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A IMPORTÂNCIA DO JUSTO - PARTE 2

Na Primeira Parte deste estudo observamos o paralelo que existe entre o clamor de Abraão em favor dos moradores de Sodoma e outros relatos de clamores feitos por outras personagens bíblicas. Também percebemos, nesse relato, a indicação tipológica da posição de mediador por excelência entre Deus e o homem característica de Jesus Cristo. Neste post abordaremos a posição de relevância daqueles que são justificados em Cristo para a sustentação da própria sociedade.

A Carência da Sociedade

Veja, quando Abraão se dispõe a clamar pela salvação dos justos de Sodoma Deus consente em não destruir a cidade caso houvesse ali cinquenta justos, depois quarenta e cinco, depois quarenta, depois trinta, depois vinte e por fim dez e em todas as concessões divinas o Senhor afirma que pouparia a cidade por amor a eles, os justos.

Tg. 2.26

O texto bíblico revela que o povo de Sodoma era mau e pecador (Gn. 13. 13), assim também os sodomitas não faziam parte da descendência de Abraão e, portanto, não comungavam da Aliança que Deus havia feito com o patriarca, no entanto Deus não pode negar-se a si mesmo e assim haveria de amar os justos (seja de onde fossem) e lhes prover de vida.

Quando uma sociedade carece de justiça, no sentido amplo da palavra e não em conotação jurídica, falta-lhe as colunas de sustentação que podem mantê-la de pé. A falta da noção de justiça pressupõe a falta da verdade, um dos atributos de Deus, e quando esta atinge as relações mais íntimas a vida social se destrói em virtude da desconfiança generalizada.

Nossa Posição

Aquele que é justificado na fé, assim como era Abraão, torna-se a expressão terrena, ainda que imperfeita, de um atributo divino e, portanto, ponto estrutural de qualquer sociedade. Os possíveis justos de Sodoma, apenas por serem justos, ainda que fossem poucos, teriam sido responsáveis pela manutenção da cidade.

É importante notarmos a relevância de nosso papel enquanto justificados em Cristo Jesus para a continuação das sociedades humanas. Da mesma forma devemos atentar para a nossa responsabilidade em permanecermos na fé, porque de alguma forma o mundo é sustentado pela fidelidade dos justos, uma vez que a graça de Deus é a eles ofertada.

Ao contrário do que pensava Auguste Comte em sua teoria dos três estados, o pensamento científico não é capaz de excluir o pensamento teológico e metafísico, mas complementá-los. O sentimento religioso é essencial para a humanidade. A bíblia, ao contrário do que pensava Voltaire, nunca se tornou nem se tornará caída em desuso, pois é a Palavra de Deus e como tal, inspiração, força, orientação, consolo e sabedoria dos justos e, por conseguinte, ferramenta fundamental para a coesão social tanto no ocidente como também no oriente.

É importante notarmos a relevância de nosso papel enquanto justificados em Cristo Jesus para a continuação das sociedades humanas. 

O justo viverá pela fé (Hc. 2.4), não uma simples crença individualista, egocêntrica, estática, mas uma fé que produz obras (Tg. 2.26) sendo a expressão humana da misericórdia e da verdade de Deus e, por isso mesmo, constituindo-se em coluna de sustentação das sociedades humanas, ainda que nem todas a reconheçam, ainda que algumas até mesmo a persigam, mas o simples fato de se fazer justiça no justificado alcança a longanimidade de Deus.

Nunca abandone a sua posição de justo em Cristo Jesus, pois assim como da justiça de apenas dez dependia a salvação de Sodoma, da sua, talvez, dependa o mundo inteiro.

Encerramos aqui este rápido estudo que, para mim, foi muito gratificante e espero que tenha sido também para os irmãos e irmãs. Desejo que o Espírito Santo fale mais aos nossos corações.

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