Se alguém perguntar quem é o único ser que pode levar o homem ao inferno, algumas pessoas provavelmente responderão que esse ser é Satanás, porém posso afirmar que essa resposta não está fundamentada na bíblia e, portanto, está incorreta.
É certo que a bíblia afirma que o
inimigo anda em derredor como leão procurando alguém para devorar (1Pe. 5.8) no
entanto essa afirmação se refere às artimanhas do diabo para nos derrubar e não
que ele tenha de fato poder para irresistivelmente fazê-lo.
O Pecado Original
Vejamos primeiramente a descrição do pecado original nas escrituras. Adão foi advertido por Deus para que não comesse do fruto da árvore do conhecimento do bem e do mal (Gn. 2.17). A serpente (o Ser maligno) usou do desejo de Eva, que conhecia a determinação dada por Deus, e de argumentos maliciosamente articulados para convencê-la a desobedecer ao Senhor e ela, por sua vez ofereceu o fruto ao marido que também comeu (Gn. 3.6).
Percebamos que embora Satanás
tenha usado de malícia para persuadir Eva, ele não a obrigou a fazer coisa
alguma. A decisão de preferir as palavras do Diabo às determinações de Deus foi
exclusivamente dela e posteriormente também de Adão. No relato bíblico a mulher
foi iludida por alguém astuto (Satanás) que se utilizou de desejos lícitos dela
(o desejo de se alimentar, desejo pelo belo e o de buscar entendimento)
distorcendo-os em concupiscências (Gn. 3.6) e de meias verdades (Gn. 3.5) para
fazê-la pecar. Aliás, sobre tais desejos adulterados o evangelista João afirma
que de modo algum vêm do Senhor (1Jo. 2.16).
O apóstolo Tiago é muito claro
quando nos esclarece o processo do pecado deixando evidente que não podemos
creditar a outrem a nossa queda, quando diz: “Ao contrário, cada um é tentado
pela sua própria cobiça, quando esta o atrai e seduz. Então, a cobiça, depois
de haver concebido, dá à luz o pecado; e o pecado, uma vez consumado, gera a
morte.” (Tg. 1. 14-15).
A Condição Humana
É fato que o pecado gera a morte
eterna (o inferno) e que muitas vezes precisamos presenciar uma luta entre
nosso espírito e nossa carne (Gl. 5.17) e que algumas vezes não saímos
vencedores nessa luta (Rm. 7.19) porém Deus nunca nos deixa desamparados pois
nas tentações Deus sempre nos proverá livramento (1Co. 10.13) de forma que
possamos resistir ao Diabo (Tg. 4.7). Ao tomarmos o relato de Caim, por
exemplo, percebemos que Ele sempre nos avisa do perigo da queda antes que ela
de fato aconteça. (Gn. 4.7). Porém, ainda que caiamos, se nos arrependermos e
confessarmos Ele nos perdoará, nos livrando da morte eterna (1Jo. 1.9).
Ao consentirmos com o pecado e nos comprazermos nele estaremos nós, e não Satanás, decidindo o nosso destino eterno...
Portanto, percebemos que Satanás
pode sugerir ideias pecaminosas, ofertar oportunidades para o erro, criar
condições propícias à queda, ele pode até nos levar à beira do precipício, mas
ele nunca nos poderá empurrar para baixo, do contrário ele nos estaria tirando
uma condição que Deus nos deu: a condição de seres humanos racionais e,
portanto, com a capacidade de fazer escolhas baseadas em consequências
possíveis. Se Satanás pudesse fazer isso
estaria nos eximindo da responsabilidade do ato mal e, consequentemente, nos
livrando da condenação.
Deus nos fez humanos ao nos dar
de forma especial o Seu Espírito (Gn. 2.7) e só Ele poderia nos tirar essa
condição, por isso nos diz que não devemos temer àquele que pode matar o corpo
(Mt. 10.28).
Dessa forma é fácil perceber que
apenas um ser pode nos levar ao inferno: nós mesmos. Ao consentirmos com o
pecado e nos comprazermos nele estaremos nós, e não Satanás, decidindo o nosso
destino eterno no inferno. Portanto evitemos a justificativa simplória de
culparmos outros (inclusive o Diabo) pelos nossos erros e assumamos nossos
pecados nos arrependendo e confessando-os à Deus porque assim, em comunhão com
Cristo, seremos salvos.
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