Quem já se aprofundou um pouco no estudo das Escrituras Sagradas sabe que o Antigo Testamento é repleto de revelações acerca de Jesus Cristo. É dito que o Novo Testamento está oculto no Antigo e que o Antigo Testamento é revelado no Novo.
A Revelação
Uma das revelações a respeito de
Jesus como Deus eterno, uma das pessoas da Trindade, encontramos no livro de
Provérbios quando diz: “O SENHOR me possuía no início de sua obra, antes de
suas obras mais antigas. Desde a eternidade fui estabelecida, desde o
princípio, antes do começo da terra. Antes de haver abismos, eu nasci, e antes
ainda de haver fontes carregadas de águas. Antes que os montes fossem firmados,
antes de haver outeiros, eu nasci. Ainda ele não tinha feito a terra, nem as
amplidões, nem sequer o princípio do pó do mundo. Quando ele preparava os céus,
aí estava eu; quando traçava o horizonte sobre a face do abismo; quando firmava
as nuvens de cima; quando estabelecia as fontes do abismo; quando fixava ao mar
o seu limite, para que as águas não traspassassem os seus limites; quando
compunha os fundamentos da terra; então, eu estava com ele e era seu arquiteto,
dia após dia, eu era as suas delícias, folgando perante ele em todo o tempo”
(Pv. 8. 22-30).
É fácil perceber que o texto se refere a alguém que estava com Deus desde a eternidade, “antes de suas obras mais antigas” (v. 22), “antes do começo da terra” (v. 23) construindo com Deus todas as coisas, sendo seu arquiteto (v. 30).
É quase intuitivo fazermos a
relação entre esse alguém descrito no texto de Provérbios e o Verbo a quem se
refere o apóstolo João quando escreve: “No princípio era o Verbo, e o Verbo
estava com Deus, e o Verbo era Deus. Ele estava no princípio com Deus. Todas as
coisas foram feitas por intermédio dele, e, sem ele, nada do que foi feito se
fez.” (Jo. 1. 1-3). Ao lermos o restante do texto do evangelista percebemos que
ele se refere a Jesus Cristo, o Verbo de Deus. Entendemos então que Provérbios
8 se refere ao verbo de Deus, a Jesus Cristo.
A Sabedoria e o Verbo
No entanto quando observamos
desde o início do capítulo 8 de Provérbios percebemos que todo o capítulo,
inclusive o texto citado, se refere à sabedoria, pois ela se apresenta em
diversos versículos como por exemplo: “Não clama, porventura, a Sabedoria, e o
Entendimento não faz ouvir a sua voz?” (Pv. 8.1); “Eu, a Sabedoria, habito com
a prudência e disponho de conhecimentos e de conselhos.” (Pv. 8.12).
A nossa geração precisa conhecer mais desse Jesus que foi, é e sempre será Deus...
Embora possa parecer que os dois
textos se referem a pessoas diferentes, essa dificuldade é facilmente resolvida
quando observamos ambos os textos nos idiomas em que foram escritos: Provérbios
na língua hebraica e o Evangelho de João na língua grega.
Em Provérbios a palavra utilizada
para sabedoria é חכמה
(châkhemâh) que significa sabedoria, inteligência e também arte, talento,
ciência, portanto não apenas uma sabedoria teórica, mas também prática, uma
sabedoria relacionada a ação. No Evangelho de João, o evangelista utiliza a
palavra grega λόγος (lógos)
que, entre outras coisas, significa verbo, mas também inteligência, razão,
lógica, motivo. Percebemos, portanto, que ambos os escritores se referem ao
mesmo alguém que estava junto a Deus no momento da criação, e esse alguém é
Jesus Cristo, a segunda pessoa da Trindade: Deus Pai, Filho e Espírito Santo. A
esse respeito já falava Justino lá no Século II e também outros apologistas.
A nossa geração precisa conhecer
mais desse Jesus que foi, é e sempre será Deus, pois apenas Ele é o caminho, a
verdade e a vida (Jo. 14.6).
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