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O TRABALHO É UMA BENÇÃO, UMA MALDIÇÃO, OU UM MAL NECESSÁRIO?

Nos dias atuais o trabalho faz parte direta ou indiretamente da vida de todas as pessoas, seja o trabalho formal ou o chamado trabalho informal. Ele tem uma importância tão grande na vida do ser humano que os filósofos contemporâneos Karl Marx e Georg Lukács o colocam como categoria fundante do homem enquanto ser social, ou seja, como, por assim dizer, o pontapé inicial na história da humanidade onde o homem passa a se reconhecer como tal, capaz de se relacionar, se desenvolver e ser algo mais do que simplesmente um ser biológico.

O trabalho na história

Gn. 3.17
Com o transcorrer da história da humanidade o trabalho assumiu diversas formas, indo desde a simples busca por alimentos e meios de sobrevivência individual dos tempos primitivos, até a complexa rede de relações corporativas multinacionais do atual século XXI.
Não obstante o grande avanço tecnológico dos dias atuais, que torna o trabalho muito mais ágil, bem como o acesso à serviços e informações, diferentemente do que poderia se prever nos períodos pré-tecnológicos, o trabalho não se tornou algo naturalmente agradável e isento de tensões. As pessoas continuam padecendo de sobrecarga, assédio moral, estresse, cansaço, doenças ocupacionais, dentre outros males.

...o trabalho sonhado por Deus para o homem respeitava o meio-ambiente...

Em virtude dessa realidade algumas pessoas consideram o trabalho uma maldição, ou, quando muito, um mal necessário.
Mas, será que, de fato, o trabalho é uma maldição? O que a Palavra de Deus fala a respeito do trabalho?
Para analisarmos essa questão precisamos observar, inicialmente, os primeiros capítulos do Livro de Gênesis. Em Gn. 2.15 vemos que Deus coloca o homem no Jardim do Éden para o cultivar e guardar, ou seja, a figura do trabalho humano surge logo após Deus criar o homem. Portanto, para Deus, a vida no paraíso não era incompatível com o trabalho, muito pelo contrário, o trabalho foi criado, por Ele e era um mandamento para o homem.
No entanto, é importante notar que no trabalho ideal, criado por Deus, o homem não tinha limites do usufruto do seu labor, ele poderia usufruir de tudo que produzisse, pois sua única proibição se referia a comer da árvore do bem e do mal (Gn. 2.16.17).
Outro ponto digno de nota é que o trabalho sonhado por Deus para o homem respeitava o meio-ambiente, pois o homem, além de cultivar, devia guardar o Jardim do Éden, cuidar dele.
Dessa forma, percebemos que o trabalho foi criado por Deus não como algo mau para o homem, pois em Deus não há mal algum (1Jo. 1.5), o próprio Cristo afirma que Ele e o Pai trabalham até hoje (Jo. 5.17). Ele foi criado, na verdade, para ser uma benção ao homem.
Então, perguntamos, o que houve? Por que o trabalho se deteriorou? Por que ele é hoje fonte de tantos sofrimentos?

A degeneração do trabalho

A resposta encontramos em Gn. 3. Após desobedecerem à Deus, Adão e Eva se separaram do Senhor em virtude do pecado (Is. 59.2) e foram expulsos do Jardim do Éden (Gn. 3.23). A terra se tornou maldita (Gn. 3.17), passou a produzir também cardos e abrolhos (Gn. 3.18) e o homem passou a ter seu trabalho em meio a fadigas e suor do próprio rosto. (Gn. 3.17,19).
O pecado do homem corrompeu tudo, inclusive seu trabalho, pois o pecado gera a morte (Tg. 1.15). Após a queda do homem, ele e todo seu ambiente, passaram a se deteriorar, aquilo que Deus sonhara para o homem, o próprio homem rejeitou e com isso buscou a morte.
O que vemos no mundo laboral nos dias de hoje nada mais é que a consequência da escolha irrefletida do homem ao pecar.

No entanto, Jesus Cristo veio ao mundo para nos dar vida em abundância (Jo.10.10), por isso, mesmo estando o trabalho ainda sob os efeitos do pecado, ele não precisa ser para nós uma constante fonte de dores e nem mesmo algo a ser odiado ou desprezado, pois, independentemente de qual seja nosso emprego, ele sempre pode ser proveitoso (Pv. 14.23) e uma fonte de alegrias e recompensas (Ec. 3.22), desde que o entendamos como a vontade de Deus para nós e o façamos de todo nosso coração (Cl. 3.23). 

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Comentários

  1. Muito bom este texto irmão Carlos, que trata de um assunto bem atual, relacionando-o à Palavra.
    Concordo com o seu posicionamento e arrisco acrescentar que, na minha opinião, o trabalho pode ser sim fonte de prazer e alegrias. Lamentável constatar que a grande maioria ainda faz o que não gosta, cumprindo tarefas que lhes são meramente impostas, mas que não tem a ver com vocação, dom pessoal, escolhas baseadas no próprio querer, mas condicionadas à necessidade de sobrevivência.
    Porém, independentemente disto, podemos fazer desta situação fonte de crescimento, aprimoramento pessoal, e ponte para um trabalho melhor, compatível com nossas aptidões e dons.
    O que precisamos despertar também, é para a necessidade de sair da zona de conforto em que muitos se colocam, reclamando o tempo todo, não buscando novos conhecimentos, aprimoramento, que gerem uma mudança consistente e de qualidade no seu nível de emprego e de trabalho, tornando-o uma fonte de boas realizações, não só para nós mesmos, como também para aqueles caminham conosco, usufruindo dos seus bons frutos.
    Aproveito para, mais uma vez, te dar parabéns pelo blog.
    De vez em quando estarei por aqui comentando.
    Um forte abraço!

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  2. É verdade irmã Eliane, precisamos ter em mente que Deus sempre quer o melhor para seus filhos e que, se mantivermos comunhão com o Senhor, Ele nos guiará em todos os caminhos, nos orientando a respeito das melhores opções e endireitando nossas veredas (Pv. 3.6), inclusive as profissionais.
    Obrigado pelos parabéns. Seja sempre bem vinda. Fique na Paz.
    Um forte abraço

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  3. Disse-o bem irmão Carlos, inclusive as profissionais.
    Todo Poder e Honra e Glória sejam dados ao Nosso Deus!

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