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À SEMELHANÇA DE DEUS

Em tempos onde a função da família e até mesmo a própria definição dela é socialmente contestada, como os tempos atuais, onde as relações homossexuais, outrora motivo de vergonha e escândalo, tornou-se hoje quase uma moda, provocando até mesmo debates calorosos a respeito da organização dita familiar composta por “pais” do mesmo sexo, faz-se necessário analisarmos com atenção o que a Palavra de Deus pode nos esclarecer a respeito de relação familiar.
Partindo do pressuposto de que aquele que reconhece a Deus como seu legítimo e suficiente Senhor e Salvador e que vê em Cristo Jesus o filho unigênito do Pai (Jo. 3.16), que com Ele é um (Jo. 10.30), deseja sinceramente, a despeito das possíveis quedas que venha a ter pelo caminho, ser imitador de Deus (Ef. 5.1) e andar como Cristo andou (1Jo. 2.6), entendemos que compreender claramente o que o Senhor espera das relações familiares humanas é de fundamental importância para seu caminhar.
No entanto a análise que faremos do texto bíblico vai muito além da questão das uniões homossexuais, mas aborda a própria realização do homem e da mulher enquanto imagem e semelhança de Deus e da necessidade da busca pelo caminhar em união, ao contrário das falsas liberdade, independência e autossuficiência tão amplamente oferecidas pelo mundo atual que jaz no maligno (1Jo. 5.19).

A imagem de Deus

Ao tomarmos o texto do primeiro capítulo de Gênesis, no versículo vinte e seis encontramos Deus ordenando a criação do homem e determinando que ele possuísse domínio sobre os peixes do mar, as aves dos céus, os animais domésticos, os repteis e sobre toda a terra (Gn. 1.26).
No versículo seguinte o escritor bíblico afirma: “Criou Deus, pois, o homem à sua imagem, à imagem de Deus o criou; homem e mulher os criou. ” (Gn. 1.27).
No original hebraico em ambos os versículos a palavra utilizada para homem é אדם (âdhâm), que nesse contexto se refere ao ser humano e não apenas ao homem do sexo masculino, aliás, no versículo 27 quando o escritor bíblico diz que Deus criou homem e mulher ele utiliza as palavras זכר (zâkhâr) e נקבה (neqêbhâh) que significam masculino e feminino (ou macho e fêmea) respectivamente.
Ec. 4.12
O hebraico possui algumas palavras específicas quando quer se referir a homem e mulher tendo em vista o seu sexo, duas delas são אִיש (ish) - homem e אִישָה (ishá) – mulher, mas no texto que se refere a criação do ser humano (vs 26 e 27) o escritor bíblico não as utiliza.
Essa diferença de palavras utilizadas no texto bíblico parece apenas um detalhe, mas, na verdade, é algo tão importante para o ensinamento contido nesse relato da criação que os judeus possuem uma tradição que relaciona as palavras אִיש e אִישָה ao nome de Deus.
Ao unirem as palavras אִיש (homem) e אִישָה (mulher) e retirar algumas letras comuns às duas os judeus identificam a palavra יָה (YAH) que é um dos nomes de Deus.
Ao seguirmos na leitura do texto bíblico encontramos no versículo 24 do capítulo 2 do mesmo livro de Gênesis, o princípio divino da união matrimonial entre homem e mulher que Moisés, inspirado pelo Senhor, registrou na narração bíblica: “Por isso, deixa o homem pai e mãe e se une à sua mulher, tornando-se os dois uma só carne. ”. (Gn.2.24).

A união conjugal

Percebemos, por tudo o que vemos nesses textos das Escrituras Sagradas, que não apenas a relação matrimonial familiar desejada por Deus para o ser humano é a relação entre homem e mulher, e não a que prega o deus deste século (2Co. 4.4) - e isso fica evidente também em diversas outras passagens bíblicas como em Lv. 18.22; 20.13; Rm. 1.26-27- como também o texto bíblico nos fala que somos ainda mais imagem e semelhança de Deus quando estamos juntos homem e mulher.
A união matrimonial entre um homem e uma mulher é um princípio divino, é a vontade de Deus para nós, é por meio dela que podemos refletir Deus, como tão belamente ilustra a tradição hebraica citada, por isso, pelo casamento, deixa homem pai e mãe e se une a sua mulher (Gn. 2.24), pois é melhor que sejam dois do que um (Ec. 4.9-12). O amor matrimonial, assim como o amor à Deus e ao próximo, é um princípio de Deus para nós, é a concretização da humanidade como imagem e semelhança de seu criador.

...se desejamos cumprir a vontade do Senhor para nós, incluamos também em nossos planos de vida o casamento...

Portanto, ideias como “produção independente” e a vida solitária para “preservar a individualidade”, assim como qualquer forma de constituição familiar que não principie com a união entre um homem e uma mulher, é contrária aos planos de Deus para nós.
Isso não quer dizer que o homem ou a mulher que, por situações diversas da vida que fugiram a seu controle, não alcançou a benção do casamento está em pecado ou é abandonado (a) por Deus. Apenas o Senhor conhece o motivo de todas as coisas.
No entanto, se desejamos cumprir a vontade do Senhor para nós, incluamos também em nossos planos de vida o casamento e roguemos ao Pai que nos abençoe com as maravilhas do matrimônio segundo a Sua vontade.

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