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QUAL O TAMANHO DA SUA FÉ?

Às vezes, inadvertidamente, tratamos a nossa fé como um bem material que pode ser adquirido em algum momento ou, mesmo acumulado. É comum utilizarmos expressões como: eu tenho muita fé, ou eu preciso de mais fé, ou ainda, eu tenho pouca fé para isso.
Quando tratamos a fé como algo que podemos obter em algum momento e que está em nosso domínio escolher a ocasião em que vamos adquirir mais “unidades” desse bem, temos a impressão de que ao acumular momentos de aquisição dessa “mercadoria” nos tornaremos possuidores de uma “maior fé”.
Esse tipo de entendimento, além de ser nocivo para o desenvolvimento da verdadeira fé, pode originar indivíduos de fé inconsistente que oscilam entre momentos de alguma fé e momentos de profunda descrença, a quem poderíamos chamar de “crentes intermitentes”, ou seja, pessoas que em alguns momentos buscam a Deus e em outros se rendem ao mundo, mas que, nem mesmo eles, sabem explicar muito bem os momentos e os motivos em que esses comportamentos ocorrem.

Aumentar a fé

Quando os discípulos de Jesus expressaram um entendimento semelhante, ao pedirem a Ele: “Aumenta-nos a fé” (Lc. 17.5) o Senhor, amorosamente, os advertiu dizendo: “Se tiverdes fé como um grão de mostarda, direis a esta amoreira: Arranca-te e transplanta-te no mar; e ela vos obedecerá. ” (Lc. 17.6).
O que o Mestre estava dizendo? Que Seus Discípulos não tinham fé? Que fé é algo que se recebe pronto como um pacote e que se você não tem nunca terá? De forma alguma, Jesus estava, tão somente, ensinando que fé não é um bem que se acumula, mas um dom que se desenvolve.
Para compreendermos melhor esse ensinamento do Senhor precisamos observar, inicialmente, o conceito de fé, que o escritor da epístola aos Hebreus nos oferece: “Ora, a fé é a certeza de coisas que se esperam, a convicção de fatos que se não veem. ” (Hb. 11.1).

...é pelo seu exercício diário aliado à Graça que nos concede gratuitamente o nosso Deus, que alcançaremos uma fé firme e forte...

De posse deste conceito, analisemos o relato do momento em que Pedro, convidado por Jesus, anda sobre as águas: “Na quarta vigília da noite, foi Jesus ter com eles, andando por sobre o mar. E os discípulos, ao verem-no andando sobre as águas, ficaram aterrados e exclamaram: É um fantasma! E, tomados de medo, gritaram. Mas Jesus imediatamente lhes disse: Tende bom ânimo! Sou eu. Não temais! Respondendo-lhe Pedro, disse: Se és tu, Senhor, manda-me ir ter contigo, por sobre as águas. E ele disse: Vem! E Pedro, descendo do barco, andou por sobre as águas e foi ter com Jesus. Reparando, porém, na força do vento, teve medo; e, começando a submergir, gritou: Salva-me, Senhor! E, prontamente, Jesus, estendendo a mão, tomou-o e lhe disse: Homem de pequena fé, por que duvidaste? ” (Mt. 14.25-31).
Quando o Senhor puxa Pedro que afundava nas águas e o repreende pela sua “pequena fé”, não está afirmando que o apóstolo possui pequena quantidade de fé, mas se refere a sua fragilidade. Se observarmos bem o texto perceberemos que Pedro creu firmemente que era Jesus que o chamava para andar sobre as águas, tanto é assim que conseguiu fazê-lo, e mesmo quando começou a submergir, não duvidou que era Cristo que estava a sua frente e por isso clamou “Salva-me Senhor”.
O que ocorreu com a fé de Pedro então? Em um momento ele tinha fé e em outro deixou de ter? Sua fé se gastou ao usa-la para andar sobre as águas? Evidentemente que não é esse o caso, o que ocorre é que a fé de Pedro de que quem estava a sua frente era o próprio Deus, que havia se feito homem (Fp. 2.7) para salvar todos aqueles que nele creem (Jo. 3.15) e para quem nada é impossível (Lc. 1.37), ainda era frágil e ao ver o poder do vento, não teve forças para vencer o medo que o dominou.

Exercitar a fé

Percebemos, portanto, que fé não é uma questão de possuir mais ou menos, de tê-la maior ou menor, fé é uma questão de exercitá-la ou não. Quando Jesus disse que se tivéssemos fé do tamanho de um grão de mostarda, seríamos capazes de dizer para uma árvore: Arranca-te e transplanta-te no mar e aquilo ocorreria Ele estava nos revelando que fé não se avalia por tamanho, mas por prática. Afinal, como é possível acumular a “certeza de coisas que se esperam” ou estender o comprimento da “convicção de fatos que se não veem”?
Quando observamos um bebê dar os seus primeiros passos, podemos afirmar que ele já está andando, mas os seus passos são firmes? Evidentemente não. É o exercício prazeroso que ele pratica diariamente, aliado a seu desenvolvimento neurológico-motor, que o faz firmar os passos. Da mesma forma a nossa fé se inicia titubeante, e é pelo seu exercício diário aliado à Graça que nos concede gratuitamente o nosso Deus, que alcançaremos uma fé firme e forte. Fé não se acumula, se desenvolve.
Sl. 1.2
E a maneira que podemos exercitar a nossa fé a fim de desenvolvê-la, a própria Palavra de Deus nos esclarece quando recomenda e exemplifica: “Quanto amo a tua lei! É a minha meditação, todo o dia! ” (Sl. 119.97); “Antes, o seu prazer está na lei do SENHOR, e na sua lei medita de dia e de noite.” (Sl. 1.2); “Não cesses de falar deste Livro da Lei; antes, medita nele dia e noite, para que tenhas cuidado de fazer segundo tudo quanto nele está escrito...” (Js. 1.8); “Ponde, pois, estas minhas palavras no vosso coração e na vossa alma; atai-as por sinal na vossa mão, para que estejam por frontal entre os olhos. Ensinai-as a vossos filhos, falando delas assentados em vossa casa, e andando pelo caminho, e deitando-vos, e levantando-vos. Escrevei-as nos umbrais de vossa casa e nas vossas portas, ” (Dt. 11.18-20). “Se permanecerdes em mim, e as minhas palavras permanecerem em vós, pedireis o que quiserdes, e vos será feito. ” (Jo. 15.7).

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