É normal imaginarmos que são os nossos pecados cotidianos que são capazes de nos levar à morte eterna. Embora esse pensamento possa conter alguma verdade ele não é inteiramente correto e um dos motivos do erro está no fato de que o contraponto desse pensamento seria que se formos bons e fizermos boas obras encontraremos a salvação. Porém bem sabemos que a salvação vem pela graça mediante a fé e não por obras (Ef. 2.8).
O apóstolo Paulo esclarece bem a
dinâmica de salvação e queda quando escreve: “Pois assim como, por uma só
ofensa, veio o juízo sobre todos os homens para condenação, assim também, por
um só ato de justiça, veio a graça sobre todos os homens para a justificação
que dá vida. Porque, como, pela desobediência de um só homem, muitos se
tornaram pecadores, assim também, por meio da obediência de um só, muitos se
tornarão justos.” (Rm. 5.18-19).
Por se tratar de um tema
relativamente complexo proponho um estudo em duas partes a serem publicadas nas
postagens do blog Preceitos de Fé. Iniciemos então com uma análise dessas
palavras do apóstolo:
O Primeiro Pecado do Homem
Veja, o apóstolo nos esclarece
que o juízo para a nossa condenação veio através de uma única desobediência de
um homem: Adão (Gn. 3.6) mas que por meio de um único ato de justiça veio a
graça sobre todos os homens: a encarnação de Jesus.
É importante perceber que o apóstolo não fala que são as nossas ofensas, nossos pecados, enquanto seres humanos, que nos trazem a condenação, mas é aquele pecado original que nos condena. Isso quer dizer que nós todos estamos originalmente condenados em virtude do pecado primevo. O rei Davi escreve em seu Salmo: “Eu nasci na iniquidade, e em pecado me concebeu minha mãe.” (Sl. 51.5). Todos nós já nascemos potencialmente condenados porque trazemos em nós a semente do pecado original, pois somos todos descendentes de um casal pecador.
Não foi o fato de Adão e Eva se
esconderem de Deus (Gn. 3.8) que trouxe-nos a condenação, nem o fato de Adão
culpar a Eva e a Deus por ter comido o fruto (Gn. 3.12) nem quaisquer outros
possíveis atos ofensivos que o primeiro casal possa ter cometido que gerou em
nós a semente do pecado, mas a desobediência original nos tornou a todos
carentes da glória de Deus (Rm. 3.23) porque em Adão todos pecamos.
O Verbo
Porém, da mesma forma não foram
os atos de justiça específicos de Jesus que nos possibilitaram a salvação, não
foram seus milagres, não foram suas curas, não foram nem mesmo suas palavras.
Percebamos que o evangelista Mateus nos revela que quando Jesus iniciou sua
missão dizia: “Arrependei-vos, porque está próximo o reino dos céus.” (Mt.
4.17). O Senhor pregava o arrependimento, ou seja, a mudança de caminho, o
voltar-se para Deus e abandonar a tendência pecaminosa. O que nos trouxe a
possibilidade de salvação foi a encarnação do Verbo como um todo, o fato de vir
para morrer por nós, o único ato de justiça. É evidente que todos os atos de
Jesus foram justos, mas foi o seu sacrifício que nos deu a vida.
Porém podemos nos perguntar que
papel então exercem nossos erros? Pecar ou não pecar é indiferente pois estamos
todos condenados? Esclareceremos essas questões na próxima postagem do blog
Preceitos de Fé. Então, até lá.
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