão
do paraíso, criaram uma separação entre o homem e Deus (Is. 59.2) e isso fez
com que o homem perdesse o conhecimento do bem e ficasse apenas com o mal.
Analisarmos a Palavra de Deus de forma mais
aprofundada e criteriosa torna mais compreensível alguns relatos que, por vezes
nos parece difíceis, e evita perdermo-nos em divagações e fantasias.
É importante evitarmos reduzir o texto bíblico aos
nossos pudores e conceitos humanos, mas, ao contrário, buscarmos no estudo da
Palavra, do seu contexto, e, sobretudo, no Espírito Santo a perfeita
compreensão da verdade de Deus.
Encerramos
aqui este estudo que, para mim, foi muito gratificante e espero que tenha sido
também para os irmãos e irmãs. Desejo que o Espírito Santo fale mais aos nossos
corações.
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Gostei muito deste estudo irmão Carlos, pela profundidade que imprimiste à análise do tema em questão. Que, independente de discordar de algumas colocações relativas à crença, concordo com o irmão quando busca tratá-lo de maneira desvinculada dos pudores e resguardos, que sim são meramente humanos, pois a Palavra em momento algum os menciona. E, como o irmão coloca muito bem, descaracteriza Deus como um Ser de imensa bondade e justiça, do Qual jamais advém o mau/mal.
ResponderExcluirInteressante também, quando o irmão nos convida a entender o sexo como algo divino, pois quem corrompe e distorce a sua natureza é o próprio homem, quando o pratica de forma torpe e viciosa. Concordo plenamente com esta abordagem.
Que Deus Te Abençoe e continue Te Inspirando Imensamente nesta empreitada de buscar conhecer e entender mais profundamente a Palavra, trazendo-a a todos que aqui visitam de forma simples, porém primoroza.
Obrigado irmã, toda honra e toda glória ao Senhor. Que Deus continue te abençoando ricamente.
ExcluirGostei muito deste estudo irmão Carlos, pela profundidade que imprimiste à análise do tema em questão. Que, independente de discordar de algumas colocações relativas à crença, concordo com o irmão quando busca tratá-lo de maneira desvinculada dos pudores e resguardos, que sim são meramente humanos, pois a Palavra em momento algum os menciona. E, como o irmão coloca muito bem, descaracteriza Deus como um Ser de imensa bondade e justiça, do Qual jamais advém o mau/mal.
ResponderExcluirInteressante também, quando o irmão nos convida a entender o sexo como algo divino, pois quem corrompe e distorce a sua natureza é o próprio homem, quando o pratica de forma torpe e viciosa. Concordo plenamente com esta abordagem.
Que Deus Te Abençoe e continue Te Inspirando Imensamente nesta empreitada de buscar conhecer e entender mais profundamente a Palavra, trazendo-a a todos que aqui visitam de forma simples, porém primoroza.
Obrigado irmã, toda honra e toda glória ao Senhor. Que Deus continue te abençoando ricamente.
ExcluirNÃO ENTENDI, o homem perdeu o conhecimento? escolhendo o mal? perceberam que estavam nus? a nudez percebida pelo casal, era uma espécie de premonição daquilo que fariam com o corpo, daquele dia em diante? acho que o que eles perderam, é aquilo que o sacrifício de Cristo restabeleceu na vida do homem: a comunhão plena, a possibilidade do homem ter a companhia de seu criador, não apenas no final da tarde, mas todas as horas do dia. Sem essa comunhão o homem está exposto a ira de Deus, e a morte é seu destino. Acho que a roupa confeccionada pelo homem era uma tentativa inútil de se proteger diante de Deus, que antes não precisava. Ninguém se esconde do olhar divino do criador. O homem pecador não suporta a presença SANTA do Senhor, ele seria fulminado, pereceria instantaneamente. Tanto que Deus trocou suas roupas (trapos de imundícies, folhas de figueiras), por pele de animal sacrificado (cordeiro) para vestir o homem, isso para não serem fulminados por sua presença, fogo que consome o pecado. O próprio Deus providenciou algo correto para o homem vestir.
ResponderExcluirGostei muito. Entretanto, gostaria que voce enfrentasse a questão de por que os índios nao possuem vergonha de estar nus?
ResponderExcluirMas malícia têm como todos. E se confrontados com o evangelho passam a ter vergonha...
ExcluirSim
Excluirparabens pelos textos originais
ResponderExcluirGostei muito,nós leva a esquadrinhar as escrituras
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