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DEUS E A SUA CRIAÇÃO

Quando lemos o relato da criação contido no primeiro capítulo do Livro de Gênesis percebemos que quando Deus criou a terra e os mares ele admirou sua criação vendo que aquilo era bom (Gn. 1.10). Da mesma forma o Criador gostou de ter feito a terra produzir relva, ervas e árvores frutíferas, vendo que aquilo era bom (Gn. 1.12). Deus também criou o sol, a lua e as estrelas e viu que aquilo também era bom (Gn. 1.14-18). Deus ainda criou as aves, os animais marinhos, os animais selváticos e os animais domésticos e também admirou essa criação vendo que ela era boa (Gn. 1.21; 24-25).

O zelo de Deus

Percebemos que Deus ama toda a sua criação e, não obstante o ser humano tenha sido o único ser criado a Sua imagem e semelhança (Gn. 1.26), o Senhor não deu a ele o direito de destruir as demais criaturas.
Gn. 1.28b
Quando o Senhor ordenou ao homem que dominasse sobre os peixes, sobre as aves e sobre os animais que rastejam pela terra (Gn. 1.28) não estava dando-lhes o direito de dispor do restante da criação de forma abusiva.
Devemos perceber que quando Deus colocou o homem no jardim do Éden, o fez para que o homem não apenas cultivasse o jardim como também para que o guardasse (Gn. 2.15).
O homem deveria colaborar no desenvolvimento da natureza por meio do cultivo do jardim e, da mesma forma, deveria cuidar dela, guardando-o.
Sabemos que com o pecado, que trouxe consequência funestas não apenas para o homem, mas também para toda a criação, a realidade mudou; o homem que deveria ser em princípio vegetariano (Gn. 1.29), passou a poder comer carne (Gn. 9.3), no entanto o dever de cuidar da criação do Senhor e o amor de Deus pelas criaturas não humanas não mudou.
Após o dilúvio, quando Deus estabelece uma aliança, Ele não o faz apenas com Noé e seus descendentes, mas também com “toda a carne sobre a terra” (Gn. 9.9-17), portanto o Senhor continua, naquele momento, orientando aos homens sobre o respeito e o cuidado que deveriam ter com o restante da criação.

Tudo pertence ao Senhor

E essa verdade não muda com a Nova aliança, pois em Rm. 11.36 Paulo afirma que para Deus são todas as coisas e o mesmo apóstolo reafirma em Cl.1.16 que “tudo foi criado por meio dele e para ele”.
Por que então insistimos em continuar desobedecendo o mandado de Deus e permanecemos nos considerando os únicos seres merecedores de respeito e dignidade? Por que tratamos todo o restante da criação do Senhor como mera matéria prima da nossa ganância e do nosso desatino?

...vemos, com pesar, dia após dia a humanidade caminhar a passos largos para a própria destruição...

Tenhamos a certeza de que ao Senhor pertence toda a terra e tudo o que nela contem (Sl. 24.1), não somos mais que mordomos do criador, encarregados de cuidar de sua criação até o dia da volta de Jesus.
Como vemos, toda a Escritura é muito clara quanto ao princípio ético do respeito a natureza, em virtude de ser ela criação de Deus, mas além desse princípio há um outro fato que também deveria nos impelir ao zelo pela criação do Senhor: Nós fomos criados para vivermos em sociedade (Gn. 1.28) e nossa natureza humana é relacional (Gn. 2.18,20,23).
Como seres criados para viver em sociedade devemos assumir responsabilidades que este tipo de relacionamento exige, sendo uma dessas responsabilidades a de preservar o meio-ambiente para as gerações futuras.
Cabe ao ser humano, não apenas cuidar de si próprio e de seu habitat, como também preparar o ambiente que acolherá as próximas gerações.

No entanto, em um mundo de cultura hedonista, que busca o prazer pelo prazer e que há muito jaz no maligno (1.Jo.5.19) cuja intenção é apenas roubar, matar e destruir (Jo.10.10) vemos, com pesar, dia após dia a humanidade caminhar a passos largos para a própria destruição da qual só escaparão aqueles que perseverarem em seguir ao Senhor, ouvido a Sua voz, pois para estes está reservada a coroa da vida (Tg. 1.12). 
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