A
Palavra de Deus relata que, após saírem do Egito, os filhos de Israel se
acamparam nas campinas de Moabe. (Nu. 22.1). Balaque, rei dos moabitas (Nu.22.4) temeu ao povo de Israel e mandou chamar Balaão para que amaldiçoasse
aquele povo (Nu. 22.5-6).
Quando
os mensageiros de Balaque chegaram a Balaão, este pediu para que eles dormissem
aquela noite ali, pois Balaão esperaria ouvir a voz do Senhor e os diria o que
o Senhor lhe orientasse. (Nu. 22.8)
O
Senhor fala com Balaão e diz para ele não ir com os mensageiros nem amaldiçoar
o povo de Israel, porque “é povo abençoado” (Nu. 22.12). Os mensageiros, então
retornam a Balaque que inconformado, manda outros mensageiros, agora com
ofertas de honrarias, em Busca de Balaão. (Nu. 22.15-17)
O
profeta, da mesma forma que da primeira vez, pede que os mensageiros pernoitem
ali. (Nu. 22.19) Durante a noite Deus novamente fala com Balaão, desta vez
dizendo para ele os acompanhar, porém deveria fazer apenas o que o Senhor
dissesse. (Nu. 22.20).
Balaão,
então acompanha os mensageiros em sua jumenta e no caminho o Anjo do Senhor
aparece para aquele animal por três vezes e o animal tenta desviar o caminho,
mas Balaão, espancando a jumenta, a obriga a continuar no caminho que levava a
Balaque (Nu.22.23-27).
Então
o Senhor fez falar a jumenta, que disse à Balaão: “Que te fiz eu, que me
espancastes já três vezes?” (Nu. 22.28).
Ser usado por Deus
Irmãos,
esse relato bíblico é um bom alerta para àqueles que confundem “ser usado por
Deus” e “ser aprovado por Deus”. Bem sabemos que todo aquele que é aprovado por
Deus, seguindo sua Palavra e buscando andar como Jesus andou (1Jo.2.6),
certamente é usado pelo Altíssimo, no entanto nem todos que são usados por Deus
são aprovados pelo Senhor.
Nesse
texto, Deus usou uma jumenta para mostrar a Balaão que a escolha que ele fizera
não agradava ao Senhor.
As
Escrituras afirmam que até das pedras Deus pode dar filhos a Abraão (Mt. 3.9).
O Senhor é soberano e por isso pode usar quem Ele quiser e da forma que desejar
para que Sua vontade seja cumprida, porém naquele dia Ele separará o joio do
trigo (Mt. 13.24-30) aqueles que tem Seus preceitos nos lábios mas não cumprem
Suas palavras (Sl. 50. 16-17) daqueles que verdadeiramente o amam (Jo. 14.21).
O
fato de Deus nos usar para dar uma palavra a alguém, para evangelizar um irmão,
para ajudar de alguma forma, para profetizar ou até mesmo para realizar uma
cura não significa que Deus aprova nosso comportamento, não significa que somos
aprovados por Ele. O Senhor Jesus alerta-nos que naquele dia muitos dirão que
em Seu nome profetizaram, expulsaram demônios e operaram milagres, mas Jesus
dirá que nunca os conheceu. (Mt. 7.22-23).
Obra de Deus
Alguém
pode argumentar que Deus usou de fato a Jumenta, mas que foi apenas para falar
a Balaão que ele não estava sendo correto ao espanca-la, portanto Deus não
teria usado a jumenta para fazer uma obra propriamente dEle, não havia nas
palavras da jumenta, por exemplo, uma pregação.
Devemos
lembrar que a Obra de Deus não se resume aquilo que está diretamente
relacionado a Sua Palavra, não se resume a evangelizar, curar, fazer milagres
ou algo semelhante. Sua vontade e, portanto Sua Obra, está presente em cada
segundo de nossa vida e em tudo que Ele criou.
...lembremos que o apóstolo João nos afirmou que aqueles que O conhecem são os cumprem Seus mandamentos...
No
caso específico daquela jumenta, a “fala dela” estava diretamente ligada àquilo
que o Senhor queria mostrar a Balaão.
No
entanto, se não quisermos usar o exemplo da jumenta para afirmar que Deus usa quem
e o que Ele quiser para que Sua vontade seja feita, tomemos o exemplo do
próprio Balaão.
Aquele
profeta que ouviu a voz do Senhor (Nu.22.9), mas que sucumbiu as ofertas de
Balaque (Nu. 22.17) e zombou do Senhor ao desejar que Ele mudasse de opinião (Nu.22.19), indo então ao encontro do rei dos amonitas para amaldiçoar o povo de
Israel, foi usado por Deus para abençoar o Seu povo (Nu. 24.2).
Embora
tenha sido usado pelo Senhor para profetizar bênçãos sobre os israelitas, a
Palavra de Deus revela que, mais tarde Balaão foi morto pelo Seu povo, pois ele
tinha amado mais o prêmio da injustiça (2Pe.2.15) e ensinava a Balaque a armar
ciladas diante dos filhos de Israel para comerem coisas sacrificadas aos ídolos
e praticarem a prostituição. (Ap. 2.14).
Portanto,
irmãos não creiam que ser eventualmente usado por Deus é garantia absoluta de
que o Senhor aprova sua vida, lembremos que o apóstolo João nos afirmou que
aqueles que O conhecem são os cumprem Seus mandamentos (1Jo.2.3). Cuidemos,
então, de nos apresentarmos sempre como obreiros aprovados que não tem do que
se envergonhar. (2Tm.2.15).
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