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UZÁ E A ARCA - PARTE 2

Na Primeira Parte deste estudo questionamos sobre uma suposta excessiva severidade de Deus no relato da morte de Uzá ao ter tentado evitar a queda da Arca da Aliança no chão quando ela era transportada.  Vimos também que, seguindo o padrão bíblico de a bíblia responder a própria bíblia, a resposta a tal questionamento encontramos no próprio Livro de Crônicas, nas palavras de Davi. Neste post buscaremos esclarecer os ensinamentos profundos contidos nesse relato e que dizem respeito a todos nós cristãos.

A Importância do Zelo

No relato da morte de Uzá que encontramos no sexto capítulo do segundo Livro de Samuel está escrito: “Então, a ira do SENHOR se acendeu contra Uzá, e Deus o feriu ali por esta irreverência; e morreu ali junto à arca de Deus.” (2Sm. 6.7). A ação dos filhos de Abinadabe de se responsabilizarem pelo transporte e cuidado da Arca da Aliança foi considerada uma irreverência, uma falta de respeito às determinações do Senhor e, consequentemente, ao próprio Senhor.

Assim entendemos que o problema não foi o desejo bem intencionado de Uzá em evitar a queda da Arca mas o desrespeito aos ditames do Senhor ao querer executar uma ação para Deus sem ter sido por Ele escolhido para tal e dessa forma sem estar capacitado para fazê-lo, afinal sabemos que é Ele que faz em nós o querer e o realizar (Fp. 2.13).

...sem reconhecer nossa completa dependência do Senhor estamos também demonstrando falta de zelo pela vontade de Deus...

Sendo assim, esse relato representa o fato de que devemos ter zelo pelas orientações do Senhor e, não apenas segui-las bem, com dedicação, mas segui-las conforme a vontade dEle. Não apenas cumprir o objetivo que Deus determinou para nós, mas cumpri-lo da forma como Ele determinou que cumpríssemos. Não ser apenas eficaz, mas também eficiente, ainda que não entendamos muito bem o porquê de as coisas terem de ser feitas daquele jeito, mesmo achando que existe uma forma mais fácil ou mais rápida de fazer. Se Deus nos manda fazer algo de determinada forma é exatamente assim que devemos realizar. Do contrário ainda que bem intencionados estaremos realizando a obra de Deus relaxadamente (Jr. 48.10) e assim zombando do Senhor (Gl. 6.7), nos tornando malditos diante dEle, e sabemos que triste é aquele que cai nas mãos do Deus vivo (Hb. 10.31).

Nossa Dependência

Também é importante salientarmos a importância dos levitas no contexto desse relato do primeiro Livro de Crônicas para que possamos apreender outro aspecto do ensinamento contido neste relato.

Hb. 4.14

A tribo de Levi, da qual vinham os sacerdotes do povo de Deus, foi escolhida pelo Senhor em substituição aos filhos primogênitos (Nm. 3.12) que anteriormente deveriam ser consagrados ao Senhor (Ex. 13. 1-2), porém como nos esclarece o escritor da Epístola aos Hebreus, com advento Cristo não necessitamos mais de sacerdotes para fazer sacrifícios pelos nossos pecados pois Ele é o Sumo Sacerdote, Filho de Deus que penetrou os céus (Hb. 4.14-15). Ele, o filho unigênito do Senhor que se entregou em propiciação pelos nossos pecados (Jo. 3.16).

Portanto quando queremos assumir o lugar de Cristo e determinar os rumos de nossas vidas ou das vidas de outras pessoas sem reconhecer nossa completa dependência do Senhor estamos também demonstrando falta de zelo pela vontade de Deus e, assim como Uzá, estaremos nos atribuindo poderes que não temos e agindo com irreverência perante a face de Deus e quanto a isso certamente algum dia prestaremos contas.

Encerramos aqui este rápido estudo que, para mim, foi muito gratificante e espero que tenha sido também para os irmãos e irmãs. Desejo que o Espírito Santo fale mais aos nossos corações.

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