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AS PÉROLAS DA PALAVRA

Bem sabemos que são obrigações de todo cristão amar ao próximo como a si mesmo (Mc.12.31) e pregar o evangelho a toda criatura (Mc. 16.15), no entanto estas duas obrigações exigem compreensão dos seus verdadeiros significados e também bom senso.
Amar ao próximo como a si mesmo não quer dizer que você deverá ter, por alguém que te odeia, o mesmo sentimento de afinidade que tem por alguém que te ama, nem, tão pouco, significa que você deve deixar de lado a preservação de sua vida em favor de todas as pessoas.

Amar

O amor, ao contrário da paixão, é uma escolha consciente e deve ser fundamentada no bom senso, assim amar ao próximo, inclusive aos inimigos (Mt. 5.44), significa reconhecer nele um irmão, filho do mesmo Pai Criador, e, por isso, merecedor de nosso amor racional que, se necessário, perdoa setenta vezes sete vezes (Mt. 18.22), mas que também repreende (Lc. 17.3).
Mt. 7.6
Amar ao próximo também significa que devemos leva-lo ao conhecimento da verdade que é Jesus Cristo (Jo. 14.6), caso ele ainda não conheça, porém, cônscios de que não somos nós, mas o Espírito Santo, que convence do pecado, da justiça e do juízo (Jo. 16.8) e que por isso de nada adianta querermos “ganhar almas para Jesus” por meio da insistência ou da retórica, pois nós não prevalecemos pela força (1Sm.2.9).
Um dos maiores atos de amor que podemos ter para com aqueles que nos odeiam é apresentar-lhes a Palavra de Deus, porém devemos respeitar a sua liberdade de escolha, caso opte por rejeitar as verdades do Senhor. Devemos lembrar que o Senhor chega a porta do nosso coração e bate, mas só entrará se ouvirmos a Sua voz e nos dispusermos a abrir a porta (Ap. 3.20).
Por mais triste que pareça, algumas pessoas se comprazem na iniquidade, no pecado, na blasfêmia, na maldade e mesmo que compreendam que Jesus é o caminho, a verdade e a vida (Jo. 14.6), não O querem em suas vidas.
No capítulo 26 do Livro de Isaías, no versículo 10, encontramos a seguinte afirmação do profeta inspirado por Deus: “Ainda que se mostre favor ao perverso, nem por isso aprende a justiça; até na terra da retidão ele comete a iniquidade e não atenta para a majestade do SENHOR. ” (Is. 26.10). De fato, quem está enraizado na maldade e se compraz nela costuma confundir amor com ingenuidade e tratar os bons como se fossem tolos.

Bom senso

Portanto, amar aos inimigos não inclui deixar ser usados, humilhados e ludibriados por eles, mas apresentar-lhes a solução de seus problemas, Jesus, e ajuda-los quando e o quanto estiver ao nosso alcance, não nos esquecendo, para o nosso próprio bem, que quem vive em pecado é filho do diabo (1Jo. 3.8) e este só veio para roubar, matar e destruir (Jo. 10.10).
Jesus usa palavras duras que se aplicam ao caso em questão quando diz: “Não deis aos cães o que é santo, nem lanceis ante os porcos as vossas pérolas, para que não as pisem com os pés e, voltando-se, vos dilacerem. ” (Mt. 7.6). Muitas vezes nos esforçamos tanto desejando trazer alguém para Cristo, porém aquela pessoa “pisa” as Santas Palavras do Senhor e, se tiver oportunidade, procura nos destruir.
Percebamos que somos responsáveis por, havendo oportunidade, apresentar a palavra do Senhor a todas as pessoas e ajudar, àquelas que desejam, a caminharem com Jesus, no entanto, estaremos livres da responsabilidade sobre aqueles a quem apresentamos o caminho, mas escolheram permanecer no pecado e na morte.

Se alguém a quem apresentamos a Palavra do Senhor, rejeita, despreza, ironiza e blasfema contra a verdade, não nos irritemos por isso, nossa obrigação foi cumprida...

Porém, isso não quer dizer que devemos julgar quem é capaz ou não de ser salvo, isso compete a Deus. Lembremos que Jesus nos alertou sobre condenarmos outras pessoas quando disse: “Não julgueis, para que não sejais julgados. Pois, com o critério com que julgardes, sereis julgados; e, com a medida com que tiverdes medido, vos medirão também. ” (Mt. 7.1-2).
Devemos sempre estar dispostos a semear a Palavra de Deus, inclusive entre os nossos inimigos, e nunca considerar alguém irremediavelmente perdido, essa é a nossa responsabilidade, no entanto, se formos insistentemente rejeitados em nossa pregação da Verdade, lembremos que o apóstolo Paulo, quando teve sua pregação entre os judeus de Corinto rejeitada e alvo de blasfêmias disse: “Sobre a vossa cabeça, o vosso sangue! Eu dele estou limpo e, desde agora, vou para os gentios. ” (At.18.6).
Se alguém a quem apresentamos a Palavra do Senhor, rejeita, despreza, ironiza e blasfema contra a verdade, não nos irritemos por isso, nossa obrigação foi cumprida, “partamos para os gentios”, certamente muitas outras pessoas estão sedentas da Palavra de Deus, apenas aguardado que cheguemos até elas para aliviar-lhes as dores com as gotas da água da vida (Jo. 7.38).

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