Na primeira parte deste estudo analisamos as palavras de Jesus em Marcos, capítulo 16, versículo 16 a respeito da necessidade de crer e ser batizado para ser salvo, bem como entendemos que o batismo é um sacramento e não apenas um rito de apresentação pública do novo convertido. Neste post demonstraremos que não existe contradição entre as palavras de Cristo em Marcos 16.16 e o relato da crucificação de Jesus entre os malfeitores e nem mesmo uma desvalorização do sacramento do batismo.
O Malfeitor
Retomando o relato da
crucificação de Cristo entre os dois malfeitores temos: “Um dos malfeitores
crucificados blasfemava contra ele, dizendo: Não és tu o Cristo? Salva-te a ti
mesmo e a nós também. Respondendo-lhe, porém, o outro, repreendeu-o, dizendo:
Nem ao menos temes a Deus, estando sob igual sentença? Nós, na verdade, com
justiça, porque recebemos o castigo que os nossos atos merecem; mas este nenhum
mal fez. E acrescentou: Jesus, lembra-te de mim quando vieres no teu reino. Jesus
lhe respondeu: Em verdade te digo que hoje estarás comigo no paraíso.” (Lc. 23.
39-43).
...a água em si mesma no sacramento do batismo é apenas o símbolo material que representa a purificação espiritual...
Ao lermos esse texto de Lucas
alguns ainda podem perguntar onde estaria o batismo nesse relato. De fato, o
malfeitor que recebeu a promessa de Jesus não desceu da cruz para se batizar e
nem mesmo o texto bíblico sugere que ele o tenha feito antes da crucificação.
No entanto se atentarmos para o que foi explicado na primeira postagem desse
tema compreenderemos que os itens citados como necessários para a salvação no
texto de Marcos (Mc. 16.16) estão presentes.
O malfeitor publicamente, diante
de Jesus e do outro, repreende o que blasfemava contra Cristo e se confessa
merecedor do castigo em virtude de ser pecador: “Nem ao menos temes a Deus,
estando sob igual sentença? Nós, na verdade, com justiça, porque recebemos o
castigo que os nossos atos merecem” (Lc. 23.41) Também publicamente reconhece
que Cristo não tinha pecados: “mas este nenhum mal fez” (Lc. 23.41) e por fim,
ainda publicamente, clama a Jesus por uma nova vida: “Jesus, lembra-te de mim
quando vieres no teu reino” (Lc. 23.42). Como desfecho então Jesus lhe dá a
salvação: “Em verdade te digo que hoje estarás comigo no paraíso” (Lc. 23.43).
O Principal
Apenas o elemento material do
batismo, a água, está ausente nesse relato, mas o temor a Deus, o crer em Jesus
como o único capaz de oferecer a salvação, o arrependimento dos pecados no
reconhecimento da justiça divina de seu castigo, a consciência da santidade de
Jesus, o desejo sincero e o clamor por uma nova vida e, por fim, a Graça de
Deus na resposta de Jesus estão presentes nesse episódio.
Ora, vimos na primeira postagem desse tema que a água em si mesma no sacramento do batismo é apenas o símbolo material que representa a purificação espiritual que efetivamente se dá nesse momento portanto sua ausência no relato da crucificação de Jesus entre os malfeitores é irrelevante pois os elementos necessários ao sacramento (a fé do batizado e as palavras de aceitação de Jesus ) estão presentes.
Dessa forma, ao contrário do que
possa parecer a alguns, esse relato não contradiz as palavras de Jesus em
Marcos, capítulo 16, mas as confirmam, pois, aquele malfeitor creu e foi aceito
pelo Senhor. Para o outro que, também ao lado de Cristo, blasfemava, ainda que
houvesse um rio onde mergulhasse sete vezes não participaria do sacramento pois
não cria e assim não poderia ser batizado.
Encerramos aqui este rápido
estudo que, para mim, foi muito gratificante e espero que tenha sido também
para os irmãos e irmãs. Desejo que o Espírito Santo fale mais aos nossos
corações.
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