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USOS E COSTUMES - PARTE 1

Há um tempo atrás algumas igrejas cristãs no Brasil possuíam regras rígidas em torno de diversos assuntos, alguns desses temas eram chamados popularmente de “usos e costumes” e versavam, por exemplo a respeito de como deveria se vestir um cristão dentro de uma igreja.

Com a chegada do neopentecostalismo e o distanciamento da tradição religiosa ascética com o consequente movimento em direção de um caráter mais próximo ao cotidiano popular tais regras foram sendo paulatinamente abolidas mesmo nas igrejas de viés mais tradicional.

Ocorre que algumas pessoas ainda se perguntam se a Bíblia define ou não padrões de comportamento e de vestuário dentro das igrejas que são aplicáveis aos dias atuais.

Por se tratar de um tema relativamente complexo proponho um estudo em duas partes a serem publicadas nas postagens do blog Preceitos de Fé. Iniciemos então com uma análise minuciosa desse fato:

A Igreja de Corinto

1Co. 11.6

Um dos textos que geram mais questionamentos a esse respeito encontramos na carta de Paulo aos coríntios, quando o apóstolo escreve: “Portanto, se a mulher não usa véu, nesse caso, que rape o cabelo. Mas, se lhe é vergonhoso o tosquiar-se ou rapar-se, cumpre-lhe usar véu.” (1Co. 11.6).

Se lermos todo o capítulo 11 da primeira carta de Paulo aos coríntios percebemos que ele escreve para orientar e corrigir uma igreja que era marcada por divergências e comportamentos equivocados. Em diversos momentos o apóstolo repreende aquela igreja.

Devemos lembrar que a cidade de Corinto era uma importante cidade grega e como tal abrigava gregos, judeus, egípcios sírios e povos de muitas nações. Com a diversidade de povos em Corinto havia ali também uma diversidade de crenças e o paganismo era marcante na cultura da cidade.

Essa diversidade de crenças aliada ao costume grego antigo dos debates filosóficos, fazia com que dentro da recém surgida igreja de Cristo em Corinto ideias diversas transitassem entre os fiéis, muitas delas inclusive contrárias às Escrituras.

As Heresias

Paulo então, ciente de que devia determinar limites dentro da igreja de forma que ela pudesse caminhar harmoniosamente com as palavras de Jesus e não se perdesse em meio as heresias que já surgiam profusamente, logo no início do capítulo 11 diz: “De fato, eu vos louvo porque, em tudo, vos lembrais de mim e retendes as tradições assim como vo-las entreguei.” (1Co. 11.2) e passa a discorrer sobre como se comportar o homem e a mulher dentro da igreja.  

A carta é certamente uma reposta de Paulo a questionamentos que alguns cristãos possivelmente levaram até o apóstolo em virtude de divergência de ideias dentro da Eklesia. No versículo 10 do primeiro capítulo da carta Paulo escreve: “Rogo-vos, irmãos, pelo nome de nosso Senhor Jesus Cristo, que faleis todos a mesma coisa e que não haja entre vós divisões; antes, sejais inteiramente unidos, na mesma disposição mental e no mesmo parecer.” (1Co. 1.10).

Com a diversidade de povos em Corinto havia ali também uma diversidade de crenças e o paganismo era marcante na cultura da cidade.

 Se observarmos toda a carta percebermos que ela é dedicada a esclarecer questionamentos e a definir limites de forma a que o culto fosse realizado sempre com decência e ordem (1Co. 14.40).

Os limites estabelecidos pelo apóstolo Paulo para a igreja de Corinto então devem ser seguidos nos dias atuais em todas as igrejas? Se mudarmos os padrões que ali foram estabelecidos não estaremos mudando a Palavra de Deus? Sobre isso trataremos na segunda parte do nosso estudo “Usos e Costumes”, na próxima postagem do blog Preceitos de Fé. Então até lá.

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