Na Primeira Parte deste estudo
afirmamos que muitos debates ainda existem no meio cristão a respeito da
revogação ou não da Lei do Antigo Testamento pela Graça, citei alguns
versículos bíblicos que têm sido usados como argumentos nesses debates e
indiquei como Crisóstomo, um dos Pais da Igreja, pensava a respeito.
Nesse post esclarecerei a
afirmação de Crisóstomo e mostrarei como a Bíblia trata a diferença entre a Lei
e a Graça.
Jesus e a Lei
Se atentarmos para os
posicionamentos de Cristo a respeito de alguns temas abordados nos mandamentos
do Antigo Testamento haveremos de concordar com Crisóstomo. Observemos, por
exemplo, esse texto de Mateus: “Então, Pedro, aproximando-se, lhe perguntou:
Senhor, até quantas vezes meu irmão pecará contra mim, que eu lhe perdoe? Até sete
vezes? Respondeu-lhe Jesus: Não te digo que até sete vezes, mas até setenta
vezes sete. ” (Mt. 18. 21-22).
A pergunta do apóstolo
possivelmente é uma referência ao texto de Gênesis 4, versículo 15 onde o
Senhor diz que vingaria sete vezes a quem matasse Caim e a resposta de Jesus
possivelmente uma referência a afirmação de Lameque, no versículo 24, dizendo
que dele se tomaria vingança setenta vezes sete vezes.
Observemos também essas
afirmações de Jesus que encontramos no capítulo 5 do Evangelho de Mateus:
“Ouvistes que foi dito: Olho por
olho, dente por dente. Eu, porém, vos digo: não resistais ao perverso; mas, a
qualquer que te ferir na face direita, volta-lhe também a outra; e, ao que quer
demandar contigo e tirar-te a túnica, deixa-lhe também a capa” (Mt. 5. 38-40).
“Ouvistes que foi dito aos
antigos: Não matarás; e: Quem matar estará sujeito a julgamento. Eu, porém, vos
digo que todo aquele que [sem motivo] se irar contra seu irmão estará sujeito a
julgamento; e quem proferir um insulto a seu irmão estará sujeito a julgamento
do tribunal; e quem lhe chamar: Tolo, estará sujeito ao inferno de fogo. ” (Mt.5. 21-22).
“Ouvistes que foi dito: Não
adulterarás. Eu, porém, vos digo: qualquer que olhar
para uma mulher com intenção impura, no coração, já adulterou com ela. ” (Mt.5. 27-28).
A amplitude do alcance da Lei
Percebemos, pois, que a Graça de
maneira alguma anula a Lei, mas a amplia e esclarece. A liberdade para a qual
Cristo nos libertou (Gl. 5.1) não representa a ausência de obrigações para com
o Senhor sob a tutela de uma falsa fé inerte. Sobre isso Paulo nos alerta
quando diz: “Que diremos, pois? Permaneceremos no pecado, para que seja a graça
mais abundante? De modo nenhum! Como viveremos ainda no
pecado, nós os que para ele morremos? (Rm. 6.1-2). E Tiago complementa: “Assim,
também a fé, se não tiver obras, por si só está morta” (Tg. 2.17).
A diferença, portanto, entre a
Lei e a Graça reside no fato de que a Lei, guia necessário ao então povo de
Israel em formação, era impositiva e a Graça é persuasiva, pois é o Espirito
Santo que nos convence com amor do pecado da justiça e do juízo (Jo. 16.8).
O verdadeiro Cristão não pratica,
pois, por imposição as regras morais da Lei, se apegando a letra que é morta
(2Co. 3.6), mas vive a ética da Graça de maneira natural, quase que automática,
e com isso vai muito além dos limites da Lei, porém com entendimento (Rm. 10.2)
porque já não é ele quem vive, mas Cristo vive nele (Gl. 2.20)
A diferença, portanto, entre a Lei e a Graça reside no fato de que a Lei, guia necessário ao então povo de Israel em formação, era impositiva e a Graça é persuasiva
Encerramos aqui este rápido
estudo que, para mim, foi muito gratificante e espero que tenha sido também
para os irmãos e irmãs. Desejo que o Espírito Santo fale mais aos nossos
corações.
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