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OS ESPÍRITOS EM PRISÃO - PARTE 2

Na PRIMEIRA PARTE de nosso estudo descobrimos alguns motivos que podem levar alguns a confundir o verdadeiro significado da expressão espíritos em prisão, utilizada por Pedro e percebemos que essa confusão já ocorre há muito tempo. Neste post abordaremos o que Pedro quis dizer ao se referir aos espíritos em prisão e aos tempos de Noé.

Quando o apóstolo afirma: “Pois também Cristo morreu, uma única vez, pelos pecados, o justo pelos injustos, para conduzir-vos a Deus; morto, sim, na carne, mas vivificado no espírito” (v. 18). O sentido da mensagem é: Cristo, vosso exemplo o único justo, foi morto pelos pecados dos injustos, porém foi vivificado em espírito. É nesse exemplo que devemos mirar quando estivermos em meio ao sofrimento e à injustiça.

O Espírito

Os próximos versículos não causam confusão se os lermos à luz do entendimento que tivemos a respeito dos anteriores que acabamos de analisar. Pedro então está dizendo que nesse espírito Jesus também pregou nos tempos de Noé, enquanto este construía a arca, àqueles que estavam presos pelo pecado, mas, apesar da longanimidade do Senhor, não foi ouvido e apenas oito pessoas foram salvas por meio das águas do dilúvio (v. 20), águas que representavam o batismo que agora também salva, porém não em virtude do banho, mas pela indagação de uma boa consciência, ou seja, prova a efetiva transformação diante de Deus somente realizada por meio da verdade da ressurreição de Jesus Cristo (v.21).

É bom salientar que neste texto Pedro está abordando a justiça de Deus...

É bom lembrarmos que Jesus é Deus, uma das pessoas da trindade (Pai, Filho e Espírito Santo) e, portanto, não obstante tenha estado no meio de nós por meio de sua mãe Maria, Ele existe desde a eternidade. É bem conhecido no meio cristão o fato de que quando Deus diz: “Façamos o homem à nossa imagem, conforme a nossa semelhança” (Gn. 1.26) é às demais pessoas da Trindade que se dirige, portanto também a Jesus. Também é conhecido o texto do evangelista João que diz: “No princípio era o Verbo, e o Verbo estava com Deus, e o Verbo era Deus. Ele estava no princípio com Deus. Todas as coisas foram feitas por intermédio dele, e, sem ele, nada do que foi feito se fez.” (Jo. 1.1-3) e também: “E o Verbo se fez carne e habitou entre nós, cheio de graça e de verdade, e vimos a sua glória, glória como do unigênito do Pai.” (Jo. 1.14). E o próprio Jesus disse: “Em verdade, em verdade eu vos digo: antes que Abraão existisse, EU SOU” (Jo. 8.58).

O Jesus Divino

Jo. 1.14
Dessa forma, embora Jesus, o homem, ainda não houvesse nascido nos tempos de Noé, o Jesus divino,
já existia desde a eternidade e era sob a ação de Seu espírito que Noé pregava aos de seu povo. A esse respeito o próprio apóstolo Pedro escreve em sua segunda epístola quando diz: “Ora, se Deus não poupou anjos quando pecaram, antes, precipitando-os no inferno, os entregou a abismos de trevas, reservando-os para juízo; e não poupou o mundo antigo, mas preservou a Noé, pregador da justiça, e mais sete pessoas, quando fez vir o dilúvio sobre o mundo de ímpios” (2Pe. 2.4-5). 

É bom salientar que neste texto Pedro está abordando a justiça de Deus e no versículo 5 afirma que Ele não poupou o mundo antigo que não ouviu a pregação de Noé, confirmando assim a ação direta do Senhor nesta pregação e esclarecendo os versículos 19 e 20 do capítulo 3 da primeira epístola de Pedro que estamos abordando neste estudo.

Porém ainda pode restar a dúvida a respeito da expressão “espíritos em prisão”. É possível se questionar o porquê de não se utilizar o termo pessoas, ou vidas no lugar de espíritos, tendo em vista que o texto se refere a pessoas vivas na época de Noé. A esse respeito conversaremos na TERCEIRA PARTE de nosso estudo a ser publicada na próxima postagem do blog Preceitos de Fé. Então, até lá.

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