Debates intermináveis ainda
existem no meio cristão a respeito da revogação ou não da Lei em virtude da
Graça. Ainda se questiona se Jesus e, consequentemente a aliança da Graça,
aboliu ou não esse ou aquele mandamento da Lei.
Se compararmos textos do Antigo e
do Novo Testamento fica fácil perceber que existe uma espécie de releitura, no
Novo Testamento, de alguns textos contidos no Antigo Testamento, mas que de
forma alguma isso se constitui em contradições bíblicas ou em negação do texto
antigo. Vemos, por exemplo, Jesus, no capítulo 5 do Evangelho de Mateus,
complementando e esclarecendo alguns mandamentos de Deus contidos no Antigo
Testamento.
No entanto, a situação fica mais
obscura quando encontramos dentro do próprio Novo Testamento versículos que
parecem confirmar a perfeita vigência atual da Lei em contraposição a outros
que parecem afirmar que ela foi revogada pela Graça.
Embora eu pretenda fazer uma
abordagem rápida do tema, pela própria natureza complexa do que trataremos
proponho um pequeno estudo em duas postagens a serem publicadas aqui no Blog
Preceitos de Fé.
O Texto Bíblico
Dentre os diversos textos que
encontramos no Novo Testamento com as características citadas talvez dois dos
que mais incitam os debates sobre a revogação ou não da Lei sejam os que
encontramos em Mateus capítulo 5, versículos 17 a 19 e Gálatas capítulo 3,
versículos 23 a 25, vejamos:
Em Mateus, Jesus está falando ao
povo e diz: “Não penseis que vim revogar a Lei ou os Profetas; não vim para
revogar, vim para cumprir. Porque em verdade vos digo: até que o céu e a terra
passem, nem um i ou um til jamais passará da Lei, até que tudo se cumpra. Aquele,
pois, que violar um destes mandamentos, posto que dos menores, e assim ensinar
aos homens, será considerado mínimo no reino dos céus; aquele, porém, que os
observar e ensinar, esse será considerado grande no reino dos céus. ” (Mt. 5.17-19).
...a situação fica mais obscura quando encontramos dentro do próprio Novo Testamento versículos que parecem confirmar a perfeita vigência atual da Lei em contraposição a outros que parecem afirmar que ela foi revogada pela Graça
Paulo, escrevendo aos gálatas,
diz: “Mas, antes que viesse a fé, estávamos sob a tutela da lei e nela
encerrados, para essa fé que, de futuro, haveria de revelar-se. De maneira que
a lei nos serviu de aio para nos conduzir a Cristo, a fim de que fôssemos
justificados por fé. Mas, tendo vindo a fé, já não permanecemos subordinados ao
aio. ” (Gl. 3. 23-25).
Não obstante esses textos pareçam
se contradizer, Jesus afirmando que não veio revogar a Lei e o outro afirmando
que depois de Cristo não estamos mais subordinados à Lei, na verdade eles se
complementam.
Ir além da Lei
João Crisóstomo, um dos chamados Pais
da Igreja Antiga que viveu entre 354 e 407 d.C. aproximadamente, esclarecia
sabiamente a posição da Graça em relação a Lei, ele afirmava que a Graça nos
liberta da Lei não para que possamos transgredi-la mas para que possamos ir
além do domínio dela, ou seja para que possamos fazer ainda mais do que a Lei
determina.
Ficou confuso com essa afirmação
de Crisóstomo? Então não perca a próxima postagem do Blog Preceitos de Fé onde
abordarei essa afirmação esclarecendo sua fundamentação bíblica bem como o que
nos revela a Bíblia sobre a diferença entre a Lei e a Graça. Então até lá.
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