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O ÚLTIMO ESTADO

No evangelho de Lucas, capítulo 11, versículos 24 a 26 (também em Mt. 12. 43-45) encontramos Jesus descrevendo a condição do homem que, após liberto, deixa-se novamente dominar pelo inimigo.
Jesus descreve assim: “Quando o espírito imundo sai do homem, anda por lugares áridos, procurando repouso; e, não o achando, diz: Voltarei para minha casa, donde saí. E, tendo voltado, a encontra varrida e ornamentada. Então, vai e leva consigo outros sete espíritos, piores do que ele, e, entrando, habitam ali; e o último estado daquele homem se torna pior do que o primeiro. ” (Lc.11.24-26)
Para que o espírito imundo, citado por Jesus, deixe o homem é preciso que este seja liberto e bem sabemos que o único que liberta verdadeiramente é Cristo Jesus, pois foi para liberdade que Ele nos libertou (Gl. 5.1).
Lc. 11.24-26
Ocorre que algumas pessoas, após libertas, não cuidam de manter-se livres e terminam por escravizar-se outra vez, porém seu segundo cativeiro será muito mais doloroso que o primeiro porque desprezaram a sua libertação.

Jesus arruma a nossa casa

Jesus chega em suas vidas, os liberta, arruma as suas casas, mas não O convidam para entrar (Ap. 3.20) e Ele não faz morada neles (Gl. 2.20), como consequência, a casa fica limpa e ornamentada, porém, desprotegida e, por isso, aquele demônio que havia deixado as suas vidas, volta com outros ainda piores e os conduz a um estado mais infeliz do que o primeiro, pois já não terão forças para buscar socorro nAquele que desprezaram.
É importante percebermos que se fomos sarados por Jesus, abençoados, libertos, tocados de alguma forma pelo poder de Seu Nome e, em seguida, voltamos a nossa antiga vida de pecado, se não nos tornamos novas criaturas (2Co. 5.17) estaremos, na prática, desprezando o seu Santo Nome e, com isso, nos tornando motivo para que o nome do Senhor seja blasfemado (Rm. 2.24).
O escritor da Epístola aos Hebreus chega a afirmar que “aqueles que uma vez foram iluminados, e provaram o dom celestial, e se tornaram participantes do Espírito Santo, e provaram a boa palavra de Deus e os poderes do mundo vindouro, e caíram, estão crucificando para si mesmos o Filho de Deus e expondo-o à ignomínia. ” (Hb. 6. 4-6).
Percebamos a gravidade dessa afirmação do escritor de Hebreus: Se assim agirmos estaremos crucificando para nós mesmos o Filho de Deus, pois o estaremos expondo à vergonha.
Jesus, após curar o paralítico no tanque de Betesda, o encontrou outra vez no templo e disse-lhe: “Olha que já estás curado; não peques mais, para que não te suceda coisa pior. ” (Jo. 5.14). Aquele paralítico havia sido tocado pelo poder de Deus e se voltasse a pecar estaria blasfemando contra Aquele que o curou e, consequentemente, perderia a benção e ficaria em um estado ainda pior que o anterior.  

Quando somos tocados pela Palavra e A desprezamos

Da mesma forma, aquele que se sente tocado por Sua Palavra, crer em Sua verdade e depois volta a ter as mesmas práticas do velho homem não é apto para o reino de Deus (Lc. 9.62).
O apóstolo Paulo, relatando a Timóteo sobre alguns irmãos que haviam rejeitado a boa consciência e naufragado na fé, afirma que os havia entregado a Satanás a fim de serem castigados e não mais blasfemarem (1Tm. 1.20), ou seja, Paulo os havia abandonado às próprias concupiscências.
Não obstante a gravidade da situação de ser tocado por Deus e não seguir com Ele, precisamos entender também que o fato de sermos cristãos e em algum momento cairmos em pecado não significa que já estaremos condenados ao fogo do inferno. Se assim o fosse onde estaria a misericórdia de Deus?

O que nos torna blasfemadores, nos faz calcar aos pés o Filhos de Deus e nos entrega nas mãos dos demônios que voltam a nossa casa e tornam nosso último estado pior do que o primeiro é o “viver em pecado”, permanecer nele e se satisfazer com isso.

Sem ocultar o quão desprezível é a atitude de rejeitar a Cristo, nem as severas consequências desse ato, o escritor de Hebreus esclarece ainda mais o assunto quando afirma: “Porque, se vivermos deliberadamente em pecado, depois de termos recebido o pleno conhecimento da verdade, já não resta sacrifício pelos pecados; pelo contrário, certa expectação horrível de juízo e fogo vingador prestes a consumir os adversários. Sem misericórdia morre pelo depoimento de duas ou três testemunhas quem tiver rejeitado a lei de Moisés. De quanto mais severo castigo julgais vós será considerado digno aquele que calcou aos pés o Filho de Deus, e profanou o sangue da aliança com o qual foi santificado, e ultrajou o Espírito da graça? ” (Hb. 10. 26-29)
O que nos torna blasfemadores, nos faz calcar aos pés o Filhos de Deus e nos entrega nas mãos dos demônios que voltam a nossa casa e tornam nosso último estado pior do que o primeiro (Lc. 11. 24-26) é o “viver em pecado”, permanecer nele e se satisfazer com isso.
É evidente que todos pecamos (1Jo. 1.8), porém a resistência contra o inimigo (Tg.4.7) e a abstenção de toda forma de mal (1Ts. 5.22) deve ser uma constante na vida daqueles que foram tocados pela Graça de Cristo. Se assim fizermos tenhamos a certeza de que o Senhor perdoará as nossas iniquidades e de nossos pecados não Se lembrará (Jr. 31.34b), pois, “Se confessarmos os nossos pecados, ele é fiel e justo para nos perdoar os pecados e nos purificar de toda injustiça. ” (1Jo. 1.9).

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