Encontramos nos evangelhos sinópticos, ao relatarem a morte de Jesus, que um dos sinais visíveis que ocorreram logo após Sua morte foi o rasgar do véu do templo. Vejamos como está descrito esse evento no evangelho de Mateus: “E Jesus, clamando outra vez com grande voz, entregou o espírito. Eis que o véu do santuário se rasgou em duas partes de alto a baixo; tremeu a terra, fenderam-se as rochas” (Mt. 27. 50-51). Ao lermos esse relato podemos nos perguntar o porquê de o véu do templo ter se rasgado no exato momento em que Jesus “entregou o espírito” (v. 50).
Por se tratar de um tema
relativamente complexo proponho um estudo em duas partes a serem publicadas nas
postagens do blog Preceitos de Fé. Iniciemos então com uma análise minuciosa
desse fato:
O Santo dos Santos
Em primeiro lugar precisamos saber
que esse evento foi mais uma revelação a respeito de quem era Jesus e de Sua
missão e para compreendermos essa revelação é necessário que entendamos o que
significava o véu do templo.
Encontramos no Segundo Livro das
Crônicas a descrição detalhada da construção do Templo realizada, sob a
orientação de Deus, pelo Rei Salomão, nela vemos os detalhes de uma sala
denominada Santo dos Santos cuja entrada era separada do restante do templo por
um véu de estofo azul, vejamos a descrição:
“Fez mais o Santo dos Santos, cujo comprimento, segundo a largura da sala grande, era de vinte côvados, e também a largura, de vinte; cobriu-a de ouro puro do peso de seiscentos talentos. O peso dos pregos era de cinquenta siclos de ouro. Cobriu de ouro os cenáculos. No Santo dos Santos, fez dois querubins de madeira e os cobriu de ouro. As asas estendidas, juntas, dos querubins mediam o comprimento de vinte côvados; a asa de um deles, de cinco côvados, tocava na parede da casa; e a outra asa, de cinco côvados, tocava na asa do outro querubim. Também a asa do outro querubim era de cinco côvados e tocava na outra parede; era também a outra asa igualmente de cinco côvados e estava unida à asa do outro querubim. As asas destes querubins se estendiam por vinte côvados; eles estavam postos em pé, e o seu rosto, virado para o Santo Lugar. Também fez o véu de estofo azul, púrpura, carmesim e linho fino; e fez bordar nele querubins.” (2Cr. 3. 8-14).
O Templo
O templo construído por Salomão,
e posteriormente também o construído por Herodes, seguia, sob a orientação de
Deus, muito de perto a planta do tabernáculo que o Senhor mandara Moisés
construir quando ainda estava no deserto (Ex. 25-29). Havia algumas áreas mais
restritas que outras na estrutura do templo, sendo o lugar denominado de Santo
dos Santos, onde ficava a Arca da Aliança, o local de acesso mais restrito,
nele apenas o Sumo Sacerdote poderia entrar e ainda assim só o fazia uma vez ao
ano, no Dia da Expiação. Vejamos o que o livro de Levítico esclarece a esse respeito:
É evidente que o Santo dos Santos era um local onde era possível ficar diante de Deus...
“Depois, imolará o bode da oferta
pelo pecado, que será para o povo, e trará o seu sangue para dentro do véu; e
fará com o seu sangue como fez com o sangue do novilho; aspergi-lo-á no
propiciatório e também diante dele. Assim, fará expiação pelo santuário por
causa das impurezas dos filhos de Israel, e das suas transgressões, e de todos
os seus pecados. Da mesma sorte, fará pela tenda da congregação, que está com
eles no meio das suas impurezas. Nenhum homem estará na tenda da congregação
quando ele entrar para fazer propiciação no santuário, até que ele saia depois
de feita a expiação por si mesmo, e pela sua casa, e por toda a congregação de
Israel.” (Lv. 16. 15-17).
É evidente que o Santo dos Santos
era um local onde era possível ficar diante de Deus, por isso o Senhor faz esse
alerta a Moisés: “Dize a Arão, teu irmão, que não entre no santuário em todo
tempo, para dentro do véu, diante do propiciatório que está sobre a arca, para
que não morra; porque aparecerei na nuvem sobre o propiciatório.” (Lv. 16.2). Só
era permitido a Arão (o primeiro Sumo Sacerdote do povo de Israel) entrar
dentro do Santos dos Santos, como vimos, no Dia da Expiação e ele entrava para
fazer “expiação por si mesmo, e pela sua casa, e por toda a congregação de
Israel” (Lv. 16.17), ou seja, era o Sumo Sacerdote que fazia expiação por todas
as pessoas da congregação.
Porém qual a relação do Templo de
Salomão e do ofício do Sumo Sacerdote com o sacrifício de Jesus? A esse
respeito conversamos na SEGUNDA PARTE deste estudo a ser publicada na próxima
postagem do blog Preceitos de Fé. Então até lá.
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