É bem conhecida no meio cristão a afirmação: “O amor cobre a multidão de pecados”, esta afirmação é feita pelo apóstolo Pedro em sua primeira epístola. O texto de Pedro diz: “Acima de tudo, porém, tende amor intenso uns para com os outros, porque o amor cobre multidão de pecados.” (1Pe. 4.8).
Na carta, Pedro está alertando
que “o fim de todas as coisas está próximo” (1Pe. 4.7) e passa a relacionar
alguns deveres dos cristãos uns para com os outros, dentre eles o amor mútuo.
As Duas Alianças
Não obstante essa sentença tenha sido pronunciada em tempos de Nova Aliança, ela não é uma recomendação nova para o relacionamento entre irmãos. O escritor de Provérbios já havia se pronunciado a esse respeito quando diz: “O ódio excita contendas, mas o amor cobre todas as transgressões.” (Pv. 10.12). É bem provável, aliás, que o apóstolo estivesse referenciando esse verso de Provérbios quando aconselhava aos “eleitos que são forasteiros da Dispersão no Ponto, Galácia, Capadócia, Ásia e Bitínia” (1Pe. 1.1) em sua epístola.
Porém não foi apenas Pedro que se
inspirou nesse verso de Provérbios para orientar aos cristãos dispersos por
terras longínquas daquele tempo, Tiago escreve em sua epístola: “sabei que
aquele que converte o pecador do seu caminho errado salvará da morte a alma
dele e cobrirá multidão de pecados.” (Tg. 5.20).
Essas duas afirmações
neotestamentárias em sintonia com um texto do Antigo Testamento não
representam, de forma alguma, apenas uma coincidência, ao contrário, é a
demonstração clara de que ambos os testamentos estão relacionados em sua
essência. O Novo Testamento está oculto no Antigo Testamento e o Antigo se
revela no Novo. Isso se dá porque o Deus do Antigo Testamento é exatamente o
mesmo do Novo Testamento e bem sabemos que Deus não muda (Ml. 3.6), portanto
seus princípios devem ser os mesmos ontem, hoje e sempre.
A Fonte do Amor
Nesse caso podemos compreender
melhor o princípio contido no texto de Provérbios e replicado nas cartas de
Pedro e Tiago ao lermos o texto do profeta Ezequiel que diz: “Mas, se o
perverso se converter de todos os pecados que cometeu, e guardar todos os meus
estatutos, e fizer o que é reto e justo, certamente, viverá; não será morto. De
todas as transgressões que cometeu não haverá lembrança contra ele; pela
justiça que praticou, viverá. Acaso, tenho eu prazer na morte do perverso? -
diz o SENHOR Deus; não desejo eu, antes, que ele se converta dos seus caminhos
e viva?” Ez. 18.21-23).
Deus é a fonte de todo o amor, Ele não possui amor, Ele é amor e, portanto, toda manifestação de amor tem sua fonte em Deus.
É importante salientar que o amor
de que fala o texto do profeta Ezequiel (representado na conversão do perverso),
o verso de Provérbios e as cartas dos apóstolos, parte de Deus inicialmente e
se reflete naquele que crer: “não desejo eu, antes, que ele se converta dos
seus caminhos e viva?” (Ez. 18.21), pois Ele nos amou primeiro (1Jo. 4.19).
Na carta de Pedro os irmãos são
capazes e devem se amar mutuamente porque creem no amor de Deus, na de Tiago o
pecador convertido possuirá o amor de Deus em sua vida e este, com a vida
transformada, terá apagada da “memória de Deus” as suas transgressões.
Deus é a fonte de todo o amor,
Ele não possui amor, Ele é amor e, portanto, toda manifestação de amor tem sua
fonte em Deus. Sendo assim se desejamos refletir a imagem e semelhança do
Senhor (Gn. 1.27) e andar como Ele andou (1Jo. 2.6) precisamos deixar fluir em
nós o amor ao outro, pois como nos alerta o apóstolo João “Aquele que não ama
não conhece a Deus, pois Deus é amor.” (1Jo. 4.8). Era assim na Antiga Aliança
e também é dessa forma na Nova.
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