Infelizmente ainda hoje muitos
irmãos perdem tempo em debates infrutíferos a respeito de se Jesus veio ou não
para abolir a Lei. Se apegam a diminutos trechos dos estatutos dados a Moisés
para desenvolverem discussões extensas sobre se devemos ou não ainda cumprir o
que está escrito nos dez mandamentos e esquecem todo o conteúdo ético contido
nas Escrituras Sagradas. Se apegam a letra morta e esquecem o espírito vivo.
Sobre o pretexto de estarmos no
tempo da Graça, da Nova Aliança (Lc. 22.20) trazida pelo filho unigênito de
Deus (Jo. 3.16), alguns avaliam que estamos livres de todos os compromissos com
o Senhor, e outros, escondendo os reais interesses, escolhem da Palavra de Deus
apenas alguns textos que, usados fora de contexto, parecem atender seus
interesses pessoais ou os da sua congregação e afirmam que tais textos devem
ser cumpridos e todo o resto esquecido.
Jesus e a Lei
Jesus veio para que a Lei de
Deus, descrita no Antigo Testamento, fosse esquecida? O próprio Cristo responde
esta pergunta quando diz: “Não penseis que vim revogar a Lei ou os Profetas;
não vim para revogar, vim para cumprir. ” (Mt. 5.17).
Devemos nos lembrar que a Lei nos
foi enviada pelo Pai para nos servir de guia para o Filho (Gl. 3.24-25), a Lei
nos apresentou regras morais o Filho nos esclarece os princípios éticos.
Porém, no que concerne à Lei,
qual a diferença que existe entre ela e as palavras de Jesus? O que Cristo veio
nos acrescentar? O próprio texto bíblico nos responde esta pergunta.
No evangelho de Marcos
encontramos o relato de Cristo respondendo a um escriba que havia lhe
perguntado qual o principal de todos os mandamentos, disse-lhe Jesus: “O
principal é: Ouve, ó Israel, o Senhor, nosso Deus, é o único Senhor! Amarás,
pois, o Senhor, teu Deus, de todo o teu coração, de toda a tua alma, de todo o
teu entendimento e de toda a tua força. O segundo é: Amarás o teu
próximo como a ti mesmo. Não há outro mandamento maior do que estes. ” (Mc. 12.29-31).
...a Lei nos apresentou regras morais o Filho nos esclarece os princípios éticos
Ao responder desta forma, Jesus
faz, na primeira parte de sua resposta, referência às Palavras que Deus disse a
seu povo ainda do tempo de Moisés: “Ouve, Israel, o SENHOR, nosso Deus, é o
único SENHOR. Amarás, pois, o SENHOR, teu Deus, de
todo o teu coração, de toda a tua alma e de toda a tua força. ” (Dt. 6.4-5).
Jesus traz algo a mais
Percebemos que as palavras ditas
por Jesus ao escriba são quase idênticas às ditas por Deus ao povo de Israel,
mas Cristo adiciona na referência uma novidade: o entendimento (διανοιας – em grego).
Foi o entendimento da Palavra de
Deus que Cristo veio trazer a seu povo. O Senhor havia apresentado a Sua ética
aos israelitas mas eles não haviam compreendido. O apóstolo Paulo se refere a
esta falta de entendimento do povo judeu quando, escrevendo em sua epístola aos
romanos, diz: “Porque lhes dou testemunho de que eles têm zelo por Deus, porém
não com entendimento. ” (Rm. 10.2)
Sim, é preciso amar a Deus com
todo o nosso coração, toda a nossa alma e toda a nossa força, mas também com todo
o nosso entendimento. É o culto racional, do qual nos fala Paulo, que não se
conforma com o que está posto, mas que nos transforma pela renovação da nossa
mente (Rm. 12-1-2).
Necessidade do conhecimento
O Senhor já havia alertado a seu
povo para a importância de conhecer verdadeiramente Sua palavra quando disse: “O
meu povo está sendo destruído, porque lhe falta o conhecimento. ” (Os. 4.6).
Jesus veio trazer esse
entendimento verdadeiro que faltava ao povo judeu da época. Ele mesmo já havia
afirmado “Errais, não conhecendo as Escrituras nem o poder de Deus. ” (Mt.22.29).
Jesus não veio revogar o Antigo
Testamento, a Aliança da Graça não veio para negar a Aliança da Lei, mas veio
nos esclarecer os fundamentos sobre os quais ela fora estabelecida. Devemos nos
lembrar que Deus não muda (Ml. 3.6) e que Ele não é homem para mentir nem filho
do homem para se arrepender (Nm. 23.19).
Abandonemos, pois, as discussões
infrutíferas a respeito do que ainda está ou não em vigor e fortaleçamos a
nossa fé, pois bem sabemos que tudo o que não vem da fé é pecado (Rm. 14.23).
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Bom artigo. Só gostaria de acresentar um ponto a respeito a Romanos 10:4, que diz que o fim da Lei é Cristo pra todo o que Nele crê. A Lei foi abolida como forma de justificação perante Deus. Ou seja, não há como se justificar diante de Deus tentando cumprir a Lei de Moisés. Por isso Paulo escreveu isso em Romanos. É preciso somente ter fé na obra de Jesus como forma de justificação perante Deus.Quanto a Lei de Moisés, ela vai ser usada como parametro de julgamento para satanás, os seus comparsas e todos os que não viverem como Jesus disse pra viver. Por essa razão Paulo escreveu "que a lei não é feita para o justo, mas para os injustos e obstinados, para os ímpios e pecadores, para os profanos e irreligiosos, para os parricidas e matricidas, para os homicidas," 1 Timóteo 1:9. Ou seja, perante Deus a nossa justificação é a fé em Jesus e não a necessidade de cumprir a Lei. E a Lei não foi abolida justamente pra ser usada como parametro de julgamento para os ímpios. Abraço
ResponderExcluirAmém irmão. Toda honra e toda a glória ao Senhor. Obrigado pela participação e pelo comentário. Fique na Paz.
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