Pular para o conteúdo principal

SOMOS TODOS FILHOS DA PROMESSA

É bem verdade que as epístolas de Paulo possuem alguns textos que são difíceis de compreender, o apóstolo Pedro reconheceu esse fato (2Pe. 3.16), no entanto muitos trechos das epístolas paulinas são extremamente claros, não obstante sua profundidade teológica.
Um exemplo de texto profundo, porém claro, do apóstolo dos gentios encontramos no trecho que se inicia no versículo 15 do capítulo 3 e vai até o versículo 7 do capítulo 4 da epístola de Paulo aos gálatas.
Nesse texto o apóstolo está falando, dentre outras coisas, sobre a Lei e a Graça. Quero destacar aqui o momento em que Paulo se refere a nossa condição de filhos da promessa.

A promessa

No versículo 16 do capítulo 3 da epístola aos gálatas, Paulo escreve: “Ora, as promessas foram feitas a Abraão e ao seu descendente. Não diz: E aos descendentes, como se falando de muitos, porém como de um só: E ao teu descendente, que é Cristo. ” ( Gl. 3.16).
Nesse versículo Paulo está se referindo à promessa feita por Deus a Abrão e relatada no livro de Gênesis, capítulo 12, versículo 7, onde encontramos na versão de João Ferreira de Almeida Revista e Atualizada o seguinte texto: “Apareceu o SENHOR a Abrão e lhe disse: Darei à tua descendência esta terra. Ali edificou Abrão um altar ao SENHOR, que lhe aparecera. ” (Gn. 12.7).
1Sm. 2.9
Todos sabemos que posteriormente, de fato, aquelas terras foram dadas por Deus ao povo de Israel, descendentes de Abraão, no entanto, Paulo nos esclarece que aquela promessa era muito mais que material, não se referia apenas a entregar campos aos hebreus, mas era uma promessa espiritual e se referia ao anúncio da missão de Cristo Jesus que viria à terra nascido de mulher, sendo assim descendente de Abraão, porém sendo Ele mesmo o verbo que se fez carne (Jo. 1.14).
De fato, no original em hebraico a palavra utilizada nesse versículo do livro de Gênesis é זַרְעֲ (zar`akha) que significa semente, descendente. A palavra é utilizada no singular dando a entender se tratar de uma unidade, um único indivíduo e não de muitos como sugere a palavra portuguesa descendência. Não obstante, em outros contextos a mesma palavra זַרְעֲ (zar`akha) é utilizada nas escrituras com o significado que pode ser entendido como descendência.
Me refiro a palavra em língua portuguesa porque em todas as versões de nossa língua a que tive acesso a palavra utilizada é “descendência” e não “descendente”, como afirma ser correto, para esse versículo, o apóstolo Paulo, no entanto na versão em espanhol Reina Valera (1909) é utilizada a palavra “simiente” (semente) e na King James Version (em inglês) a palavra utilizada é “seed” que também significa semente, portanto ambas mais próximas do original.
Diante de tão clara explanação de Paulo em sua epístola, talvez fosse o caso de os tradutores dos originais para a nossa língua revisarem a tradução desse versículo do livro de Gênesis citado pelo apóstolo.

Jesus Cristo

O fato é que, conforme nos esclarece Paulo, as promessas de Deus se referiam a seu descendente Jesus e por intermédio dEle a todos que nEle crerem, a quem é dado o direito de serem chamados seus filhos (Jo.1.12), ou seja, a todos nós que crermos em Cristo como nosso Senhor e Salvador.
As promessas de possuir a terra não estavam circunscritas a apenas uma nação ou a um povo, nem a nenhum grupo seleto de iniciados, mas a todos que entregarem sua vida a Jesus, a semente de Abraão, seu descendente, Filho de Deus.
Porém, essa posse da terra não é tão somente material, pois o reino de Jesus não é desse mundo (Jo. 18.36), mas sim a posse como herdeiros do Senhor a quem tudo pertence (Sl. 24.1), não é a posse pela força, pois não é por ela que o homem se estabelece (1Sm. 2.9), mas pela Graça de Deus.

Deixemos, pois de ser filhos do mundo e passemos a ser filhos da promessa crendo no filho daquele que a fez...

O alcançar as promessas não depende de cumprir rituais ou seguir de forma legalista a Lei, mas da fé em Jesus (Gl. 3.22), por isso, como diz Paulo não pode haver judeu nem grego; nem escravo nem liberto; nem homem nem mulher; porque todos nós somos um em Cristo Jesus (Gl. 3.28).
Cumprir as leis do Senhor torna-se um prazer para aqueles que verdadeiramente O amam (Sl. 119.92) e o obedecer a Deus passa a fazer parte do nosso caráter de crente, pois o Senhor envia ao nosso coração o Espírito de Seu Filho, que clama Aba, Pai (Gl. 4.6).
Dessa forma, deixamos de ser escravos e nos tornamos filhos de Deus e, portanto, seus herdeiros (Gl. 4.7) da mesma forma que Abrão que em Deus se tornou Abraão.
Deixemos, pois de ser filhos do mundo e passemos a ser filhos da promessa crendo no filho daquele que a fez em espírito e em verdade (Jo. 4.24) e passemos a viver cada minuto de nossa vida para honrar e glorificar o Seu Nome (1Co. 10.31).

Gostou desta postagem? Comente, compartilhe, recomende. Utilize os botões abaixo para postar esse texto em sua rede social, colocar em seu blog ou enviar por e-mail para seus amigos. Ajude a divulgar a Palavra de Deus. 

Comentários

  1. Ajudou a compreender quem são os filhos da promessa. Muito boa a matéria e faz expandir melhor o contexto da palavra de Deus.
    Parabéns. Muito bom.

    ResponderExcluir

Postar um comentário

Compartilhe