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PARA QUEM É O INFERNO?

Jesus, ao anunciar o dia do grande julgamento, afirma que o Rei dirá aos que estiverem à sua esquerda: Apartai-vos de mim, malditos, para o fogo eterno, preparado para o diabo e seus anjos. (Mt. 25.41). Nessa descrição figurativa do dia do julgamento Jesus põe os justos à direita do Rei (o Senhor) e os não justos à esquerda do Rei.
Esse relato, que se inicia no versículo 31 e prossegue até o versículo 46 do capítulo 25 do Evangelho de Mateus encerra diversas lições escatológicas, éticas e morais, no entanto, quero me ater nesse texto ao recorte que citei do versículo 41.
Mt. 7.9-11
Quando o Rei, que sabemos que na narrativa representa Deus, diz aos que estão à sua esquerda “Apartai-vos de mim”, revela uma grande verdade: aqueles que praticam a iniquidade ficam afastados do Senhor e, embora o relato descreve o Rei ordenando o afastamento daqueles que são chamados de cabritos (Vs. 33), na verdade suas iniquidades é que determinam tal afastamento.

As consequências do pecado

Se observarmos a narrativa do pecado original perceberemos que Adão e Eva quando cometeram o pecado também se afastaram de Deus que andava no jardim pela viração do dia (Gn. 3.8), porém não foi Deus quem se distanciou de Adão e Eva, ao contrário o Senhor os procurou (Gn. 3.9), no entanto, Adão e Eva, por medo e vergonha (Gn. 3.10) se esconderam de Deus (Gn. 3.8).
Isaías escreve que as nossas iniquidades é que fazem separação entre nós e Deus e que nossos pecados encobrem o rosto do Senhor para que não nos ouça (Is. 59.2). O salmista Asafe afirma que Deus diz aos ímpios que de nada serve terem a aliança do Senhor nos lábios e repetirem Seus preceitos se não se agradam da disciplina e rejeitam as Suas palavras. (Sl. 50.16-17).
O afastamento se dá por iniciativa do homem, em virtude do seu pecado, pois dois não andarão juntos se não houver consenso (Am. 3.3), e como em Deus não há mal algum (1Jo.1.5) Ele não pode permanecer perto do homem pecaminoso.

O Fogo Eterno

Outro ponto importante que percebemos no versículo 41 do capítulo de 25 do Evangelho de Mateus é que o Rei, após dizer para os que estão à sua esquerda apartarem-se dEle fala: “para o fogo eterno, preparado para o diabo e seus anjos”. Da mesma forma que na questão do afastamento, aqui também, Deus apenas constata o fato de que, separados dEle, os iníquos estarão no fogo eterno, fogo esse que na verdade não foi preparado para eles, mas para o diabo e seus anjos.
Se analisarmos a descrição da criação contida em Gênesis, vemos nos versículos 2 e 3 do capítulo 1 que Deus disse “Haja luz” e a luz foi feita, no entanto, antes da ação de Deus por meio do verbo, que é Jesus (Jo. 1.14), o que havia eram trevas, no original hebraico encontramos as palavras תוהו ובוהו e חושך (thohu vâbhohu vechoshekh) caos e caos e escuridão (Gn. 1.2). Precisamente é isso que existe quando optamos por nos afastarmos de Deus.  
Entretanto, o texto em Mateus é bem claro quando diz que o lago de fogo não foi feito para o homem, nem mesmo para os maus, mas foi feito para o diabo que quis ser igual a Deus (Is. 14.14) e seus anjos que caíram junto com ele porque se rebelaram (Ap. 12.7-9).
Percebamos que não somos marionetes nas mãos de um Deus psicopata que criou uns para se salvarem e outros para padecerem no fogo, ao contrário, a Deus interessa que todos se salvem (1Tm. 2.4).

Deus Pai

Jesus faz uma comparação entre um pai humano e Deus, nosso Pai, quando diz: “qual dentre vós é o homem que, se porventura o filho lhe pedir pão, lhe dará pedra? Ou, se lhe pedir um peixe, lhe dará uma cobra? Ora, se vós, que sois maus, sabeis dar boas dádivas aos vossos filhos, quanto mais vosso Pai, que está nos céus, dará boas coisas aos que lhe pedirem? ” (Mt. 7. 9-11).
O apóstolo João diz que Deus é amor (1Jo. 4.8) mas que amor seria esse se o Senhor predestinasse alguns para serem maus e serem destruídos?

Porém presciência não é predestinação, ou seja, o fato de Deus saber antecipadamente que muitos vão para aquele fogo eterno que foi criado para o diabo, não quer dizer que é o Senhor quem determina aquele que se salvará e o que não se salvará, quem escolhe em qual lado estará somos nós.

Ocorre que pela insistência do homem em viver em pecado (1Jo. 3.8) Deus os entrega a imundícia pela concupiscência do seu próprio coração (Rm. 1.24) e bem sabemos que Deus a ninguém tenta e que cedermos à nossa cobiça é opção e, depois de ela haver concebido, dá à luz ao pecado que gera a morte (Tg 1. 13-15).
Deus, que sabe todas as coisas de antemão (Sl.139.4) conhece que, embora chame a muitos, poucos atenderão o seu chamado, por isso conhece que no dia do julgamento muitos estarão à sua esquerda. Porém presciência não é predestinação, ou seja, o fato de Deus saber antecipadamente que muitos vão para aquele fogo eterno que foi criado para o diabo, não quer dizer que é o Senhor quem determina aquele que se salvará e o que não se salvará, quem escolhe em qual lado estará somos nós.
Deus nos dá a escolher duas opções a benção ou a maldição, a vida ou a morte e nos sugere escolher a vida (Dt. 30.19) cabe a nós fazermos a escolha certa e abrirmos a porta quando Ele bater, pois se o fizermos o nosso Senhor entrará e ceará conosco no grande banquete da vida eterna (Ap.3.20).

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