Infelizmente,
ainda nos dias atuais, há no meio cristão muitas dúvidas sobre predestinação e
presciência de Deus. Algumas pessoas creem e difundem a ideia antibiblica de
que o Senhor predestinou desde a criação algumas pessoas para serem boas e
outras para serem más, umas para salvação e outras para perdição. Evidentemente
essa ideia é uma aberração teológica, contrária ao caráter amoroso e sábio de
nosso Senhor e Criador.
No
entanto, isso não significa dizer que a predestinação não existe, porém ela
deve ser bem compreendida à luz da palavra de Deus.
Embora
deseje aqui fazer um estudo resumido sobre alguns aspectos da predestinação e
da presciência do Senhor, creio ser impossível fazê-lo em apenas uma postagem,
por isso proponho um estudo em duas partes a serem publicadas em sequência nas
postagens do blog Preceitos de Fé.
Presciência
Iniciaremos
analisando alguns textos da epistola de Paulo aos romanos para que possamos
compreender melhor o que é a predestinação de Deus e como ela está intimamente
relacionada com a Sua Presciência.
Nos
versículos 29 e 30 do capítulo 8 da epístola de Paulo aos romanos, o apóstolo
escreve: “Porquanto aos que de antemão conheceu, também os predestinou para
serem conformes à imagem de seu Filho, a fim de que ele seja o primogênito
entre muitos irmãos. E aos que predestinou, a esses também chamou; e aos que
chamou, a esses também justificou; e aos que justificou, a esses também
glorificou. ” (Rm. 8. 29-30).
Percebamos
que Paulo declara aqui que Deus predestinou alguns a serem “conformes à imagem
de seu Filho” e ainda afirma que a esses a quem Deus predestinou também chamou,
justificou e glorificou. É nítida, no texto, a ideia de que foram alguns, e não
todos, que foram predestinados por Deus, no entanto o início do versículo 29
afasta qualquer possibilidade de predestinação determinista e aleatória da
parte do Senhor e nos esclarece o real significado dessa predestinação quando
diz: “Porquanto aos que de antemão conheceu”.
Ora,
fica muito claro que essa predestinação está baseada na presciência do Senhor e
não em uma vontade aleatória e desprovida de sentido, ou seja, Deus predestina
alguns para serem a imagem de Seu Filho porque em virtude de sua presciência já
sabe que estes escolherão crer e confessa-lo como Senhor e Salvador.
Uma
vez que Deus de antemão já conhece as escolhas e consequências que cada um de
nós faremos e sofreremos, pois até os fios de nossas cabeças estão contados (Lc.12.7), predestina àqueles que irão optar por guardar as Suas palavras à
salvação eterna.
Porém,
alguns textos desta mesma epístola de Paulo são utilizados equivocadamente para
tentar fundamentar a falsa doutrina da predestinação arbitrária de Deus,
citarei dois deles.
Predestinação?
No
capítulo 9, encontramos nos versículos de 8 a 13 o seguinte texto: “Isto é,
estes filhos de Deus não são propriamente os da carne, mas devem ser
considerados como descendência os filhos da promessa. Porque a palavra da
promessa é esta: Por esse tempo, virei, e Sara terá um filho E não ela somente,
mas também Rebeca, ao conceber de um só, Isaque, nosso pai. E ainda não eram os
gêmeos nascidos, nem tinham praticado o bem ou o mal (para que o propósito de
Deus, quanto à eleição, prevalecesse, não por obras, mas por aquele que chama),
já fora dito a ela: O mais velho será servo do mais moço. Como está escrito:
Amei Jacó, porém me aborreci de Esaú. ” (Rm. 9. 8-13).
...essa predestinação está baseada na presciência do Senhor e não em uma vontade aleatória e desprovida de sentido...
Ainda
no capítulo 9 da epístola encontramos: “Tu, porém, me dirás: De que se queixa
ele ainda? Pois quem jamais resistiu à sua vontade? Quem és tu, ó homem, para
discutires com Deus?! Porventura, pode o objeto perguntar a quem o fez: Por que
me fizeste assim? Ou não tem o oleiro direito sobre a massa, para do mesmo
barro fazer um vaso para honra e outro, para desonra? Que diremos, pois, se
Deus, querendo mostrar a sua ira e dar a conhecer o seu poder, suportou com
muita longanimidade os vasos de ira, preparados para a perdição, a fim de que
também desse a conhecer as riquezas da sua glória em vasos de misericórdia, que
para glória preparou de antemão, os quais somos nós, a quem também chamou, não
só dentre os judeus, mas também dentre os gentios? ” (Rm. 9. 19-24).
Ambos
versículos citados parecem sugerir uma predestinação meio aleatória, no entanto
não é esse o caso, porém estudaremos mais profundamente o real significado
desses dois versículos na Segunda Parte de nosso estudo intitulado “Deus predestina?
”. Então, até lá.
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