Encontramos no capítulo 18 do livro de Gênesis um relato interessante sobre a postura de Abraão diante do Senhor quando Seus anjos iriam destruir Sodoma: “Então, partiram dali aqueles homens e foram para Sodoma; porém Abraão permaneceu ainda na presença do SENHOR. E, aproximando-se a ele, disse: Destruirás o justo com o ímpio? Se houver, porventura, cinquenta justos na cidade, destruirás ainda assim e não pouparás o lugar por amor dos cinquenta justos que nela se encontram? Longe de ti o fazeres tal coisa, matares o justo com o ímpio, como se o justo fosse igual ao ímpio; longe de ti. Não fará justiça o Juiz de toda a terra? Então, disse o SENHOR: Se eu achar em Sodoma cinquenta justos dentro da cidade, pouparei a cidade toda por amor deles. Disse mais Abraão: Eis que me atrevo a falar ao Senhor, eu que sou pó e cinza. Na hipótese de faltarem cinco para cinquenta justos, destruirás por isso toda a cidade? Ele respondeu: Não a destruirei se eu achar ali quarenta e cinco. Disse-lhe ainda mais Abraão: E se, porventura, houver ali quarenta? Respondeu: Não o farei por amor dos quarenta. Insistiu: Não se ire o Senhor, falarei ainda: Se houver, porventura, ali trinta? Respondeu o SENHOR: Não o farei se eu encontrar ali trinta. Continuou Abraão: Eis que me atrevi a falar ao Senhor: Se, porventura, houver ali vinte? Respondeu o SENHOR: Não a destruirei por amor dos vinte. Disse ainda Abraão: Não se ire o Senhor, se lhe falo somente mais esta vez: Se, porventura, houver ali dez? Respondeu o SENHOR: Não a destruirei por amor dos dez. Tendo cessado de falar a Abraão, retirou-se o SENHOR; e Abraão voltou para o seu lugar.”. (Gn. 18. 22-33).
Por se tratar de um tema
relativamente complexo proponho um estudo em duas partes a serem publicadas nas
postagens do blog Preceitos de Fé. Iniciemos então com uma análise da posição
de Abraão:
A Fé
De imediato nos salta aos olhos a posição de Abraão, aquele cuja fé lhe foi imputada por justiça (Gn. 15.6), diante do Senhor: a posição de quem intercede pelo seu próximo. Aqui podemos traçar algum paralelo com outras personagens bíblicas que em determinados momentos atuaram como intercessores ou mediadores entre o povo e Deus, como Moisés, por exemplo, que também clamou para que seu povo não fosse destruído (Ex. 32. 9-14) ou Davi que clamou a Deus para que afastasse a peste do povo e castigasse tão somente a ele em virtude de seu pecado (1Cr. 21.17).
Essa é uma das atribuições de um
homem justo: clamar em favor daqueles que sofrem. Dessa forma, enquanto clama,
o justo se coloca na posição de mediador entre Deus e o povo.
A Limitação Humana
No entanto, ainda que em alguns
momentos aquele que foi justificado possa se colocar nessa posição bem sabemos
que só existe um que efetivamente é o mediador entre nós e Deus: Jesus Cristo (1Tm.
2.5).
Abraão clamou repetidas vezes
para que Deus poupasse Sodoma, mas em determinado momento ele achou que seu
clamou já era o suficiente (quando supôs a existência de 10 justos na cidade);
Jesus entregou a própria vida por amor de nós. Abrão clamou pela vida de
possíveis justos que haveriam em Sodoma, Jesus completou a missão mais difícil:
entregar a própria vida por amor daqueles que eram ainda seus inimigos (Rm.
5.10).
Percebemos que existe nesse
relato de Abraão intercedendo pelo povo uma indicação para a futura ação
excelente de Jesus se entregando por nós.
...bem sabemos que só existe um que efetivamente é o mediador entre nós e Deus: Jesus Cristo
Porém esse texto possui também
outro aspecto que devemos salientar: a posição estrutural daqueles que são
justificados para a manutenção da própria sociedade. A esse respeito teceremos
comentários esclarecedores na próxima postagem do blog Preceitos de Fé. Então,
até lá.
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