Dando
prosseguimento a nosso estudo sobre a oração ensinada por Jesus, o Pai Nosso,
hoje analisaremos o terceiro verso desta profunda oração que, longe de ser uma
“receita pronta”, revela, na verdade, como devemos nos colocar diante de Deus
no momento de falarmos com Ele e em toda a nossa vida.
Na
Primeira Parte deste estudo analisamos o primeiro verso da oração do Senhor,
quando Ele nos ensina a iniciarmos dizendo: “Pai nosso que estás nos céus,
santificado seja o teu nome” (Mt. 6.9).
Na
Segunda Parte deste estudo entendemos como Jesus nos ensina que a prioridade em
nossa vida deve ser o Reino de Deus e a Sua vontade, no sentido de que devemos
nos sujeitar ao Senhor e desejar sempre que se faça em nossa vida, não a nossa
vontade, mas a dEle.
No
texto de hoje analisaremos o terceiro verso da oração do Senhor que diz: “o pão
nosso de cada dia dá-nos hoje” (Mt. 6.11), no Evangelho de Lucas encontramos:
“o pão nosso cotidiano dá-nos dia em dia” (Lc. 11.3).
O Pão
Notemos
aqui que Jesus não ensina-nos a pedir prosperidade, riquezas ou fama, mas
apenas o necessário, aquilo que nos for suficiente, que Ele representa pelo
pão, o pão de cada dia.
Encontramos
em Provérbios, capítulo 30, versos 7 a 9 um pedido parecido, feito por Agur,
filho de Jaque, de Massá; nele, aquele homem pede duas coisas ao Senhor: que o
afaste da mentira e da falsidade e que “não me dês nem a pobreza nem a riqueza;
dá-me o pão que me for necessário; para não suceder que, estando eu farto, te
negue e diga: Quem é o Senhor? Ou que, empobrecido, venha a furtar e profane o
nome de Deus” (Pv. 30. 7-9).
Percebamos
a sabedoria do pedido, pois, embora, ele esteja fazendo um pedido para si (o
pão necessário) a preocupação básica daquela solicitação era o Senhor, como
ele, Agur, se portaria diante de Deus de acordo com o que recebesse, pois,
segundo ele, poderia negar ao Senhor se recebesse muito, ou profanar Seu nome
se ficasse empobrecido.
Lembremos
também do relato contido no livro de Êxodo, quando Deus, envia o Maná a seu
povo, para que comessem enquanto atravessavam o deserto. A ordem de Deus era
para que cada pessoa recolhesse diariamente apenas o necessário para se
alimentar e não guardasse para o dia seguinte, não acumulasse, exceto no sexto
dia, pois deveriam colher duas porções para que não o fizessem no dia sábado
(Ex. 16). Nesse relato, Deus também está ensinando sobre agradarmo-nos do que é
suficiente para nós.
Se
voltarmos aos Evangelhos de Mateus e Lucas, percebemos que em Mateus, no mesmo
capítulo seis onde lemos a oração do Senhor, um pouco mais adiante, encontramos
Jesus nos aconselhando a não acumular tesouros sobre a terra onde a ferrugem e
a traça corroem e onde os ladrões escavam e roubam, mas sim no céu (Mt. 6.19.20) e nos recomendando também a não andarmos ansiosos pela vida (Mt. 6.25),
pois o amanhã trará os seus cuidados (Mt. 6.34) e o que devemos fazer é buscar
o reino de Deus e Sua justiça (Mt. 6.33).
O que realmente importa
Em
Lucas, no final do capítulo 10, pouco antes do relato da oração do Senhor, no
início do capitulo 11, encontramos Jesus respondendo a Marta que se queixara ao
Mestre de que sua irmã, Maria, a deixara sozinha ocupada com os serviços de
casa e a servir, enquanto ela ficava aos pés de Cristo ouvindo Seus
ensinamentos: Marta! Marta! – disse Jesus- Andas inquieta e te preocupa com
muitas coisas. Entretanto, pouco é necessário ou mesmo uma só coisa; Maria,
pois, escolheu a boa parte, e esta não lhe será tirada (Lc. 10. 38-42).
Em muitos
outros textos bíblicos encontramos ensinamentos do Senhor a respeito de
evitarmos a ganância, a soberba, a opulência, o acumular bens e a nos
satisfazermos com o que é suficiente para nós.
...o que o Senhor quer que aprendamos, na verdade, é que riqueza, sucesso e poder não devem ser o foco de nossa vida...
Quando
Jesus nos recomenda a pedirmos ao Pai o “pão de cada dia” Ele está, em Sua
infinita sabedoria, nos dando dois valiosos ensinamentos: 1 - O de nos
colocarmos na dependência completa do Senhor, pedindo-Lhe até mesmo o básico, o
alimento, mesmo sabendo que o Senhor conhece todas as nossas necessidades (Mt.6.32). 2 – O de que devemos nos
satisfazer com o que for suficiente para nós e não estarmos ansiosos quanto ao
dia de amanhã.
Isso
quer dizer que Deus é contra a riqueza? Que a prosperidade é uma maldição? Que
desejar bem estar financeiro ou êxito profissional é pecado? Não, de forma
nenhuma, a própria Palavra de Deus diz que riquezas, bens e o gozo do fruto do
trabalho pode ser um dom dado por Deus (Ec. 5.19), o que o Senhor quer que
aprendamos, na verdade, é que riqueza, sucesso e poder não devem ser o foco de
nossa vida, mas que devemos sempre, em todas as situações, buscarmos, em
primeiro lugar, a vontade e a justiça de Deus e a glorificação do Seu Santo
nome.
Na
nossa próxima postagem do blog Preceitos de Fé continuaremos este estudo,
analisando mais um verso da maravilhosa e inspiradora oração que Cristo nos
ensinou, então até lá.
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