É
evidente que Deus poderia em um simples ato destruir toda a maldade na terra,
Ele criou todo o universo apenas com a palavra, a pergunta é: seria isso justo?
Veja
bem, Deus criou o mundo e nele tudo reinava em perfeita harmonia, os animais se
alimentavam de erva (Gn. 1.30) e o ser humano de sementes e frutos (Gn. 1.29),
homens e animais conviviam em paz (Gn. 2.19), até que o homem optou pelo pecado
(Gn. 3.6).
A
partir da escolha humana tudo o que veio depois, e perdura até os dias de hoje,
é consequência do ato impensado de Adão e Eva, endossado por nós quando
sucumbimos à nossa tendência pecaminosa.
A
misericórdia de Deus fez com que Ele retirasse o homem do Jardim do Éden para
que não comesse da árvore da vida e tornasse o pecado eterno, e, com ele, o
sofrimento. (Gn. 3.22).
É
verdade que Eva foi seduzida pelas insinuações de uma figura sobrenatural,
Satanás, porém, ele não utilizou de artifícios espirituais para convencer a
mulher a comer do fruto proibido, ao contrário, a tentação que ele estimulou
era bem material, pois se tratava da concupiscência da carne, dos olhos e da
soberba da vida (1Jo. 2.16).
O Sobrenatural
Satanás
não tomou posse da consciência nem do corpo de Eva, apenas a convenceu (Gn. 3.4-5). E ele não fez isso, porque Deus não permite que nos venha tentação que
não seja humana (1Co. 10.13), e porque se o fizesse quem estaria pecando seria
ele e não o homem.
Apesar
de ter sido um anjo decaído, uma figura não humana, que facilitou o pecado do
homem, a presença sobrenatural de Deus também nunca deixou de existir na história
da humanidade, mesmo após o pecado, Deus sempre esteve acessível ao ser humano.
Uma
criatura não humana se aproximou de uma humana, e esta pecou. O Deus
sobrenatural se fez homem (Fp. 2.7) e nos facultou a libertação do pecado. Tudo
é justo e perfeito na obra de Deus.
Percebamos
que se Deus usasse de Seu poder para fazer uma interferência divina direta na
realidade do ser humano, eliminando todas as consequências do pecado e
retirando do coração do homem a sua tendência pecaminosa, Ele estaria sendo
injusto, pois estaria interferindo sobrenaturalmente em uma situação que foi
criada por vias naturais, seria como usar força desproporcional.
Da
mesma forma que Satanás mostrou para Eva o caminho ao pecado (Gn. 3. 4-5),
Jesus é o caminho da salvação (Jo. 14.6), mas assim como Eva precisou optar por
desobedecer a Deus para consumar o pecado, nós precisamos escolher receber a
Cristo em nosso coração para recebermos o selo da salvação (2Tm. 2.19). Jesus
está à porta, mas só entrará se nós a abrirmos (Ap. 3.20).
...se Deus usasse de Seu poder para fazer uma interferência divina direta na realidade do ser humano, eliminando todas as consequências do pecado e retirando do coração do homem a sua tendência pecaminosa, Ele estaria sendo injusto...
Porém,
o fato de Deus, por ser justiça, não poder resolver por si, diretamente, as
dores do mundo, isso não significa que estamos abandonados à própria sorte, de
forma alguma.
Deus
é justiça, mas também é amor e misericórdia e, segundo Sua Santa Palavra, a
misericórdia triunfa sobre o juízo (Tg. 2.13) e, por isso, Deus se utiliza de
homens para anunciar o Seu Reino e para fazer a Sua Obra na terra e amenizar os
males, por meio do poder de Seu Nome e de Sua Palavra.
As "ferramentas" de Deus
Notemos
que até mesmo antes do dilúvio usou Noé para pregar a justiça (2Pe. 2.5) e,
depois de toda a destruição, o Senhor não criou um novo homem, a humanidade se
refez a partir de Noé e sua família.
Percebamos
também que Deus não se utiliza de uma classe especial de homens perfeitos para
fazer a Sua Obra, mas trabalha com as “ferramentas” que tem. Os missionários do
Senhor são homens como nós (At. 14.15), apenas fizeram a escolha correta de
ouvir a Deus e ser fiel a Ele.
Quando
o Senhor anunciou os Seus Juízos sobre as nações inimigas de Israel, em Joel,
capítulo 3, versículos 1 a 17, ordenou no versículo 10: “Forjai espadas das
vossas relhas de arado e lanças, das vossas podadeiras; diga o fraco: Eu sou
forte. ” (Jl. 3.1-17), ou seja, Seu povo iria lutar contra os inimigos
utilizando armas forjadas de uma material não apropriado.
Certamente
arados e podadeiras não dariam boas lanças e espadas, mas era o que se tinha
disponível no momento, a diferença viria do fato de que Ele, o Senhor, estaria
pelejando por eles (Dt. 3.22) e faria daquele povo fraco, forte.
De
igual modo o Senhor age com aqueles que chama à sua seara, Ele nos aceita da
forma que estamos, somos as ferramentas que Ele dispõe para fazer Sua Obra na
terra, somos as podadeiras e os arados velhos que em Suas mãos, tal como nas
mãos de um ferreiro, são forjados e pouco a pouco nos tornamos na espada poderosa
e na lança certeira, prontas para lutar, com a Palavra, as batalhas do Senhor
na terra.
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