As
Sagradas Escrituras nos falam algumas vezes a respeito do nosso coração, no
entanto em algumas passagens parece haver divergência de opiniões a respeito do
valor ou ao menos da confiabilidade dele.
Evidentemente
não me refiro ao funcionamento deste órgão do corpo humano e nem mesmo ao órgão
em si, mas a sua identificação como sede de nossos sentimentos.
E
menciono aparente contradição porque se na Palavra de Deus encontramos a
afirmação de que “enganoso é o coração, mais do que todas as coisas, e
desesperadamente corrupto” (Jr. 17.9), também encontramos que “dele procedem as
fontes da vida. ” (Pv. 4.23).
Até
que ponto, podemos perguntar, segundo a Palavra de Deus, nosso coração, tomado
como sede de nossos sentimentos, é confiável para nos guiar nas escolhas
necessárias durante a nossa existência neste mundo?
Na
verdade, a pergunta mais correta a se fazer é: quando o nosso coração é
confiável como guia nas decisões necessárias?
A confiabilidade do coração
Jesus
nos ensinou que “a boca fala do que está cheio o coração” (Lc. 6.45), portanto
a confiabilidade do nosso coração como guia vai depender de qual conteúdo ele
estiver cheio. Se a sede de nossos sentimentos estiver repleta da Palavra do
Senhor, se estiver sinceramente dedicada a buscar a Deus inteiramente (2Cr.19.9), então será um guia confiável nos momentos de fazermos escolhas difíceis,
porém se for um coração indolente, mais afeito aos prazeres do mundo e
desinteressado em Deus, então nosso coração será um cego a guiar outro, e ambos
cairão no buraco (Mt. 15.14).
Não
queiramos transformar a Palavra de Deus em uma releitura moderna de Platão,
para quem os sentidos sempre são maus condutores e inevitavelmente nos
conduzirão ao erro e, por isso, devem ser negados em favor da razão.
De
fato, nossos órgãos dos sentidos, nosso corpo e nosso coração sempre nos
levarão ao pecado, e com ele à morte, se nos comprazemos nele e não buscamos a
Deus.
Porém,
se buscarmos nos afastar de nossas tendências pecaminosas, herdadas de Adão e
Eva, e nos apegarmos a Cristo, nosso corpo e nosso coração serão efetivamente
templo do Espirito Santo e Ele nos ensinará todas as coisas (Jo. 14.26) e nos
guiará no caminho que devemos escolher (Sl. 25.12).
Um bom guia
Em
um texto anterior intitulado Nossos Olhos abordei a passagem bíblica onde nosso
Senhor nos ensina que “São os teus olhos a lâmpada do teu corpo; se os teus
olhos forem bons, todo o teu corpo será luminoso; mas, se forem maus, o teu
corpo ficará em trevas. Repara, pois, que a luz que há em ti não sejam trevas.
Se, portanto, todo o teu corpo for luminoso, sem ter qualquer parte em trevas,
será todo resplandecente como a candeia quando te ilumina em plena luz. ” (Lc.11.34-36).
Da
mesma forma se nosso coração for todo luminoso, e só o será se estivermos com
Jesus, poderá, quando necessário, se nos apresentar como guia confiável pois
estará fundamentado na Palavra do Senhor.
Não
é demais lembrarmos que para termos o coração repleto de Deus não basta
sentarmos em um banco de uma igreja, fazermos ofertas ou lermos esporadicamente
a bíblia, mas é necessário buscarmos ao Senhor com inteireza de coração (2Cr.19.9) e o amarmos de todo o nosso coração, toda nossa alma e de toda a nossa
força (Dt. 6.5).
Não queiramos transformar a Palavra de Deus em uma releitura moderna de Platão, para quem os sentidos sempre são maus condutores...
Cristo
já nos alertou que naquele dia muitos dirão Senhor, Senhor mas ouvirão de Jesus
que Ele nunca os conheceu (Mt. 7.22-23).
Ouçamos,
pois, a recomendação de Paulo aos colossenses quando diz “Seja a paz de Cristo
o árbitro em vosso coração” (Cl. 3.15) e deixemos Jesus viver em nós (Gl. 2.20),
porque somente dessa forma ficaremos seguros de estarmos sendo sempre guiados
pelo caminho que nos leva a abundância da salvação.
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