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O PAI NOSSO - PARTE 5

Concluindo o nosso estudo sobre o Pai Nosso, hoje analisaremos o quinto verso desta oração que contém os pilares fundamentais da doutrina de Cristo.
Na Primeira Parte deste estudo analisamos o primeiro verso da oração do Senhor, quando Ele nos ensina a iniciarmos a oração dizendo: “Pai nosso que estás nos céus, santificado seja o teu nome” (Mt. 6.9).
Na Segunda Parte deste estudo entendemos como Jesus nos ensina que a prioridade em nossa vida deve ser o Reino de Deus e a Sua vontade, no sentido de que devemos nos sujeitar ao Senhor e desejar sempre que se faça em nossa vida, não a nossa vontade, mas a dEle.
Na terceira parte entendemos que Jesus nos ensina a evitarmos a ganância e a ansiedade com o futuro e nos sentirmos saciados e felizes com o que Deus tem reservado para nós.
Na Quarta parte entendemos que Jesus trata do amor e do perdão, esclarecendo que estamos em uma aliança com Deus e que tal aliança também cobra-nos obrigações. O amor ao próximo e o perdão, assim como o amor a Deus, é fundamental para que possamos nos achegar a Cristo Jesus.
Mt. 6.13
Hoje estudaremos o último verso da oração do Senhor que diz: “e não nos deixes cair em tentação; mas livra-nos do mal”. (Mt. 6.13). Em Lucas encontramos: “e não nos deixes cair em tentação”. (Lc. 11.4b).
Percebamos que no verso anterior Jesus nos ensina a pedimos perdão dos nossos pecados, mas logo em seguida, neste verso, Ele pede para que não nos deixe cair em tentação. Estas palavras encerram, ao menos, três verdades teológicas profundas, a saber:

As três verdades

1 – Ao falar de pecado no verso anterior e de tentação neste verso, Jesus deixa claro que pecado e tentação não são a mesma coisa, porque no verso anterior Jesus ensina a pedir perdão daqueles erros que já cometemos e neste verso nos ensina a pedir providência para que não venhamos a cometer outros, cedendo às tentações.
De fato, o apóstolo Tiago em sua epístola, no capítulo 1, versículos 12 a 15 nos esclarece que, além de Deus não tentar ninguém, o pecado possui um procedimento, uma rotina, para ser consumado. Tal rotina se inicia com a nossa própria cobiça, característica de um coração desesperadamente corrupto (Jr.17.9), passando pela tentação gerada por ela, sendo então concebido, dá a luz ao pecado, que, uma vez consumado, gera a morte (Tg 1. 12-15).
Notemos que o pecado é a consumação de uma tentação gerada por nossa cobiça. Podemos dizer então que o pecado é o resultado, a tentação é o meio e a cobiça a causa, e ainda temos a morte que é a consequência.
2 – Jesus também deixa claro neste verso a certeza de que, embora nos arrependamos dos nossos pecados cometidos, há uma tendência muito forte de cometermos outros, porque no mundo não há quem não peque (Ec. 7.20).
O apóstolo João em sua primeira epístola chega a afirmar que “Se dissermos que não temos pecado nenhum, a nós mesmos nos enganamos, e a verdade não está em nós. “(1Jo. 1.8), e ainda completa dizendo, no verso 10, que se negamos que temos cometido pecado a palavra de Cristo não está em nós (1Jo. 1.10).
Portanto, bem sabemos que, sendo imperfeitos, nós vamos cometer pecados outras vezes, ainda que estejamos, sinceramente, buscando a Cristo com inteireza de coração (2Cr.19.9).
3 –No entanto, Jesus também revela uma terceira verdade que está contida em todo esse quinto verso: a de que devemos verdadeiramente desejar não cair mais nas tentações, ou seja, não cometer mais pecados, e querermos ser livres do mal.

O mal

Notemos que o mal a qual se refere aqui Jesus, não é o mal que possa nos acontecer, fisicamente, por exemplo, mas aquele que pode nos levar à tentação, aquele que pode nos fazer pecar, que de certa forma engloba todos os males, inclusive os físicos, porque deles podem resultar pecados, mas o fato é que Jesus se refere a “nos livrar do mal” não pelo mal em si, mas pelo pecado que ele pode produzir em nós. O foco do pedido de Cristo aqui não é apenas não sofrermos, mas não pecarmos.

Assim como as duas tábuas foram entregues por Deus a Moisés na forma de uma Lei moral, aqui, em Sua oração, Jesus nos revela os princípios éticos...

Se juntarmos os dois últimos versos da oração do Senhor (o quarto e o quinto), podemos, utilizarmo-nos do verso 9 do capítulo 1 da primeira epístola de João e do verso 1 do capítulo 2 da mesma epístola, para compreendermos sua essência, onde o apóstolo amado diz: “Filhinhos meus, estas coisas vos escrevo para que não pequeis. Se, todavia, alguém pecar, temos Advogado junto ao Pai, Jesus Cristo, o Justo” (1Jo. 2.1) e também “Se confessarmos nossos pecados, ele é fiel e justo para nos perdoar os pecados e nos purificar de toda injustiça”. (1.Jo. 1.9).
Ao encerramos nosso estudo percebemos que a oração que nosso Senhor Jesus Cristo nos ensinou, muito mais que uma fórmula pronta de oração, é um verdadeiro tratado sobre os ensinamentos de Deus. Assim como as duas tábuas foram entregues por Deus a Moisés na forma de uma Lei moral, aqui, em Sua oração, Jesus nos revela os princípios éticos que já a fundamentavam desde os tempos dos patriarcas.
Encerramos aqui este estudo que, para mim, foi muito gratificante e espero que tenha sido também para os irmãos e irmãs. Desejo que o Espírito Santo fale mais aos nossos corações.

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