O evangelista Mateus (e também Marcos e Lucas) relata o seguinte episódio envolvendo um jovem rico e Jesus: “E eis que alguém, aproximando-se, lhe perguntou: Mestre, que farei eu de bom, para alcançar a vida eterna? Respondeu-lhe Jesus: Por que me perguntas acerca do que é bom? Bom só existe um. Se queres, porém, entrar na vida, guarda os mandamentos. E ele lhe perguntou: Quais? Respondeu Jesus: Não matarás, não adulterarás, não furtarás, não dirás falso testemunho; honra a teu pai e a tua mãe e amarás o teu próximo como a ti mesmo. Replicou-lhe o jovem: Tudo isso tenho observado; que me falta ainda? Disse-lhe Jesus: Se queres ser perfeito, vai, vende os teus bens, dá aos pobres e terás um tesouro no céu; depois, vem e segue-me. Tendo, porém, o jovem ouvido esta palavra, retirou-se triste, por ser dono de muitas propriedades.” (Mt. 19.16-22).
Esse texto nos traz muitas
revelações, mas quero me ater aqui na situação desse jovem.
Por se tratar de um tema
relativamente complexo proponho um estudo em duas partes a serem publicadas nas
postagens do blog Preceitos de Fé. Iniciemos então com uma análise minuciosa
desse fato:
A Relação entre os Textos
Podemos nos perguntar: O que
aconteceu ao jovem rico depois que saiu da presença de Jesus? A Bíblia não
revela o seu nome e não temos mais noticias a seu respeito em todo o restante
do Novo Testamento. No entanto é possível traçar um paralelo entre esse texto e
o relato que encontramos no livro de Atos onde lemos:
“Da multidão dos que creram era
um o coração e a alma. Ninguém considerava exclusivamente sua nem uma das
coisas que possuía; tudo, porém, lhes era comum. Com grande poder, os apóstolos
davam testemunho da ressurreição do Senhor Jesus, e em todos eles havia
abundante graça. Pois nenhum necessitado havia entre eles, porquanto os que
possuíam terras ou casas, vendendo-as, traziam os valores correspondentes e
depositavam aos pés dos apóstolos; então, se distribuía a qualquer um à medida
que alguém tinha necessidade. José, a quem os apóstolos deram o sobrenome de
Barnabé, que quer dizer filho de exortação, levita, natural de Chipre, como
tivesse um campo, vendendo-o, trouxe o preço e o depositou aos pés dos
apóstolos. Entretanto, certo homem, chamado Ananias, com sua mulher Safira,
vendeu uma propriedade, mas, em acordo com sua mulher, reteve parte do preço e,
levando o restante, depositou-o aos pés dos apóstolos. Então, disse Pedro:
Ananias, por que encheu Satanás teu coração, para que mentisses ao Espírito
Santo, reservando parte do valor do campo? Conservando-o, porventura, não seria
teu? E, vendido, não estaria em teu poder? Como, pois, assentaste no coração
este desígnio? Não mentiste aos homens, mas a Deus. Ouvindo estas palavras,
Ananias caiu e expirou, sobrevindo grande temor a todos os ouvintes. Levantando-se
os moços, cobriram-lhe o corpo e, levando-o, o sepultaram. Quase três horas
depois, entrou a mulher de Ananias, não sabendo o que ocorrera. Então, Pedro,
dirigindo-se a ela, perguntou-lhe: Dize-me, vendestes por tanto aquela terra?
Ela respondeu: Sim, por tanto. Tornou-lhe Pedro: Por que entrastes em acordo
para tentar o Espírito do Senhor? Eis aí à porta os pés dos que sepultaram o
teu marido, e eles também te levarão. No mesmo instante, caiu ela aos pés de
Pedro e expirou. Entrando os moços, acharam-na morta e, levando-a,
sepultaram-na junto do marido.” (At. 4, 32 – 5,10).
A Escolha do Eu
Veja, o jovem rico do relato de Mateus afirmava cumprir os mandamentos, porém não ousou abrir mão de seus bens para seguir Jesus. Ananias e Safira eram cristãos da comunidade dos apóstolos, porém tiveram maior apego aos seus bens do que à Obra do Senhor. Em suma a escolha dos três personagens (o jovem rico, Ananias e Safira) foi a mesma: preferiram o Eu ao Senhor.
Mas existe uma relação entre a
escolha que fizeram esses três personagens e o pecado original no jardim do
éden. A esse respeito comentaremos na próxima postagem do blog Preceitos de Fé.
Então até lá.
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