Na PRIMEIRA PARTE deste estudo
percebemos que quando o escritor da Carta os Hebreus, diz que Jesus foi tentado
em todas as coisas não está se referindo a uma diversidade de milhares, talvez
milhões, de espécies de tentações diferentes. No post de hoje falaremos a
respeito das tentações com que Satanás tentou a Eva e também a Jesus.
Tomemos inicialmente o livro de
Gênesis no relato da queda de Eva: “Vendo a mulher que a árvore era boa para se
comer, agradável aos olhos e árvore desejável para dar entendimento, tomou-lhe
do fruto e comeu e deu também ao marido, e ele comeu.” (Gn. 3.6). Aqui está a
origem do pecado que degenerou a criação e cuja semente é transmitida de
geração em geração nos tornando a todos réus de morte eterna.
Vejamos agora as palavras de
João: “porque tudo que há no mundo, a concupiscência da carne, a concupiscência
dos olhos e a soberba da vida, não procede do Pai, mas procede do mundo.” (1Jo.
2.16).
Percebamos que a essência de ambos os relatos é a mesma, a essência das tentações relatadas são a mesma, porém Adão e Eva sucumbiram, Jesus passou sem pecado.
E por fim vejamos o relato da
tentação de Jesus no deserto: “Então, o tentador, aproximando-se, lhe disse: Se
és Filho de Deus, manda que estas pedras se transformem em pães. Jesus, porém,
respondeu: Está escrito: Não só de pão viverá o homem, mas de toda palavra que
procede da boca de Deus. Então, o diabo o levou à Cidade Santa, colocou-o sobre
o pináculo do templo e lhe disse: Se és Filho de Deus, atira-te abaixo, porque
está escrito: Aos seus anjos ordenará a teu respeito que te guardem; e: Eles te
susterão nas suas mãos, para não tropeçares nalguma pedra. Respondeu-lhe Jesus:
Também está escrito: Não tentarás o Senhor, teu Deus. Levou-o ainda o diabo a
um monte muito alto, mostrou-lhe todos os reinos do mundo e a glória deles e
lhe disse: Tudo isto te darei se, prostrado, me adorares. Então, Jesus lhe
ordenou: Retira-te, Satanás, porque está escrito: Ao Senhor, teu Deus,
adorarás, e só a ele darás culto.” (Mt. 4. 3-10).
A essência das tentações
Se observarmos com atenção
percebemos que em essência o pecado ao qual sucumbiram Adão e Eva é o mesmo com
que Satanás tentou a Jesus. E ambos estão representados nas palavras do
evangelista João.
Quando o texto de Gênesis diz que
Eva viu que a árvore era boa de se comer, está representando as tentações
ligadas às necessidades físicas, fisiológicas, assim também é quando Satanás
sugere a Jesus, que se encontrava há quarenta dias sem comer, transformar as
pedras em pães. Tais tentações João chama de concupiscência da carne.
Quando o texto de Gênesis diz que a árvore era agradável aos olhos, está representado as tentações ligadas aos sentimentos, aos desejos, à cobiça. Assim também ocorre quando Satanás mostrou a Jesus os reinos do mundo e os ofereceu todos a Ele. Tal categoria de tentação o evangelista João denomina de concupiscência dos olhos.
Quando o relato do livro de
Gênesis diz que a mulher viu que a árvore era desejável para dar entendimento,
está representando a classe de tentação que está relacionada com a
supervalorização do Ego, com o egoísmo, com a prepotência. É bom lembrar que o
argumento que o Inimigo usou para acusar a Deus e convencer a Eva era de que o
Senhor havia proibido o primeiro casal a comer do furto da árvore porque não
queria que eles se tornassem iguais a Ele próprio, Deus. O desejo de ser, ou
parecer, mais do que era foi um dos componentes que provocaram a queda. Da
mesma forma quando Satanás sugere a Jesus provar que era Filho de Deus se
atirando abaixo, na esperança de que os anjos O guardassem, estava querendo
fazem com que Cristo fosse prepotente exibindo o Seu poder e a Sua filiação
divina. À essa categoria de tentação o evangelista João dá o nome de soberba da
vida.
As tentações de Jesus
Percebamos que a essência de
ambos os relatos é a mesma, a essência das tentações relatadas são a mesma,
porém Adão e Eva sucumbiram, Jesus passou sem pecado.
Do pecado de Adão e Eva surgiu a
semente pecaminosa que carregamos já quando nascemos, pois do primeiro casal
foi formada a raça humana. Jesus foi tentado na mesma essência de tentação,
porém não pecou. Sua expiação então nos substitui na pena do pecado que dá
origem a todos os outros que hoje cometemos pois foi praticado por aqueles que
geraram à raça e dos quais somos descendentes.
Portanto Jesus não foi tentado em
toda espécie de pecados que existe hoje, Ele não foi tentado a roubar a galinha
vermelha do vizinho, por exemplo, mas foi tentado na essência de todos os
pecados. É nesse sentido que o escritor da Carta aos Hebreus diz que Ele foi
tentado em todas as coisas (Hb. 4.15). Porém uma vez que Ele foi tentado na
essência da tentação que dá origem à todas as tentações que conhecemos hoje, e
mesmo das que não conhecemos, Ele, e só Ele, de fato é poderoso para socorrer
os que são tentados (Hb. 2.18).
Sendo assim, quando nos
comprazemos em viver no pecado, estamos desprezando o sacrifício vicário que
nos livrou da pena da morte eterna e estamos, por nós mesmos, reestabelecendo a
nossa punição.
Encerramos aqui este rápido
estudo que, para mim, foi muito gratificante e espero que tenha sido também
para os irmãos e irmãs. Desejo que o Espírito Santo fale mais aos nossos
corações.
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