Algumas
pessoas pensam que não há qualquer compatibilidade entre religião e ciência,
chegam a imaginar que há uma competição entre ambos os conhecimentos para saber
quem está mais próximo da verdade.
De
fato, existem algumas pessoas que se dedicam ao conhecimento científico e que
acreditam ser este o único conhecimento válido, refutando, por isso, qualquer
revelação que venha da fé religiosa. Da mesma forma, existem pessoas religiosas
que consideram todo e qualquer conhecimento humano desprezível e por isso não
levam em conta nenhum conceito de ciências como psicologia, filosofia,
sociologia, antropologia e, muitas vezes, nem mesmo da medicina.
O conhecimento humano
Estas
últimas se baseiam em leituras equivocadas de versículos bíblicos isolados,
fora de contexto, como o de 1Co. 1.27 que diz que “Deus escolheu as coisas
loucas do mundo para envergonhar os sábios e escolheu as coisas fracas do mundo
para envergonhar as fortes”, para fundamentar sua rejeição a qualquer
conhecimento científico, até mesmo ao estudo teológico, por se tratar também de
uma ciência.
Porém,
será mesmo que Deus é contrário a todo o conhecimento científico? Será que
buscarmos compreender as ciências é uma espécie de afronta ao Senhor? Vejamos
como a Bíblia pode nos ajudar nesta questão.
Encontramos
na Primeira Epístola de Paulo aos Corintos a seguinte afirmação: “Ora, o homem
natural não aceita as coisas do Espírito de Deus, porque lhe são loucura; e não
pode entendê-las, porque elas se discernem espiritualmente. ” (1Co. 2.14). Percebamos
que Paulo está afirmando aqui que as coisas espirituais se discernem
espiritualmente, porém, com isso, está fazendo uma distinção entre conhecimento
espiritual e material.
Pois
bem, as coisas espirituais se discernem espiritualmente, é fato, e as
materiais? Não é com o conhecimento material, científico, que discernimos?
Vivemos, pois, nós, em um mundo material ou espiritual?
No
texto citado, Paulo está se referindo a pregação que ele fazia de Cristo e
afirmava que não pregava a Cristo utilizando-se de “ linguagem persuasiva
de sabedoria” (1Co. 2.4), ou seja, de retórica, de artifícios de convencimento,
mas sim de “demonstração do Espírito e de poder” (1Co. 2.4). Mais adiante, no
versículo 11 Paulo afirma “Porque qual dos homens sabe as coisas do homem,
senão o seu próprio espírito, que nele está? Assim, também as coisas de Deus,
ninguém as conhece, senão o Espírito de Deus. ” (1Co. 2.11).
Na
verdade, o apóstolo está tratando, nesse texto, de sua pregação e demonstrando
a superioridade do conhecimento de Deus sobre o conhecimento humano e que,
justamente por isso, precisamos do conhecimento do Espirito para conhecermos a
Deus, ou seja ele está afirmando que não podemos nos fundamentar em
conhecimento material para entender algo que é espiritual, seria como se
quiséssemos apertar um parafuso usando uma lanterna, cada ferramenta tem a sua
finalidade. Porém, isso não invalida o conhecimento humano.
A fonte do conhecimento
Precisamos
nos perguntar: Se o conhecimento humano fosse inútil, por que Deus nos daria?
Ou pensamos que o conhecimento humano é dado por Satanás? Se assim pensamos,
devemos lembrar que o inimigo não tem nada para nos oferecer a não ser morte,
roubo e destruição (Jo. 10.10). Também não podemos imaginar que o conhecimento
humano provenha do pecado ou tenha alguma relação com a árvore do conhecimento
do bem e do mal que havia no Éden, pois, como já expliquei em textos anteriores,
aquela árvore só proporcionou ao primeiro casal o conhecimento da existência do
mal.
...porém enquanto vivemos aqui necessitamos conhecer também as coisas retas desse mundo...
Tudo
o que pertence a nós como seres humanos, inclusive a lógica, o raciocínio e,
por conseguinte, o conhecimento humano, na verdade, pertence a Deus, pois fomos
criados a sua imagem e semelhança (Gn. 1.27).
Porém,
o conhecimento humano é limitado, e em constante desenvolvimento, no entanto,
nosso conhecimento espiritual também o é, pois nós somos limitados e por isso
Moisés, inspirado por Deus, nos fala que “As coisas encobertas pertencem ao
SENHOR, nosso Deus, porém as reveladas nos pertencem, a nós e a nossos filhos,
para sempre, para que cumpramos todas as palavras desta lei. ” (Dt. 29.29).
Um
dia conheceremos como também somos conhecidos por Deus (1Co. 13.12), porém
enquanto vivemos aqui necessitamos conhecer também as coisas retas desse mundo,
necessitamos do conhecimento humano científico, pois as coisas do mundo
material em que vivemos podem ser discernidas materialmente.
Voltando
ao exemplo da lanterna e do parafuso, de fato, a lanterna não será capaz de nos
ajudar com o parafuso, mas bem pode clarear o caminho para que encontremos a
ferramenta correta.
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