Na Primeira Parte deste estudo observamos o paralelo que existe entre o clamor de Abraão em favor dos moradores de Sodoma e outros relatos de clamores feitos por outras personagens bíblicas. Também percebemos, nesse relato, a indicação tipológica da posição de mediador por excelência entre Deus e o homem característica de Jesus Cristo. Neste post abordaremos a posição de relevância daqueles que são justificados em Cristo para a sustentação da própria sociedade.
A Carência da Sociedade
Veja, quando Abraão se dispõe a
clamar pela salvação dos justos de Sodoma Deus consente em não destruir a
cidade caso houvesse ali cinquenta justos, depois quarenta e cinco, depois
quarenta, depois trinta, depois vinte e por fim dez e em todas as concessões divinas
o Senhor afirma que pouparia a cidade por amor a eles, os justos.
O texto bíblico revela que o povo de Sodoma era mau e pecador (Gn. 13. 13), assim também os sodomitas não faziam parte da descendência de Abraão e, portanto, não comungavam da Aliança que Deus havia feito com o patriarca, no entanto Deus não pode negar-se a si mesmo e assim haveria de amar os justos (seja de onde fossem) e lhes prover de vida.
Quando uma sociedade carece de
justiça, no sentido amplo da palavra e não em conotação jurídica, falta-lhe as
colunas de sustentação que podem mantê-la de pé. A falta da noção de justiça
pressupõe a falta da verdade, um dos atributos de Deus, e quando esta atinge as
relações mais íntimas a vida social se destrói em virtude da desconfiança
generalizada.
Nossa Posição
Aquele que é justificado na fé,
assim como era Abraão, torna-se a expressão terrena, ainda que imperfeita, de
um atributo divino e, portanto, ponto estrutural de qualquer sociedade. Os
possíveis justos de Sodoma, apenas por serem justos, ainda que fossem poucos,
teriam sido responsáveis pela manutenção da cidade.
É importante notarmos a
relevância de nosso papel enquanto justificados em Cristo Jesus para a
continuação das sociedades humanas. Da mesma forma devemos atentar para a nossa
responsabilidade em permanecermos na fé, porque de alguma forma o mundo é
sustentado pela fidelidade dos justos, uma vez que a graça de Deus é a eles
ofertada.
Ao contrário do que pensava
Auguste Comte em sua teoria dos três estados, o pensamento científico não é
capaz de excluir o pensamento teológico e metafísico, mas complementá-los. O
sentimento religioso é essencial para a humanidade. A bíblia, ao contrário do
que pensava Voltaire, nunca se tornou nem se tornará caída em desuso, pois é a
Palavra de Deus e como tal, inspiração, força, orientação, consolo e sabedoria
dos justos e, por conseguinte, ferramenta fundamental para a coesão social
tanto no ocidente como também no oriente.
É importante notarmos a relevância de nosso papel enquanto justificados em Cristo Jesus para a continuação das sociedades humanas.
O justo viverá pela fé (Hc. 2.4),
não uma simples crença individualista, egocêntrica, estática, mas uma fé que
produz obras (Tg. 2.26) sendo a expressão humana da misericórdia e da verdade
de Deus e, por isso mesmo, constituindo-se em coluna de sustentação das
sociedades humanas, ainda que nem todas a reconheçam, ainda que algumas até mesmo
a persigam, mas o simples fato de se fazer justiça no justificado alcança a
longanimidade de Deus.
Nunca abandone a sua posição de
justo em Cristo Jesus, pois assim como da justiça de apenas dez dependia a
salvação de Sodoma, da sua, talvez, dependa o mundo inteiro.
Encerramos aqui este rápido
estudo que, para mim, foi muito gratificante e espero que tenha sido também
para os irmãos e irmãs. Desejo que o Espírito Santo fale mais aos nossos
corações.
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Deus.
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