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CONVERSÃO E EMOÇÃO

É bem verdade que seculares estratégias de marketing e propaganda utilizam técnicas para manipular as emoções das pessoas com o fim de convencê-las a consumir determinados produtos disponíveis no mercado.
Jr. 29.13
A ideia é criar no “potencial cliente” a simpatia com o produto que está sendo vendido fazendo-o relacionar a marca apresentada com algum sentimento desejado. Pode ser sentimento de alegria, segurança, amizade, liberdade e tantos outros que são artificialmente estimulados no espectador de uma peça publicitária.
Não é sem motivos que os comerciais de margarina, por exemplo, normalmente se desenrolam em cenas de um café da manhã onde uma família está sentada à mesa, todos alegres e sorridentes a saborear o produto.

A ciência do marketing 

Existem estudos científicos que buscam relacionar as reações cerebrais humanas, por meio das sinapses, a estímulos exteriores provocados por sons ou cores, por exemplo, para que tais estímulos sejam utilizados em peças comerciais com a finalidade de tornar o marketing ainda mais eficiente. É evidente que esses estudos, conhecidos como neuromarketing ainda são extremamente controversos e severamente questionados do ponto de vista ético.
O fato é que algumas dessas técnicas de estimulo da emoção são utilizadas em pregações do evangelho nos dias atuais. Infelizmente temos visto que a emoção das pessoas tem, por vezes, sido manipulada por pregadores desavisados ou mal-intencionados com o intuito de multiplicar o número de fiéis de sua congregação.
Choro, barulho, quedas ao chão, e uma abundante quantidade de doações a essas igrejas, algumas feitas com o sacrifício das próprias necessidades básicas dos fiéis, são, muitas vezes, fruto apenas da manipulação do conteúdo emocional do crente.

O outro extremo

Em virtude dessa realidade, algumas pessoas, querendo evitar o que chamam de exploração sentimentalista, se refugiam no outro extremo e negam qualquer participação da emoção na conversão sincera ao Senhor Jesus. Compreendem que a fé deve ser exclusivamente racional e que qualquer manifestação de emoção é puramente humana e, dessa forma, consiste em um elemento de desvio da verdadeira conversão.
Assemelhando-se a Platão que acreditava que a verdade só poderia ser alcançada pela razão e que os sentidos eram enganosos, tais pessoas imaginam que a única forma de se conhecer a Deus é por meio do estudo teológico e do uso exclusivo da razão.
Em que pese a real importância do conhecimento teológico, que deve ser estimulado e ofertado dentro das igrejas, para o desenvolvimento daquele que se converte ao Senhor, tal conhecimento não exclui a participação da emoção na experiência do crente com Jesus.

A posição da Bíblia

O apóstolo Paulo escreveu: “Rogo-vos, pois, irmãos, pelas misericórdias de Deus, que apresenteis o vosso corpo por sacrifício vivo, santo e agradável a Deus, que é o vosso culto racional” (Rm.12.1). Nesse texto, Paulo esclarece que devemos nos entregar por inteiro ao Senhor de maneira racional renovando a nossa mente e com essa renovação em Cristo Jesus nos transformarmos. Paulo não exclui a participação da emoção no relacionamento com Jesus e nem poderia pois, como tudo no universo, a emoção também foi criada por Deus.

...devemos amar nosso Deus, não apenas com entendimento, mas também com o coração e com força, ou seja o componente da emoção deve fazer parte do nosso amor a Deus.

Jesus, respondendo a um escriba, afirmou, citando o livro de Deuteronômio, que o principal mandamento de Deus é: “Amarás, pois, o Senhor, teu Deus, de todo o teu coração, de toda a tua alma, de todo o teu entendimento e de toda a tua força” (Mc. 12.30).
Percebamos que devemos amar nosso Deus, não apenas com entendimento, mas também com o coração e com força, ou seja o componente da emoção deve fazer parte do nosso amor a Deus.
Deus falando, por meio do profeta Jeremias, a Seu povo que estava cativo na Babilônia recomenda: “Buscar-me-eis e me achareis quando me buscardes de todo o vosso coração” (Jr. 29.13).
Diversos outros textos bíblicos demonstram que a adoração ao Senhor não pode ser executada apenas por meio da razão, mas pela integralidade do ser humano, em que está inserida a emoção.

O bom senso

Como enxergar o Criador de todas as coisas, nosso Salvador, aquele que é o princípio e o fim (Ap. 22.13) e nos descobrirmos livres para a verdadeira liberdade (Gl. 5.1) sem nos emocionarmos com isso?
O que não pode ocorrer é a manipulação das emoções e nem devemos nos deixar entregar a sentimentalismo ou a comportamentos “apaixonados” diante de Deus, porque se assim o fizermos, nossos sentidos, aí sim, exibirão sua face mais enganadora. O bom senso deve sempre regular todos os momentos de nossa vida.

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