Algumas pessoas acreditam que
Deus é responsável ou criador tanto do bem quanto do mal. Em alguns casos essa
ideia busca fundamentação em interpretações equivocadas de determinados textos
bíblicos como, por exemplo, o que encontramos no livro de Isaías onde o Senhor
afirma: “Eu formo a luz e crio as trevas; faço a paz e crio o mal; eu, o
SENHOR, faço todas estas coisas. ” (Is. 45.7).
No entanto se realizarmos a
interpretação desse versículo de forma literal e direta, esse texto parecerá estar
em contradição com outras afirmações bíblicas como por exemplo a que
encontramos na primeira epístola de João, onde o apóstolo diz: “Deus é luz, e
não há nele treva nenhuma” (1Jo. 1.5) ou ainda no texto da epístola de Tiago
onde encontramos: “Ninguém, ao ser tentado, diga: Sou tentado por Deus; porque
Deus não pode ser tentado pelo mal e ele mesmo a ninguém tenta. ” (Tg. 1.13),
ou mesmo nos Salmos onde vemos: “Pois tu não és Deus que se agrade com a
iniquidade, e contigo não subsiste o mal. ” (Sl. 5.4).
Atos maus e mal moral
Precisamos analisar duas
situações: a primeira é o fato de Deus ser o criador das leis que relacionam
nossos atos às suas consequências, dessa forma se nossos atos são maus não
podemos esperar deles boas consequências. Sendo assim o mal que sofremos em
virtude de nossos erros não tem origem em Deus, mas é a manifestação de sua
justa e perfeita lei que relacionou cada ato nosso as suas próprias
consequências. As calamidades naturais advindas da superexploração dos recursos
naturais pelo ser humano, por exemplo, é um mal que tem origem na lei de Deus.
A segunda situação é o fato de que
o mal moral não surge de ou em Deus, mas na ausência dEle em nossas vidas.
No segundo Livro de Crônicas
encontramos um exemplo esclarecedor. O texto relata que o Espírito de Deus veio
sobre Azarias para que este falasse a Asa, rei de Judá, (2Cr. 15.1-2) e o
alertasse quanto a necessidade de ele e seu povo seguirem ao Senhor, Azarias
então falou ao rei as palavras de Deus: “O SENHOR está convosco, enquanto vós
estais com ele; se o buscardes, ele se deixará achar; porém, se o deixardes,
vos deixará. Israel esteve por muito tempo sem o
verdadeiro Deus, sem sacerdote que o ensinasse e sem lei. Mas, quando, na sua angústia, eles
voltaram ao SENHOR, Deus de Israel, e o buscaram, foi por eles achado. Naqueles tempos, não havia paz nem para
os que saíam nem para os que entravam, mas muitas perturbações sobre todos os
habitantes daquelas terras. ” (2Cr. 15.2-5).
Percebamos que o mal que se
colocou sobre Israel, conforme nos esclarece o texto, ocorreu em virtude de
aquele povo ter se afastado do Senhor, e Deus alerta a Judá de que caso se
afastassem dEle Ele também os deixaria e as consequências seriam as mesmas que
ocorreram em Israel.
Se retornarmos ao texto de Isaias
45 veremos que o mal a que se refere Deus também consiste na consequência do
afastamento do povo de Israel do Senhor, ou seja é a manifestação de Sua
justiça.
No Segundo Livro de Reis
encontramos o Senhor esclarecendo os motivos pelos quais ocorreu o afastamento
entre o povo israelita e Deus e as consequências dessa separação: “No ano nono
de Oseias, o rei da Assíria tomou a Samaria e transportou a Israel para a
Assíria; e os fez habitar em Hala, junto a Habor e ao rio Gozã, e nas cidades
dos medos. Tal sucedeu porque os filhos de Israel
pecaram contra o SENHOR, seu Deus, que os fizera subir da terra do Egito, de
debaixo da mão de Faraó, rei do Egito; e temeram a outros deuses. ” (2Rs.17.6-7).
As consequências de nossa maldade
A iniquidade de Israel era tão
grande a ponto de cometerem atrocidades como: “queimaram a seus filhos e a suas
filhas como sacrifício” (2Rs. 17.17) Deus, que não coaduna com o mal (2Co.6.14-15), “muito se indignou contra Israel e o afastou da sua presença” (2Rs.17.18).
A ausência de Deus em qualquer aspecto de nossa vida traz o caos, onde não a lei, onde não há bem, apenas o mal subsiste.
O profeta Isaias nos alerta que “as
vossas iniquidades fazem separação entre vós e o vosso Deus; e os vossos
pecados encobrem o seu rosto de vós, para que vos não ouça. ” (Is. 59.2). A
nossa separação de Deus, causada pelos nossos próprios pecados, nos deixam entregues
a imundícia e a paixões infames do nosso próprio coração (Rm. 1. 24,26) e com
isso o pecado, já concebido e consumado gera a morte (Tg. 1.15).
A ausência de Deus em qualquer
aspecto de nossa vida traz o caos, onde não a lei, onde não há bem, apenas o
mal subsiste.
Portanto, não é Deus quem faz ou
traz o mal, mas é a ausência daquele que é amor (1Jo. 4.8) em nossas vidas, que
ocorre quando não abrimos as portas de nosso coração a Ele (Ap. 3.20), que
preenche o espaço vazio de nosso ser, onde deveria habitar o Espirito Santo,
com o caos para que o nosso inimigo venha nos trazer morte, roubo e destruição
(Jo. 10.10).
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