No
texto de hoje quero tratar de um tema que, muitas vezes, é mal compreendido no
meio cristão, a saber: o sofrimento.
Encontramos
no verso 2 do capítulo 26 de Provérbios a afirmação de que a “maldição sem
causa não se cumpre” (Pv. 26.2), porém, o que, de fato, isso significa?
Tomemos
como objeto de estudo inicial o livro Deuteronômio. No capítulo 28, em seus
primeiros 14 versículos, encontramos as bênçãos que, Deus afirmou, seguiriam e
alcançariam o povo hebreu caso ele ouvisse a voz do Senhor e guardasse todos os
seus mandamentos (Dt. 28.1.14).
Porém,
do versículo 15 ao versículo 68, Deus descreve as maldições que, da mesma forma
que as bênçãos, também seguiriam e alcançariam o povo hebreu caso ele não
ouvisse a voz do Senhor e cumprisse seus mandamentos e seus estatutos (Dt.28.15-68).
No
capítulo 30 do mesmo livro Deuteronômio, no versículo 19, Deus afirma que
propôs ao povo hebreu a vida e a morte, a benção e a maldição e recomenda a que
o povo escolha a vida para que vivam eles e sua descendência (Dt. 30.19).
A maldição
Percebemos,
ao analisarmos os textos citados, que a maldição e seu sofrimento perene, são
decorrência da nossa escolha entre amar a Deus ou não, entre ouvir Sua voz ou
não, em andar como Ele andou ou não (1Jo. 2.6). O apóstolo Paulo, afirma em sua
carta aos romanos, que Deus entrega os homens que detêm a verdade pela
injustiça, à imundícia, pelas concupiscências de seu próprio coração e que tais
homens recebem em si mesmos a merecida punição de seu erro (Rm. 1.18-27). O
mesmo apóstolo afirma que se andarmos em espírito jamais satisfaremos a
concupiscência da carne (Gl. 5.16).
Isso
significa que o cristão que anda firme nos preceitos do Senhor não sofre? De
forma nenhuma, o próprio Jesus afirmou que no mundo teríamos aflições (Jo.16.33), mas o Senhor também afirmou que, embora as aflições dos justos sejam
muitas, Ele o livrará de todas (Sl. 34.19).
Ocorre,
que, frequentemente, confundimos maldição com tribulação. A maldição é
consequência das nossas escolhas e não se finda até nos arrependermos dos
nossos erros e, em Cristo, nos tornarmos novas criaturas (2Co. 5.17).
A
tribulação, embora muitas vezes também seja consequência de nossas escolhas
individuais, pode ser apenas um reflexo do mundo pecaminoso em que vivemos, por
exemplo: você está dirigindo seu carro em uma via movimentada quando de repente
um motorista embriagado perde o controle do carro e causa uma colisão em seu
veículo. Foi escolha sua ter seu carro atingido pelo carro do motorista
alcoolizado? Não. Também é ilógico pensar que o tal motorista se embriagou com
a única intensão de bater em seu carro, portanto, a batida em si não foi
escolha consciente de nenhum dos dois motoristas.
Costumo
usar a imagem do mar para representar o mundo em que vivemos: as vezes pensamos
que o pecado do mundo é como as ondas da praia: quando estamos andando pela
areia, as vezes elas, as ondas, chegam levemente até nossos pés, mas basta nos
desviarmos um pouco do trajeto que fazíamos e nos distanciarmos mais da água
que as ondas não nos atingirão.
O pecado do mundo
No
entanto a verdade é que o pecado do mundo é como o mar e nós estamos no meio
dele. Se estivermos sós, estaremos mergulhados, e por mais que nademos, por
mais que nos debatamos uma hora nos afogaremos e pereceremos. Porém se estamos
com Cristo, estaremos em seu barco e Ele nos guiará a um porto seguro.
Ainda
assim, mesmo no barco, o revolver das águas do oceano, pode sim, vez por outra,
nos molhar levemente, mas o capitão estará no controle. De mesma forma o pecado
do mundo, pode, as vezes, nos atingir e nos causar sofrimento, mas se
continuarmos no “barco do Senhor”, Ele enxugará as nossas lágrimas (Ap. 21.4).
A tribulação, embora muitas vezes também seja consequência de nossas escolhas individuais, pode ser apenas um reflexo do mundo pecaminoso...
Portanto,
deduzirmos que qualquer irmão que passa por uma tribulação é culpado de se
afastar do Senhor e que algum pecado existe em sua vida, é leviano, anticristão
e um pecado. Porém aceitar que passarmos uma vida inteira de sofrimento é
vontade de Deus demonstra que não cremos no amor do Pai que, ainda que nossos
pais nos abandonassem, jamais nos deixaria nem desampararia (Sl. 27.10). Lembremos
que o Senhor não pode ser tentado pelo mal e a ninguém tenta. (Tg. 1.13).
Se
nossa vida é de luta constante e os problemas nunca se resolvem, apenas se
transubstanciam, passemos a analisar nosso proceder diante de Cristo. Pode
estar nos faltando sabedoria em nossas escolhas e pode ser que estejamos, nós
mesmos, escolhendo a maldição para nossas vidas. Podemos estar deixando de
ouvir a voz do Senhor e insistindo em caminhos que não é o que Deus escolheu
para nós.
Porém,
tal avaliação é algo pessoal, entre nós e Deus. Entremos, pois, em nosso
quarto, fechemos a porta e peçamos orientação ao Pai, e Ele que nos ouve em
secreto (Mt. 6.6) nos orientará em todas as coisas (Jo. 14.26).
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Muito bom! Deus e amor, porém o justo juiz?
ResponderExcluirE quando nos arrependemos( deixando o pecado) Deus é Fiel e Justo p nos ajudar e nos Abençoar! Deus é Poderoso e Fiel sempre!
Paz seja com vosco muito boa a explanação do texto Deus abençoe sempre.
ResponderExcluirSe eu estou andando nos caminhos do Senhor a maldição sem causa ñ prosperará
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