É bem verdade que seculares
estratégias de marketing e propaganda utilizam técnicas para manipular as
emoções das pessoas com o fim de convencê-las a consumir determinados produtos
disponíveis no mercado.
A ideia é criar no “potencial cliente”
a simpatia com o produto que está sendo vendido fazendo-o relacionar a marca
apresentada com algum sentimento desejado. Pode ser sentimento de alegria,
segurança, amizade, liberdade e tantos outros que são artificialmente
estimulados no espectador de uma peça publicitária.
Não é sem motivos que os
comerciais de margarina, por exemplo, normalmente se desenrolam em cenas de um
café da manhã onde uma família está sentada à mesa, todos alegres e sorridentes
a saborear o produto.
A ciência do marketing
Existem estudos científicos que
buscam relacionar as reações cerebrais humanas, por meio das sinapses, a
estímulos exteriores provocados por sons ou cores, por exemplo, para que tais
estímulos sejam utilizados em peças comerciais com a finalidade de tornar o
marketing ainda mais eficiente. É evidente que esses estudos, conhecidos como
neuromarketing ainda são extremamente controversos e severamente questionados
do ponto de vista ético.
O fato é que algumas dessas
técnicas de estimulo da emoção são utilizadas em pregações do evangelho nos
dias atuais. Infelizmente temos visto que a emoção das pessoas tem, por vezes,
sido manipulada por pregadores desavisados ou mal-intencionados com o intuito
de multiplicar o número de fiéis de sua congregação.
Choro, barulho, quedas ao chão, e
uma abundante quantidade de doações a essas igrejas, algumas feitas com o
sacrifício das próprias necessidades básicas dos fiéis, são, muitas vezes,
fruto apenas da manipulação do conteúdo emocional do crente.
O outro extremo
Em virtude dessa realidade,
algumas pessoas, querendo evitar o que chamam de exploração sentimentalista, se
refugiam no outro extremo e negam qualquer participação da emoção na conversão
sincera ao Senhor Jesus. Compreendem que a fé deve ser exclusivamente racional
e que qualquer manifestação de emoção é puramente humana e, dessa forma,
consiste em um elemento de desvio da verdadeira conversão.
Assemelhando-se a Platão que
acreditava que a verdade só poderia ser alcançada pela razão e que os sentidos
eram enganosos, tais pessoas imaginam que a única forma de se conhecer a Deus é
por meio do estudo teológico e do uso exclusivo da razão.
Em que pese a real importância do
conhecimento teológico, que deve ser estimulado e ofertado dentro das igrejas,
para o desenvolvimento daquele que se converte ao Senhor, tal conhecimento não
exclui a participação da emoção na experiência do crente com Jesus.
A posição da Bíblia
O apóstolo Paulo escreveu: “Rogo-vos,
pois, irmãos, pelas misericórdias de Deus, que apresenteis o vosso corpo por
sacrifício vivo, santo e agradável a Deus, que é o vosso culto racional” (Rm.12.1). Nesse texto, Paulo esclarece que devemos nos entregar por inteiro ao
Senhor de maneira racional renovando a nossa mente e com essa renovação em
Cristo Jesus nos transformarmos. Paulo não exclui a participação da emoção no
relacionamento com Jesus e nem poderia pois, como tudo no universo, a emoção
também foi criada por Deus.
...devemos amar nosso Deus, não apenas com entendimento, mas também com o coração e com força, ou seja o componente da emoção deve fazer parte do nosso amor a Deus.
Jesus, respondendo a um escriba,
afirmou, citando o livro de Deuteronômio, que o principal mandamento de Deus é:
“Amarás, pois, o Senhor, teu Deus, de todo o teu coração, de toda a tua alma,
de todo o teu entendimento e de toda a tua força” (Mc. 12.30).
Percebamos que devemos amar nosso
Deus, não apenas com entendimento, mas também com o coração e com força, ou
seja o componente da emoção deve fazer parte do nosso amor a Deus.
Deus falando, por meio do profeta
Jeremias, a Seu povo que estava cativo na Babilônia recomenda: “Buscar-me-eis e
me achareis quando me buscardes de todo o vosso coração” (Jr. 29.13).
Diversos outros textos bíblicos
demonstram que a adoração ao Senhor não pode ser executada apenas por meio da
razão, mas pela integralidade do ser humano, em que está inserida a emoção.
O bom senso
Como enxergar o Criador de todas
as coisas, nosso Salvador, aquele que é o princípio e o fim (Ap. 22.13) e nos
descobrirmos livres para a verdadeira liberdade (Gl. 5.1) sem nos emocionarmos
com isso?
O que não pode ocorrer é a
manipulação das emoções e nem devemos nos deixar entregar a sentimentalismo ou
a comportamentos “apaixonados” diante de Deus, porque se assim o fizermos,
nossos sentidos, aí sim, exibirão sua face mais enganadora. O bom senso deve
sempre regular todos os momentos de nossa vida.
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