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O QUE O REI DAVI PODE NOS ENSINAR SOBRE OFERTAR A DEUS?

A Bíblia nos conta em 2 Samuel, capítulo 24, que em certo tempo, quando o povo de Israel estava sofrendo com uma peste que se alastrava desde Dã até Berseba, o Rei Davi, orientado pelo anjo do Senhor através de Gade, sobe à eira de Araúna para compra-la e levantar um altar ao Senhor e lá oferecer holocaustos. Araúna, após saber do propósito do Rei, oferece gratuitamente a Davi não apenas a eira, mas também os bois, os trilhos e apeiragem para o holocausto. Davi, então, responde a Araúna: “Não, eu to comprarei pelo devido preço, porque não oferecerei ao Senhor, meu Deus, holocaustos que não me custem nada” (2Sm 24.24).
2Sm. 24.24
Quão sábia a postura do Rei Davi! De fato, de que serve oferecermos algo a Deus, que não nos custa nada? O tempo que está sobrando, o auxilio que não nos sacrifica.... De que adianta?
Jesus, ao falar da viúva pobre que ofertava no gazofilácio (Mc. 12. 41-44) e compara-la com os demais ofertantes, utiliza o mesmo princípio: O do quanto estamos dispostos a ofertar da nossa vida a Deus.

Nossa oferta a Deus

É evidente que não falo aqui em darmos tudo o que temos na igreja, nem mesmo quero me referir exclusivamente a oferta financeira, mas também, e principalmente, a oferta da nossa vida. O que oferecemos para Deus?

Ele não precisa que façamos nada para Ele, mas nós precisamos de tudo dEle.

Deus nos amou e nos ama de forma tão incrível que deu seu filho unigênito para morrer por nós (Jo.3.16), e o que damos como uma demonstração de gratidão? Aquele tempinho chato em que estamos sem ter o que fazer, no intervalo de uma atividade e outra? Aquele domingo à noite, porque afinal a programação na TV é ruim mesmo nesse horário?
Quando finalmente acordamos no domingo cedo para ir a um culto, deixamos de ter algumas horas de lazer para ajudar um irmão, passamos alguns momentos estudando a Palavra, enxergamo-nos como os verdadeiros cristãos, homens de Deus, merecedores do tocar de trombetas de anjos em louvor a nós. Deus não merece mais de nós? Ele não precisa que façamos nada para Ele, mas nós precisamos de tudo dEle.
É comum lembrarmos de agradece-lo quando atingimos aquilo que chamamos de graça, quando recebemos uma benção, quando recebemos um livramento. Mas, a nossa vida é uma graça, por mais difícil que ela possa parecer, pois a aflição pode durar uma noite inteira mas a alegria vem pela manhã (Sl. 30.5). Recebemos bênçãos diariamente, porque as misericórdias do Senhor renovam-se a cada manhã (Lm.3.22-23). E como é grande nosso livramento nesse mundo que jaz no maligno? (1Jo.5.19).
E, ainda assim, esperamos sempre mais dEle sem nem mesmo considera-Lo prioridade em nossas vidas.

O que estamos oferecendo?

Não estamos nós oferecendo holocaustos que não nos custam nada? Quanto, de fato, nos sacrificamos diariamente pelo Senhor? Quando nos crucificamos com Cristo para que Ele vivesse em nós? (Gl 2.19-20). Quando rejeitamos, verdadeiramente, o mundanismo das facilidades, da lascívia, da desonestidade, da intriga, do orgulho, da inveja e de todas as obras da carne? (Gl. 5. 19-21).
Deus não deseja que seus filhos busquem a dor e o sofrimento para segui-lo, mas certamente o evangelho do fazer somente aquilo que é cômodo nunca foi o que Jesus pregou.
Nosso holocausto deve nos custar algo: dedicação, tempo, atenção, amor e as vezes renúncia, humilhação, dor.
Se queremos, pois, ser imitadores de Deus [Jesus] (Ef. 5.1) e andar como Ele andou (1Jo. 2.6) devemos lembrar que Ele, sendo igual a Deus, se esvaziou, assumindo a forma de servo, tornando-se obediente até a morte e morte de cruz. (Fl.2.5-8). 

Comentários

  1. Lendo esta tua postagem, me vem a mente uma questão muito comentada nas igrejas, ter ministério, desenvolver o seu ministério, questão comumente ligada a prática ou envolvimento em alguma atividade dentro da igreja.
    Nos poucos cinco anos que frequentei a igreja, na qual aprendi muito e sou grata por isso, me envolvi em várias atividades. Umas levei adiante, outras não. Porém, hoje, com um pouco mais de conhecimento e uma visão mais ampliada, me vem o entendimento de que a nossa própria vida é o ministério, com o qual Deus nos agraciou, e o mundo, o pano ou plano de fundo para realizarmos tudo aquilo que nos cumpre realizar, em face desse grande compromisso assumido com Ele.
    No seio da família, com amigos, em sociedade, no trabalho, seja onde for, temos um lindo palco montado para a nossa atuação, e o sucesso ou fracasso vai depender do quanto decidirmos nos doar e nos comprometer com Ele e com a Sua Obra.

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  2. De fato, ser cristão não se resume a momentos na igreja, seguir a Cristo é segui-lo na nossa vida, caso contrário a igreja se torna apenas um teatro onde dramatizamos uma vida que não temos, no entanto, se não conseguimos segui-lo nem na igreja, também não conseguiremos segui-lo na vida, na verdade a vida só servirá de um campo mais amplo onde teremos mais facilidade de fugir quando as situações não nos agradarem. Por isso a igreja torna-se importante, porque nela restabelecemos nossas forças e também damos forças a outros que precisam, ela se torna o microcosmo que nos prepara para o macrocosmo da vida social, é justamente isso que fala o escritor de Hebreus no capítulo 10, versículo 25 quando diz: "Não deixando a nossa congregação, como é costume de alguns, antes admoestando-nos uns aos outros; e tanto mais, quanto vedes que se vai aproximando aquele dia.". Ambas as experiências são necessárias, na vida e na igreja. Fica na Paz.

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  3. Este comentário foi removido pelo autor.

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  4. Bom dia!
    Empetrando um comentário nesse assunto super relevante, não posso deixar de afirmar a minha admiração no que se refere à ofertar na sua plenitude. Pois a excelência dessa ação nos faz perceber que o nosso Deus é um especialista em avaliação:
    -CONDIÇÃO
    -INTENÇÃO
    -QUALIDADE
    no ofertante,no ato e no que se oferta.
    Portanto é categórico em que tudo nessa área se faça para glória de Deus.

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