É
lamentável como alguns de nós, cristãos, fazemos pouco caso do Senhor quando o
assunto é ofertar a Deus.
Não
me refiro a dízimo ou ofertas financeiras, estas também necessárias porque
servem de mantimento para a casa do Senhor (Ml. 3.10), mas falo da oferta de
nossas vidas a Deus, da nossa dedicação a Sua obra.
Chega
mesmo a ser assustador quando percebermos quantas pessoas que se dizem cristãs
e que, muitas vezes, trazem em seus lábios capítulos e versículos da Palavras
de Deus, tão cuidadosamente decorados, vivem no seu cotidiano tão distantes dos
estatutos e juízos do Senhor.
Tais
pessoas, estimuladas pela promoção midiática de um suposto Cristo
mercantilista, sempre disposto a barganhar bênçãos por ofertas, se esquecem ou não
se interessam pelos princípios do amor ao próximo, da caridade, da sinceridade,
da fidelidade, da humildade, do perdão e da benevolência tão amplamente
ensinada, demonstrada e vivida pelo Jesus real, o único que é o caminho a
verdade e a vida (Jo. 14.6).
Esses
pseudocristãos, tornam-se nos atuais sepulcros caiados, sobre os quais falou o
Mestre (Mt. 23.27) e em tempo breve descobrem que de nada adianta ter nos
lábios os preceitos do Senhor, uma vez que rejeitam as Suas palavras (Sl. 50.16-17).
Aceitar a Cristo
O
Ato de aceitar a Cristo como nosso Senhor e Salvador não deve ser mera
formalidade, mas ser precedido de um forte desejo íntimo de mudança da nossa
vida, da nossa realidade, não apenas exterior, mas também, e, principalmente,
interior. Do contrário, estaremos apenas honrando ao Pai com os lábios, mas
mantendo longe dEle o coração (Is. 29.13).
Ao
aceitarmos a Cristo e nos batizarmos estamos buscando o novo homem em nós que
surgirá quando estivermos efetivamente em Cristo Jesus (2Co. 5.17), e estamos
ofertando esse novo homem, essa nova vida, a Deus.
Ocorre
que muitos de nós pensa ser possível viver as bênçãos que naturalmente recaem
sobre o novo homem, e ofertar a Deus o velho homem, cheio das mazelas do
pecado. Precisamos entender que esse velho homem está morto, é justamente isso
que representa o batismo nas águas: imerge-se nas águas o velho homem que vivia
para o pecado e delas emerge o novo homem que vive para Deus.
No
livro de Malaquias encontramos uma advertência de Deus aos sacerdotes de Israel
sobre o mal que cometiam ao ofertar com displicência: “Quando trazeis animal
cego para o sacrificardes, não é isso mal? E, quando trazeis o coxo ou o
enfermo, não é isso mal? Ora, apresenta-o ao teu governador; acaso, terá ele
agrado em ti e te será favorável? – diz o SENHOR dos Exércitos. Agora, pois,
suplicai o favor de Deus, que nos conceda a sua graça; mas, com tais ofertas
nas vossas mãos, aceitará ele a vossa pessoa? – diz o SENHOR dos Exércitos.
(Ml. 1. 8-9).
No
tempo da Lei o sacrifício de cordeiros era uma projeção simbólica do Cordeiro
de Deus – Jesus – que seria sacrificado em favor da humanidade, por isso hoje
não é mais necessário o sacrifício de animais para retirar pecados, pois Cristo
veio para tirar o pecado do mundo (Jo. 1.29).
Também,
não temos mais a figura do sumo sacerdote humano que não podia se compadecer de
nossas fraquezas, porque Jesus é o supremo sacerdote que foi tentado em todas
as coisas, à nossa semelhança, mas sem pecado. (Hb. 4.14-15).
Dessa
forma Jesus é, ao mesmo tempo, o sacerdote que executa o sacrifício, e o
próprio sacrifício, pois Jesus, que é Deus, entregou-se a si mesmo em
sacrifício por amor a nós (Ef. 5.2).
A oferta preciosa
No
entanto, isso não significa que não temos nada a ofertar, ao contrário,
precisamos entregar ao Senhor, assim como acontecia outrora quando deveriam ser
ofertadas as primícias da plantação e do gado, o nosso bem mais precioso: a
nossa vida.
Quando
nos convertemos verdadeiramente a Cristo e somos batizados com sinceridade no
coração nossos pecados são retirados e Deus não se lembrará mais deles. Ao
emergirmos das águas somos verdadeiramente novas criaturas, as coisas velhas já
se foram (2Co. 5.17), não obstante a pureza obtida naquele ato, bem sabemos
que, por vezes, alguns pecados insistem em nos rodear, pois a luz dos justos
vai brilhando mais e mais até ser dia perfeito (Pv. 4.18).
Se nossa conversão não é sincera, não teremos Cristo vivendo em nós e, portanto, só teremos a ofertar a Deus uma vida defeituosa...
Sendo
assim, como podemos falar em ofertar a nossa vida, se mesmo após o batismo ela
ainda não é perfeita, ainda apresenta defeitos, e, bem sabemos que o Senhor
exigia no texto de Malaquias ofertas perfeitas, sem defeitos?
O
mistério desta oferta está no fato de que quando nos entregamos sinceramente a
Deus, já não somos nós que vivemos, mas Cristo vive em nós (Gl.2.20), por isso,
ainda que eventualmente caiamos em pecado, não conseguimos conviver com ele,
logo nos arrependemos e pedimos perdão ao Senhor, não vivemos no pecado. Em
última análise, portanto, nossa oferta é perfeita porque ao ofertarmos nossa
vida ao Senhor estamos ofertando Cristo a Ele, pois Cristo é quem vive em nós.
Se
nossa conversão não é sincera, não teremos Cristo vivendo em nós e, portanto,
só teremos a ofertar a Deus uma vida defeituosa, cheia das máculas do pecado e
assim ouviremos a resposta do Senhor: “vós ofereceis o dilacerado, e o coxo, e
o enfermo; assim fazeis a oferta. Aceitaria eu isso da vossa mão? – diz o SENHOR.
” (Ml. 1.13).
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