Embora
deseje aqui fazer um estudo resumido sobre alguns aspectos do significado e do
valor do batismo, creio ser impossível fazê-lo em apenas uma postagem, por isso
proponho um estudo em duas partes a serem publicadas em sequência nas postagens
do blog Preceitos de Fé.
Para
compreendermos melhor o batismo iniciaremos abordando as duas Alianças
estabelecidas por Deus com os homens: uma feita com Abraão e sua descendência e
a segunda estabelecida por Jesus com toda a humanidade.
A Antiga Aliança
Ao
estabelecer aliança com Abraão e sua descendência, Deus determina a instituição
da circuncisão entre os hebreus como sinal daquele acordo entre o Senhor e Seu
povo:
“Disse
mais Deus a Abraão: Guardarás a minha aliança, tu e a tua descendência no
decurso das suas gerações. Esta é a minha aliança, que guardareis entre mim e
vós e a tua descendência: todo macho entre vós será circuncidado. Circuncidareis
a carne do vosso prepúcio; será isso por sinal de aliança entre mim e vós. O
que tem oito dias será circuncidado entre vós, todo macho nas vossas gerações,
tanto o escravo nascido em casa como o comprado a qualquer estrangeiro, que não
for da tua estirpe. Com efeito, será circuncidado o nascido em tua casa e o
comprado por teu dinheiro; a minha aliança estará na vossa carne e será aliança
perpétua. O incircunciso, que não for circuncidado na carne do prepúcio, essa
vida será eliminada do seu povo; quebrou a minha aliança. ” (Gn. 17. 9-14).
Esta
aliança estabelecida com os antigos hebreus, posteriormente, veio a ter como
fundamento moral a Lei que o Senhor entregou a seu povo por meio de Moisés. Essa
aliança é hoje conhecida como Aliança da Lei, ou Velha Aliança, pois Jesus,
quando estava no meio de nós estabeleceu a Nova Aliança, a Aliança da Graça.
(Lc. 22. 19-20).
A Nova Aliança
Os
cristãos passaram então a batizar como sinal de participação na Nova Aliança estabelecida
por Cristo, pois o próprio Senhor havia dito que “Quem crer e for batizado será
salvo” (Mc. 16.16). O batismo simboliza, portanto, o nascimento do novo homem (2Co.5.17), submerge nas águas o velho homem repleto de pecados e condenações e
emerge a nova criatura em quem tudo se fez novo (2Co. 5.17).
O
evangelho passou a ser pregado entre todos os povos, judeus e não judeus, Paulo
se denominava o apóstolo dos gentios (Rm. 11.13), a Nova Aliança passou a ser
celebrada também por pessoas que não haviam participado da primeira aliança e, portanto,
não eram circuncidadas.
Em
virtude desse fato, suscitaram alguns debates entre aqueles que defendiam que
quem desejasse participar da Nova Aliança deveria também ser circuncidado e
aqueles que argumentavam que a circuncisão não era necessária aos novos
convertidos.
É
importante lembrar que grande parte daqueles que acompanhavam a Jesus eram
judeus, inclusive seus discípulos, e, portanto, circuncidados.
A explanação do apóstolo é muito clara ao afirmar que o importante não é o sinal da aliança, mas a aliança em si...
O
apóstolo Paulo, que também era judeu, escrevendo aos irmãos de Roma, explicou,
em determinado momento de sua epístola, o verdadeiro valor da circuncisão:
“Porque
a circuncisão tem valor se praticares a lei; se és, porém, transgressor da lei,
a tua circuncisão já se tornou incircuncisão. Se, pois, a incircuncisão observa
os preceitos da lei, não será ela, porventura, considerada como circuncisão? E,
se aquele que é incircunciso por natureza cumpre a lei, certamente, ele te
julgará a ti, que, não obstante a letra e a circuncisão, és transgressor da
lei. Porque não é judeu quem o é apenas exteriormente, nem é circuncisão a que
é somente na carne. Porém judeu é aquele que o é interiormente, e circuncisão,
a que é do coração, no espírito, não segundo a letra, e cujo louvor não procede
dos homens, mas de Deus. ” (Rm. 2. 25-29).
A
explanação do apóstolo é muito clara ao afirmar que o importante não é o sinal
da aliança, mas a aliança em si, não é a marca na carne, a retirada do
prepúcio, mas o que ela representa: a obediência, o temor e o amor a Deus. A
circuncisão, diz o apóstolo, é a do coração, do espírito e não a da carne, é a
do interior do homem e não do seu exterior.
Ao
compreendermos o significado e o valor da circuncisão para aqueles que estavam
sob a Antiga Aliança podemos apreender com maior facilidade o batismo e a Nova
Aliança. Tudo isso abordaremos na Segunda Parte do nosso estudo sobre o Valor
do Batismo, então até lá.
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