ANDANDO JUNTOS

A Palavra de Deus ressalta diversas vezes como é importante escolhermos bem as nossas companhias.

No Salmo 1, verso 1, encontramos: “Bem-aventurado o homem que não anda no conselho dos ímpios, não se detém no caminho dos pecadores, nem se assenta na roda dos escarnecedores. ” (Sl. 1.1). Em Provérbios 13.20, também lemos: “Quem anda com os sábios será sábio, mas o companheiro dos insensatos se tornará mau. ” (Pv.13.20).

Muitos exemplos existem, nas narrativas bíblicas, de pessoas que foram influenciadas pelas companhias que mantinham. O Rei Roboão, por exemplo, influenciado pelo conselho dos jovens amigos que haviam crescido com ele, tomou uma má decisão perante o povo e causou a divisão do seu reino (2Cr. 10. 1-17).

Até mesmo a sabedoria popular reconhece que as nossas companhias dizem muito do que somos. Adágios como “Dize-me com quem andas e eu te direi quem és” ou “Quem anda com morcegos dorme de cabeça para baixo”, embora não sejam versículos bíblicos, encerram a mesma verdade sobre a importância de nossas companhias.

Entendendo as influências

Mas, porque isso acontece? Porque nossas companhias, as pessoas, lugares e situações com que convivemos dizem algo a nosso respeito?

A resposta a essa pergunta encontramos no Livro de Amós, capítulo 3, versículo 3, que indaga: “Andarão dois juntos, se não houver entre eles acordo? ” (Am. 3.3).

De fato, o que nos faz escolher a uns e não a outros como amigos ou companheiros é a afinidade. Interesses, ideias, emoções, visões, desejos e objetivos semelhantes são o que nos torna mais próximos ou mais distantes de alguém.

Quanto mais nos aproximamos de alguém mais vamos absorvendo seus costumes, seu jeito, seus conceitos

Nossa proximidade com alguém permanecerá enquanto subsistirem pontos em comum entre nós, ou seja, quando houver algum tipo de acordo entre mim e aquele que me é afim, mesmo que tais pontos não sejam completamente conscientes.

De forma semelhante se dá entre nós e a Palavra de Deus. Ela só estará perto de nós se tivermos afinidade com ela.

Jesus disse que aquele que permanece nEle dará muitos frutos (Jo. 15.5), ou seja, aquele que está próximo de Cristo. Se falamos e agimos de acordo com a Palavra de Deus, estamos próximos de sua Palavra e temos afinidade com Ela.

Quanto mais nos aproximamos de alguém mais vamos absorvendo seus costumes, seu jeito, seus conceitos. Existem amigos que são tão próximos que até parecem irmãos, aliás, a Palavra de Deus chega a afirmar que há amigo mais chegado do que um irmão (Pv. 18.24).

A companhia da Palavra

Assim também se dá com a Palavra de Deus, não devemos esperar que tenhamos completa afinidade com as verdades bíblicas para nos achegarmos a ela, mas o esforço por nos aproximarmos da Palavra de Deus vai nos transformando e nos trazendo “à unidade da fé e do pleno conhecimento do Filho de Deus, à perfeita varonilidade, à medida da estatura da plenitude de Cristo” (Ef. 4.13)

Ora, se nos aproximamos da Palavra de Deus, temos afinidade com Ela, nos transformamos nEla e nossos conceitos, nossas atitudes, palavras e pensamentos passam a ter a Palavra de Deus como fundamento.

Não é um processo rápido, mas deve ser contínuo, a Palavra de Deus diz que “a vereda dos justos é como a luz da aurora, que vai brilhando mais e mais até ser dia perfeito. ” (Pv. 4.18).

E quem é a Palavra? Com quem devemos buscar afinidade? É o próprio Jesus que se fez carne e habitou no meio de nós (Jo. 1.1; 14).

E quando tivermos afinidade com Jesus, a Palavra Viva, falaremos com autoridade (Mt.7.29) e pediremos o que quisermos e nos será feito (Jo. 15.7).

Busquemos, pois, ter a Palavra de Deus como amiga intima e não negligenciemos essa “amizade”, porque se assim fizermos o próprio Cristo estará junto a nós, porém se desprezarmos Sua Palavra como poderemos esperar a presença de Deus em nossas vidas? Afinal “Andarão dois juntos, se não houver entre eles acordo? ” (Am.3.3).

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