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CLAMORES NÃO OUVIDOS


Em tempos trágicos de Pandemia em que muitas vidas estão sendo ceifadas em virtude de um vírus que a ciência demora em descobrir formas eficientes de combater, tenho observado nas pessoas as reações mais diversas. O luto, o medo, a preocupação, a dor, a negação são algumas das reações mais evidentes que ocorrem em diversos grupos sociais. Porém quero me ater aqui especialmente ao meio cristão.

Clamores Cristãos?


Tg. 4.3
Têm se multiplicado, seja nas redes sociais virtuais ou fora delas, a exposição de frases bíblicas (normalmente fora de contexto) como um mantra de positivismo, muitas orações e clamores (alguns inclusive em tom imperativo como se estivesse dando uma ordem ao Senhor), pedidos e chamamento para orações, e até mesmo tenho visto convocações para a prática de jejum, toda essa atividade realizada com o objetivo de afastar a pandemia da atual realidade mundial.

Se desejamos ser atendidos em nossos clamores ao Senhor e fazê-los sinceros, precisamos saber pedir...


Em que pese o fato de que a oração, o clamor, a exposição de textos bíblicos e o jejum devam ser atitudes praticadas pelos cristãos durante uma crise, assim como também fora dela, há que se perguntar por que tais atitudes, com tamanho fervor, só estão sendo tomadas agora?

Muito antes da pandemia o mundo já vinha sendo assolado pela miséria, pela fome, pela intolerância, pela violência, pela corrupção, pela indiferença, por muitas doenças causadas pela falta de condições básicas de saúde a qual estão submetidas milhões de pessoas, pelo desemprego e por tantos outros males que vêm causando milhares de mortes todos os dias mas que muitas vezes são observados pela sociedade atual, inclusive a cristã, como normais. 

Como ser ouvido?


O fato é que, associado ao medo de contrair o vírus, o desejo de aparecer para a sociedade como cristão fervoroso(a) tem levado muitos cristãos a realizar e a convocar outras pessoas para orações, clamores e jejuns. Muitos inclusive publicam nas redes sociais virtuais seus próprios “momentos de fé”. Porém qual realmente a utilidade de tudo isso diante de Deus se tais ações são promovidas e executadas por pessoas que praticam a indiferença ao próximo, a intolerância (seja ela cultural, social, política, religiosa, sexual...), o egoísmo, o adultério, a corrupção, a mentira, enfim por pessoas que honram ao Senhor com os lábios mas mantém longe dEle o coração(Mt. 15. 7-8))?

Se desejamos ser atendidos em nossos clamores ao Senhor e fazê-los sinceros, precisamos saber pedir, como nos alertou o apóstolo Tiago (Tg. 4.3) e verdadeiramente andarmos em Espírito evitando as concupiscências da carne (Gl. 5.16) como nos alertou o apóstolo Paulo.

A esse respeito o Senhor, por meio do profeta Isaías, falando a respeito do jejum aceitável é muito esclarecedor quando diz: “Mesmo neste estado, ainda me procuram dia a dia, têm prazer em saber os meus caminhos; como povo que pratica a justiça e não deixa o direito do seu Deus, perguntam-me pelos direitos da justiça, têm prazer em se chegar a Deus, dizendo: Por que jejuamos nós, e tu não atentas para isso? Por que afligimos a nossa alma, e tu não o levas em conta? Eis que, no dia em que jejuais, cuidais dos vossos próprios interesses e exigis que se faça todo o vosso trabalho. Eis que jejuais para contendas e rixas e para ferirdes com punho iníquo; jejuando assim como hoje, não se fará ouvir a vossa voz no alto. Seria este o jejum que escolhi, que o homem um dia aflija a sua alma, incline a sua cabeça como o junco e estenda debaixo de si pano de saco e cinza? Chamarias tu a isto jejum e dia aceitável ao SENHOR? Porventura, não é este o jejum que escolhi: que soltes as ligaduras da impiedade, desfaças as ataduras da servidão, deixes livres os oprimidos e despedaces todo jugo? Porventura, não é também que repartas o teu pão com o faminto, e recolhas em casa os pobres desabrigados, e, se vires o nu, o cubras, e não te escondas do teu semelhante? Então, romperá a tua luz como a alva, a tua cura brotará sem detença, a tua justiça irá adiante de ti, e a glória do SENHOR será a tua retaguarda; então, clamarás, e o SENHOR te responderá; gritarás por socorro, e ele dirá: Eis-me aqui. Se tirares do meio de ti o jugo, o dedo que ameaça, o falar injurioso; se abrires a tua alma ao faminto e fartares a alma aflita, então, a tua luz nascerá nas trevas, e a tua escuridão será como o meio-dia. (Is. 58. 2-10)

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