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O FLUXO DE SANGUE

O evangelista Marcos relata no capítulo 5 do seu evangelho que, certo dia, Jesus acompanhava um dos chefes da Sinagoga, chamado Jairo, a sua casa, pois ele pedira que Cristo curasse sua filha. (Mc. 5.21-24).
No caminho, uma mulher que padecia de fluxo de sangue há 12 anos e que já tinha gasto suas economias com médicos sem obter a cura, toca na orla das vestes de Jesus e fica curada. (Mc. 5.24b-34).
Esse é uma passagem muito conhecida da história de Jesus e foi relatada pelos evangelistas Mateus (Mt.9.20-22), Marcos (Mc.5.24-34) e Lucas (Lc.8.43-48).
Tal relato nos revela verdades muito importantes sobre as quais quero refletir neste texto:

O contexto 

As Escrituras não declaram o nome daquela mulher nem outros detalhes adicionais, mas dá uma informação importante: ela sofria de uma hemorragia (fluxo de sangue) há 12 anos.
Naquela época o povo judeu era regido pela Lei de Moisés que decretava que “a mulher, quando manar fluxo do seu sangue, por muitos dias fora do tempo da sua menstruação ou quando tiver fluxo do sangue por mais tempo do que o costumado, todos os dias do fluxo será imunda, como nos dias da sua menstruação.” (Lv. 15.25).
Mc. 5.34
A Lei determinava ainda aos filhos de Israel que “lancem para fora do arraial todo leproso, todo o que padece fluxo e todo imundo por ter tocado em algum morto; tanto homem como mulher os lançareis; para fora do arraial os lançareis, para que não contaminem o arraial” (Nu. 5.2-3).
Aquela mulher padecia de fluxo de sangue há 12 anos e, segundo a Lei, deveria ficar afastada da cidade, das pessoas, até mesmo de seus familiares, porque estava imunda.
Mas aquela mulher, certamente desprezada na sociedade, talvez abandonada por seus familiares, padecendo de um mal aparentemente sem cura, ouviu falar de Jesus. (Mc.5.27) e quando ouviu teve fé (Rm. 10.17) e sua fé foi tamanha que dizia consigo “Se eu apenas lhe tocar as vestes ficarei curada” (Mc. 5.28).
Certamente aquela mulher considerou a dificuldade de ir até Jesus, pois naquela época não havia internet, carro ou gps; para se encontrar alguém como Jesus, que passava os dias caminhado e anunciando a boa nova, teria de busca-lo, mas a Palavra diz que aquele que busca-lo de todo o coração o encontrará (Jr. 29.13 e Lc. 11.9). Ela resolveu busca-lo.
Aquela mulher também considerou os perigos: como as pessoas reagiriam se soubessem que ela estava imunda? Como os discípulos reagiriam? Como Jesus reagiria? Afinal a Lei dizia que qualquer um que tocasse “a imundícia de um homem, seja qual for a imundícia com que se faça imundo, e lhe for oculto, e o souber depois, será culpado” (Lv. 5.3).
Mas ela estava movida pela fé e, não se abatendo pelas dificuldades nem pelos perigos, foi até Jesus e, após se espremer entre a multidão, tocou em suas vestes, naquele instante “se lhe estancou a hemorragia, e sentiu no seu corpo estar curada do seu flagelo (Mc. 5.29).
Mais uma cura maravilhosa realizada por Jesus. Para muitos, talvez, a história poderia terminar aí, a obra já estaria completa, mas para Jesus, cujos pensamentos são muito mais altos que os nossos (Is. 55.9) não era assim, ainda faltava algo e, mesmo conhecendo todas as coisas (Jo. 21.17) perguntou: “Quem me tocou nas vestes?” (Mc. 5.30).

A obra completa

Jesus queria fazer mais na vida daquela mulher, não apenas a cura pela cura, Ele queria fazer a obra completa. Como todos negassem (Lc. 8.45) e até mesmos seus discípulos não entendessem a pergunta do Mestre (Mc. 5.31) aquela mulher atemorizada e tremendo, prostrou-se diante de Jesus e declarou-lhe toda a verdade (Mc. 5.33).
Era o que faltava. Jesus estava dando àquela mulher a oportunidade da salvação, Ele não daria a ela uma cura em meio a segredos. Mas ao se prostrar diante do Mestre aquela mulher reconhece Seu senhorio em sua vida e ao contar toda a verdade tira de sobre ela a culpa, pois nada há oculto que não será revelado (Mt.10.26), e declara a todos as maravilhas do Senhor.
Jesus, então, dá por concluída a obra, pois deu àquela mulher a salvação: “Filha, a tua fé te salvou”: a paz “vai-te em paz” e a cura permanente: “e fica livre do teu mal” (Mc. 5.34).
É importante notar essas últimas palavras de Jesus: “e fica livre do teu mal”. Por que o Mestre disse isso? Afinal a hemorragia não já se tinha estancado? A mulher não sentiu em seu corpo estar curada? (Mc. 5.29).

Deixemos o Senhor fazer toda a Sua Obra em nós, para isso nos prostremos a Seus pés e confessemos a Ele toda a verdade...

De fato a cura já havia sido efetuada, mas estava consolidada? Aquele mal não poderia voltar?
Para responder a essas perguntas lembremos dois outros relatos onde encontramos situação semelhante:
1) Ao efetuar a cura dos 10 leprosos e apenas um deles voltar a Jesus para prostra-se e agradecer-lhe, o Senhor pergunta pelos outros nove e diz a este: “vai a tua fé te salvou” (Lc. 17.19).  
2) Após curar um paralítico no tanque de Betesda, encontrando-o no templo Jesus disse-lhe: “Olha que já estás curado; não peques mais, para que não te suceda coisa pior” (Jo. 5.1-14).
Se desejamos a cura dos nossos males físicos, morais ou espirituais, busquemos não apenas a cura, mas Àquele que a executa em nós: Cristo Jesus.
Se nos apressamos em obter tão somente a cura e após obtê-la abandonamos o Médico que a efetuou, não permitimos ao Senhor completar em nós a Sua obra e obra incompleta logo ruirá ante às intempéries do mundo.

Deixemos o Senhor fazer toda a Sua Obra em nós, para isso nos prostremos a Seus pés e confessemos a Ele toda a verdade, pois assim Ele, além da cura, nos dará a salvação, a paz e nos livrará de todo o mal. 
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