Às vezes, inadvertidamente, tratamos a nossa fé como um bem material que pode ser adquirido em algum momento ou, mesmo acumulado. É comum utilizarmos expressões como: eu tenho muita fé, ou eu preciso de mais fé, ou ainda, eu tenho pouca fé para isso. Quando tratamos a fé como algo que podemos obter em algum momento e que está em nosso domínio escolher a ocasião em que vamos adquirir mais “unidades” desse bem, temos a impressão de que ao acumular momentos de aquisição dessa “mercadoria” nos tornaremos possuidores de uma “maior fé”. Esse tipo de entendimento, além de ser nocivo para o desenvolvimento da verdadeira fé, pode originar indivíduos de fé inconsistente que oscilam entre momentos de alguma fé e momentos de profunda descrença, a quem poderíamos chamar de “crentes intermitentes”, ou seja, pessoas que em alguns momentos buscam a Deus e em outros se rendem ao mundo, mas que, nem mesmo eles, sabem explicar muito bem os momentos e os motivos em que esses comportamentos ocorrem. A...